quinta-feira, 26 de novembro de 2015

Foi uma guerra na Vila Belmiro. O Santos encurralou o Palmeiras. Venceu por apenas 1 a 0. Por pênalti não marcado em Barrios, Paulo Nobre levará um dvd de protesto para a CBF...

Foi uma guerra na Vila Belmiro. O Santos encurralou o Palmeiras. Venceu por apenas 1 a 0. Por pênalti não marcado em Barrios, Paulo Nobre levará um dvd de protesto para a CBF...




Em um jogo disputado com raiva, provocações e pancadas, o Santos foi superior, encurralou o Palmeiras. Desperdiçou um pênalti. Conseguiu marcar um belíssimo gol de Gabriel. Chutou 11 vezes a mais que o rival. Perdeu gol sem goleiro. Mas a vitória foi por apenas 1 a 0. A decisão da Copa do Brasil está completamente indefinida. A vantagem acabou pequena demais. Pode ser revertida na próxima quarta-feira, na arena palmeirense. "Ganhamos o jogo hoje, fizemos nosso dever de casa. O empate é nosso, tem que ter inteligência de jogar lá. Temos condições de ganhar lá também", tentava se conformar, David Braz. O zagueiro sabia que a vantagem foi minúscula diante da superioridade santista. E que tudo pode mudar daqui uma semana. O que David se esqueceu de comentar foi que cometeu um pênalti em Lucas Barrios, no começo do segundo tempo e que Luiz Flávio de Oliveira não apitou. A arbitragem foi péssima. E comprometeu o resultado da partida, não marcando a penalidade clara. "O Palmeiras foi vergonhosamente prejudicado. Futebol não é basquete, onde saem cem pontos. Um gol pode fazer falta, principalmente em uma final de campeonato. O Palmeiras teria um pênalti no início do segundo tempo e o Santos, um jogador a menos. O Santos mereceu a vitória, poderia ter feito até mais de um gol. Mas futebol é assim. Eu não acredito em desonestidade, acredito em falta de capacidade. Mas o que me assusta é que o Luiz Flávio é experiente, o lance foi na cara dele, e ele não marcou", reclamou o presidente Paulo Nobre. Ele antecipou que o clube apresentará um dvd à CBF dos lances que teria sido prejudicado no primeiro jogo desta final de Copa do Brasil.

A raiva entre Fernando Prass e Ricardo Oliveira contaminou todos os jogadores dos dois times. Dorival Júnior e Marcelo Oliveira não conseguiram fazer seus atletas se preocuparem apenas com a bola. Não. O ressentimento, as provocações e doses de maldade nas divididas dominaram a primeira partida da decisão da Copa do Brasil. Desde os primeiros minutos ficaram claras as diferentes postura dos times. O Palmeiras optou por se fechar, tentar travar o meio de campo santista. Fugiu às características do seu elenco. E entrou na decisão no 4-5-1. Sem o menor constrangimento, sonhava com um empate. E o Santos entrou aberto, tentando não só vencer. Mas abrir uma grande vantagem, tentar praticamente acabar com a decisão na Vila Belmiro. Marcelo Oliveira ainda sofre o desequilíbrio da montagem do elenco. Desde Gabriel se contundiu em agosto, o time pena sem um primeiro volante marcador com talento para sair jogando. Ou marcadores ou atletas habilidosos que não sabem acabar com o espaço do adversário. O melhor deles, Thiago Santos não pode participar desta final porque já atuou na competição, pelo seu ex-time, o América Mineiro. O Palmeiras entrou com Matheus Sales, atleta muito mais de saída de jogo do que marcador. Melhor para Lucas Lima. Ele teve todo o espaço para mostrar seu talento. Era óbvio que se aproveitou da falta de um atleta de verde para o atrapalhar. Dorival Júnior espumava de raiva da diretoria santista. Modesto Roma autorizou que houvesse jogos de futebol feminino e de categorias de base nos últimos dias na Vila Belmiro.Foram nove partidas em uma semana. Sabotou o gramado para o técnico e leve time santista na decisão da Copa do Brasil. Uma atitude tão amadora quanto inexplicável. Os buracos atrapalharam muito mais a equipe que se propôs a atacar. Não o time que ficou atrás dando chutões, tentando fazer o tempo passar. E o primeiro lance claro de gol foi do Palmeiras. Logo aos dois minutos de jogo. Robinho bateu falta, Vanderlei espalmou mal e a bola sobrou live para Jackson marcar. A cabeçada sai para fora, sem rumo. A resposta santista poderia ter sido letal. Na cobrança de um escanteio, Arouca cai na provocação de Ricardo Oliveira. E o agarra pela camisa. Pênalti infantil. Gabriel foi para a cobrança. Muita pose e nenhuma efetividade. Acertou a trave de Fernando Prass. Desperdício que pode pesar na decisão do título. O jovem jogador ficou desconsolado. A disposição tática era clara. O Santos tinha Lucas Lima como maestro. E ele, livre, alternava os lançamentos, passes para os dois lados do campo. Dorival queria explorar Lucas e Zé Roberto. Seu veloz time atacava em bloco, diante do esforçado e nem tão eficiente sistema defensivo palmeirense.

Aos 12 minutos, Marcelo Oliveira ficava tenso. Perdia o talento de Gabriel Jesus. Ele caiu sobre o ombro e não conseguiu seguir na partida. Entrou Kelviu. E, definitivamente, não era a mesma coisa. A pressão foi imensa. Um jogador que, se batesse melhor ao gol, poderia desequilibrar no placar era Marquinhos Gabriel. Ele se movimentava muito, conseguia abrir a defesa palmeirense. Mas falhava nos arremates. Fernando Prass fez milagre aos 39 minutos, quando Victor Ferraz cruzou, Ricardo Oliveira desviou e o goleiro espalmou. Na sobra, a bola bateu no atacante e outra vez Fenando Prass defendeu. O Palmeiras não conseguia sair da defesa e teve muita sorte com o primeiro tempo acabando em 0 a 0. No segundo tempo, nada mudou. O Santos seguia marcando pressão, não deixando os palmeirense respirar. Gabriel conseguiu dar uma linda virada. Fernando Prass fez uma excelente defesa. Aí viria o lance polêmico a favor do Palmeiras. Em raro contragolpe, Dudu lançou Lucas Barrios. Ele chegava livre para bater na saída de Vanderlei. David Braz chegou por trás, deu um leve toque no jogador, o derrubou. O zagueiro se jogou no chão tentando disfarçar o pênalti. Luiz Flávio de Oliveira não teve coragem de marcar o lance claro. A arbitragem está cada vez pior neste país. Os jogadores perceberam que Luiz Flávio não queria expulsar ninguém. E passaram a deixar a perna, os cotovelos, as mãos nos rostos dos rivais. O árbitro perdeu completamente o controle do jogo. Aos 22 minutos, o juiz passou mal. E pediu para Marcelo Aparecido de Souza seguir apitando no seu lugar. Algo raríssimo.

A pressão santista seguia forte. O Palmeiras tentava se defender. A chuva que passou a castigar a Vila Belmiro favorecia quem sonhava apenas em não perder. Mas o castigo veio. O sistema defensivo falhou na cobrança de um lateral por Victor Ferraz. A bola foi para Ricardo Oliveira. Ele a protegeu. E tocou para Gabriel. Ele deu belo drible em Amaral e bateu cruzado, com consciência, sem a menor chance de defesa para Fernando Prass. Santos 1 a 0, ao 33 minutos. Acabava a injustiça do 0 a 0. O gol irritou demais os palmeirenses. Lucas já estava irritado por ter tomado o cartão amarelo que o tiraria da partida decisiva. E não pensou duas vezes em chutar a bola em cima de Lucas Lima e receber o vermelho. Para o palmeirense tanto fazia. A expulsão aconteceu aos 42 minutos do segundo tempo. Ainda houve tempo para o Santos desperdiçar um gol inacreditável. E que poderia dar uma vantagem de verdade para o segundo jogo da final. Neto Berola lançou, Ricardo Oliveira ganhou da zaga, tirou de Fernando Prass, mas esticou demais a bola. Ela sobrou para Nilson, com o gol vazio. Ele conseguiu chutar para fora. Lance incrível, aos 50 minutos. E logo o jogo acabou. Mas a raiva, não. Os reservas dos dois times se estranharam. Se empurraram, xingaram, quase brigaram. Foi apenas um pequeno aperitivo do clube reservado para a decisão na próxima quarta-feira na arena palmeirense. A Copa do Brasil está longe de estar decidida. O Santos desperdiçou a chance de não só vencer, mas golear. Mas o Palmeiras pode tranquilamente, em casa, se impor. E reverter uma final que tinha tudo para acabar nesta quarta-feira. Dorival Júnior que não reclame depois...




Fonte: Esportes R7
Autor: cosmermoli
Publicado em: 26 Nov 2015 00:10:19

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