quinta-feira, 26 de novembro de 2015

Marcelo Oliveira quer mudar a sua história. E não perder a quarta decisão da Copa do Brasil em casa. Depois da derrota de ontem, mesmo contra a lógica, comprará a briga. E colocará seu Palmeiras mais ofensivo contra o Santos na grande final...

Marcelo Oliveira quer mudar a sua história. E não perder a quarta decisão da Copa do Brasil em casa. Depois da derrota de ontem, mesmo contra a lógica, comprará a briga. E colocará seu Palmeiras mais ofensivo contra o Santos na grande final...




Chegar a quatro finais da disputada Copa do Brasil seria sinônimo de trabalho bem feito. Competência, firmeza de método, visão tática diferenciada. Deveria ser se o futebol brasileiro reconhecesse o vice campeão. Mas aqui ele é realmente tratado como primeiro dos últimos. É isso que atormenta Marcelo Oliveira. O treinador levou o Coritiba em 2010 e 2011 à segunda colocação. Caiu em casa diante do Vasco e do Palmeiras. No ano passado, foi a vez do seu Cruzeiro, também perder o título. E jogando como mandante no Mineirão, contra o Atlético Mineiro. E na próxima quarta-feira, Marcelo Oliveira decidirá sua quarta Copa do Brasil. Em casa. Com a desvantagem da derrota de ontem por 1 a 0 para o Santos. Será a história tão cruel, que se repetirá mais uma vez? É tudo o que ele pretende evitar de qualquer maneira. Quem acompanha seu trabalho no Palmeiras sente que seus nervos estão à flor da pele. E está fazendo absolutamente de tudo para evitar ficar com essa marca. Sabe que se vier a quarta derrota na final, a pecha de incapaz de vencer torneios "eliminatórios" ficará como uma tatuagem. Por isso, nos dias que o Palmeiras ficou em Atibaia se preparando para essa decisão, Marcelo tomou a decisão que todos estranharam ontem na Vila Belmiro. Ele violentou sua maneira ofensiva de armar equipes, tocando a bola com qualidade no meio de campo e buscando os gols. Como o elenco palmeirense é descompensado, faltam meias inteligentes de talento e fôlego para alimentar seus atacantes, Oliveira optou por colocar o Palmeiras atrás, como nunca esteve. Atuando no 4-5-1, com variação para o 4-1-4-1. O plano era tentar empatar a partida ou, falando de maneira realista, perder de pouco. Escolheu a compactação atrás e buscar fechar as laterais. Não quis ninguém colado em Lucas Lima. E segue apostando contra a lógica, deixando o velocista Dudu nas intermediárias, matando sua velocidade, sua habilidade pelos lados do campo. Não foi e nunca será um meia. Nem daqui cinco gerações. O colocou para correr atrás dos volantes santistas. Situação que resume sua vontade de sair vivo da Vila Belmiro.

O desentendimento entre Fernando Prass e Ricardo Oliveira foi também explorado pelo treinador. Os jogadores foram orientados para evitar expulsões. Mas não deixariam que o veterano atacante se impusesse aos berros, intimidado palmeirenses, como fez nas finais do Paulista. O time não estava bélico, aceitando qualquer provocação por acaso. Foi orientado para isso. O Palmeiras perdeu por 1 a 0. Mas teve um pênalti legítimo de David Braz em Lucas Barrios não marcado. O presidente Paulo Nobre está fazendo todo o carnaval possível. Ele quer pressionar a Comissão de arbitragem e o juiz que apitará a partida de quarta-feira. Essa postura é excelente para Marcelo. Ele já começou a convencer seus jogadores que é possível bater o Santos. E que se não fosse Luiz Flávio de Oliveira, o resultado seria outro. Pelo menos a equipe levaria o empate da Vila Belmiro. Marcelo Oliveira sabe. Terá de se arriscar para tentar acabar com sua sina de vice na Copa do Brasil. E muito mais importante, levar o Palmeiras à Libertadores de 2016. No Brasileiro não há mais chance. Seus auxiliares já mostraram o teipe do que o Santos fez com o Corinthians em pleno Itaquerão. Nas oitavas da Copa do Brasil, havia vencido por 2 a 0 na Vila Belmiro. Tite esperava que Dorival fosse montar uma retranca, colocar sua equipe atrás, só se defendendo e sonhando com contragolpes. Nada disso. Seu rival atacou forte, marcou os corintianos na saída de bola, como se estivesse atuando em casa. Resultado, outra vitória santista, 2 a 1. E diante do time hexacampeão do Brasil.

Para Marcelo Oliveira, o pior que pode acontecer é o Palmeiras tentar mostrar tranquilidade, falta de afobação, precipitação. Sabe que a arena estará lotada. Todos os ingressos foram vendidos para sócios-torcedores. A avidez por conquistas faz a torcida palmeirense ser uma das mais exigentes do país. Se não for a mais. Não há como ter paciência atuando em casa, em qualquer jogo comum. Em uma final, será terrível, ele sabe. Por isso vai preparar o time para seguir o ritmo que a torcida quer. Montará o Palmeiras para buscar se impor desde os primeiros minutos. Comprará a briga, como nunca fez em final alguma da Copa do Brasil. Tentou ter paciência contra o Vasco de Ricardo Gomes, contra o Palmeiras de Felipão e diante do Atlético Mineiro de Levir Culpi. Tudo o que conseguiu foi decepcionar os torcedores que acreditavam no título, por ter melhor time e atuar em casa. Marcelo Oliveira sabe que o badalado Tite tentou mostrar organização e falta de afobação contra o Santos. E o Corinthians, melhor time do país, acabou eliminado com toda a justiça. Seu preparador Juvenilson de Souza terá de prepara a equipe para o grande jogo da temporada. Não passou despercebido que os santistas cansaram nos últimos quinze minutos da partida. Estão desgastados. E o Palmeiras tentará apostar sua vida em 2015 e 2016 na força física, na velocidade, fundamentais para o time manter o esquema ofensivo e de grande intensidade que Marcelo Oliveira procurará impor na próxima quarta-feira. A partida de domingo contra o Coritiba, em casa, não será levada em consideração. O time já é décimo no Brasileiro. Não chegará no G4 da Libertadores. Uma derrota a mais ou a menos não fará diferença. Mas seis dias descansando, sim. Há decisões importantes a serem tomadas. Lucas foi expulso. João Pedro é ótimo no apoio e limitado na marcação. Improvisar um zagueiro na posição seria perder força pelo lado direito. O mesmo vale para o esquerdo. Egídio apoia muito melhor que defende. Tem mais energia que Zé Roberto, que pode ser um homem de organização no meio de campo. Gabriel Jesus tem mínimas chances de se recuperar. Mas o departamento médico não irá desistir de sua curar sua contusão no ombro esquerdo.

Se não puder atuar, Rafael Marques, jogador que está praticamente descartado para 2016, briga com Kelvin pela vaga. Cleiton Xavier segue se recuperando de distensão na coxa direita. Desde o dia 22 de agosto não atua. Matheus Sales deve seguir na vaga de Gabriel. A saída de bola palmeirense melhora com ele, ao lado de Arouca. Independente dos nomes, Marcelo já decidiu. Colocará o Palmeiras como a diretoria e a torcida querem contra o Santos. E bem diferente do que fez com o Coritiba e Cruzeiro. Optará por comprar a briga aberta. Sem pensar em 1 a 0 e pênalti. Vai comprar a briga. Mesmo contra um time velocista, especialista em contragolpes como o Santos. Foi o recado que já chegou a conselheiros importantes do clube. Será tudo ou nada. A consagração do título. Ou o Palmeiras fora da Libertadores de 2016. E mais uma triste medalha de prata na prateleira. A quarta de vice campeão da Copa do Brasil. E a amarga sensação de ser o primeiro dos últimos, de novo...





Fonte: Esportes R7
Autor: cosmermoli
Publicado em: 26 Nov 2015 11:32:28

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