terça-feira, 24 de novembro de 2015

Dorival Júnior assume a traição de Paulo Nobre. E quer vingança. Da pior maneira possível. Classificar o Santos e tirar o Palmeiras da Libertadores. Vingar sua ingenuidade...

Dorival Júnior assume a traição de Paulo Nobre. E quer vingança. Da pior maneira possível. Classificar o Santos e tirar o Palmeiras da Libertadores. Vingar sua ingenuidade...




"Acho que não é só o futebol. O brasileiro está com o DNA comprometido pela corrupção, pela safadeza, pela sacanagem. O brasileiro se acostumou com tudo isso. De modo geral, o que vemos são desmandos absurdos de um governo que quer se manter à força, independentemente do bem ou do mal que tem feito ao país. Educação e saúde jogados às moscas, uma recessão forte, por culpa de vários governos que se sucederam e pela irresponsabilidade de um povo que não sabe cobrar. "Peguei o clube com problemas. Eu tinha 44 jogadores se trocando no mesmo vestiário, alguns atletas ainda chegando, recém contratados, e assumi o time depois da Copa do Mundo, sem pré-temporada. Depois da contusão do Valdivia, que era muito importante para o time, surgiram as complicações. Mas o mais importante era manter o time na Série A, e isso nós conseguimos. "Não é questão de injustiça (ter sido demitido). Eu tinha um acerto com o presidente [Paulo Nobre] na assinatura do contrato de que eu só assumiria o time naquele momento se tivesse a garantia de que continuaria no ano seguinte. Abri mão de prazo de contrato, multa rescisória, e só definimos isso. Fiquei surpreso. Mas não guardo mágoa alguma." Essas foram as palavras de Dorival Júnior à Folha. Como havia sido antecipado no blog, o treinador tinha a promessa de Paulo Nobre. Se conseguisse manter o Palmeiras na Série A, com o time fraquíssimo do ano passado, iria desfrutar o prazer de um grande time, com muitas contratações importantes. O executivo de futebol, Brunoro, seria demitido. E Alexandre Mattos já engatilhara alguns dos 25 atletas que chegariam. A ligação de Dorival com o Palmeiras sempre foi umbilical. Ele é sobrinho de Dudu, do excepcional time da década de 70. Leão, Eurico, Luiz Pereira, Alfredo e Zeca; Dudu e Ademir da Guia; Edu, Leivinha, César e Nei. Equipe admirada até pelos rivais.

Dorival foi jogador. Era conhecido apenas por Júnior. Um volante combativo como o tio. Só que muito mal acompanhado. Atuou no clube entre 1989 e 1992. Sem ganhar nenhum campeonato. Acabou saindo quando o banho de dinheiro da Parmalat estava chegando. De 2002 até agora, já trocou de clube 19 vezes. Esse exagero se deve ao seu empresário, Carlos Leite. Dorival deveria ter sossegado em uma grande equipe. Fazer um trabalho com raiz. A ansiedade em trocar de emprego acabou por desmerecer seu trabalho. Passou a ser visto como técnico "do desespero". Quando a equipe está para ser rebaixada, o contratava. Se atirava no olho do furacão. Acabou perdendo sua essência. A de um técnico meticuloso, que impõe sua filosofia com firmeza, mas calma. Não o tal desespero. Foi assim, sem foco, que realizou o grande sonho da família. Assumiu o Palmeiras que caminhava firme para o rebaixamento no ano passado. Seu trabalho foi fraco. O time era assustador, inconsistente. Na última rodada, o time jovem que o Atlético Paranaense enviou para São Paulo estava a ponto de ganhar o jogo. Mas, por sorte, depois do intervalo, deixou de atacar. E o empate salvou o time do bilionário Paulo Nobre. Já que o Vitória perdeu, em casa, para o Santos. Mas Paulo Nobre não cumpriu o acordo. Foi pressionado por todos os lados para não manter Dorival. Quando membros poderosos do Conselho de Orientação Fiscal souberam que não havia multa, exigiram que que o presidente agisse. Dorival Júnior foi mandado embora do clube que amava sem direito a um real de indenização. Pagou caro por confiar no presidente palmeirense. E Oswaldo de Oliveira foi contratado. Dorival Júnior foi ingênuo. Sua ligação com o Palmeiras predominou. Não esperava ser traído por Paulo Nobre. Agiu como um técnico inexperiente, um garoto. Mas ficou a lição. E a vida seguiu.

Durval purgou sete meses de desemprego. Só voltou ao Santos porque havia feito excelente trabalho no passado. Interrompido por uma briga absurda provocada por Neymar. Todos se lembram da revolta do jogador quando o treinador não permitiu que cobrasse um pênalti contra o Atlético Goianiense. No vestiário, atirou um copo cheio de Gatorade no rosto do então auxiliar de Dorival, o ex-goleiro do Palmeiras, Ivan. O treinador iria tirá-lo do clássico contra o Corinthians, os dirigentes escolheram o demitir. Tudo aconteceu em 2010. A carreira de Dorival poderia ser outra. Mas o tempo passou e ele retornou ao Santos. E o futebol o coloca diante do time que consagrou seu tio. E que a família tanto se orgulhou de ver vestir a mesma camisa número 5. Mas foi o mesmo clube que o presidente o traiu. Dorival tem a chance de dar uma resposta cruel a Paulo Nobre. Tirar o Palmeiras da Libertadores de 2016.

Sabotar o plano de super-time prometido pela Crefisa. Com atletas melhores do que na época vitoriosa da Parmalat. Para isso acontecer, a Libertadores é obrigação. Se não, Paulo Nobre terá o último ano de mandato chocho. Cujo objetivo será exatamente igual ao de 2015. Classificar o Palmeiras para a Libertadores de 2017. E entregar o clube a outro dirigente. O homem que prometeu que ele seria o técnico este ano. Mas não pensou duas vezes em pisar na própria palavra. E mandá-lo embora. Mesmo sabendo os jogadores fraquíssimos com quem trabalhou. Dorival garante que não tem mágoa. Mas quem frequenta o Palestra Itália sabe que não é assim. E até a Vila Belmiro. O treinador está obcecado em vencer a Copa do Brasil. Nem deixou Modesto Roma respirar. Ao vencer a semifinal contra o São Paulo, Dorival agiu. Convenceu o dirigente que valeria o investimento. Perder dinheiro não atuando no Pacaembu tem tudo para significar o título. A Libertadores. Pacto feito com o presidente. Chegou a hora de tratar com os jogadores. Os tirou da partida contra o Coritiba. Com convicção, arriscou o caminho da Libertadores pelo G4.

E apostou tudo na Copa do Brasil.

Desde ontem os treinamentos são fechados.

Ninguém deu sequer uma declaração no Santos.

O foco é ganhar o título do Palmeiras.

Quem sabe da promessa quebrada por Paulo Nobre entende Dorival.

Este é o título mais importante não só na carreira de 13 anos como técnico.

Mas para o homem de 53 anos.

O comandante do clube que aprendeu a amar o traiu.

Sabe o quanto ficou abalado com a demissão.

Não só ele.

Como Dudu, a família inteira.

Chegou a hora do troco.

O Palmeiras de Marcelo Oliveira que se prepare.

Poucas vezes o treinador adversário quis tanto uma título...




Fonte: Esportes R7
Autor: cosmermoli
Publicado em: 24 Nov 2015 14:44:37

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