Há uma enorme preocupação no Corinthians. Com o departamento médico. Uma lesão de ligamento no tornozelo direito é o motivo de aflição. Mas não é de nenhum dos comandados de Tite. Ele está no São Paulo, fazendo tratamento intensivo, também agoniado. Quer estar domingo em Itaquera, de qualquer jeito. Enfrentar seu último clássico na carreira. Ter pela frente seu inimigo que mais despertou alegria e frustração. Os títulos que Rogério Ceni ganhou e perdeu tendo pela frente o rival, o gol número 100 de sua carreira, marcado com todo o prazer contra os corintianos, as provocações das duas torcidas, tudo isso pode ser vivido pela última vez no domingo. Os números oficiais desse duelo entre o maior ídolo da história do Morumbi contra o clube mais popular de São Paulo. Houve 67 confrontos. Rogério Ceni mais perdeu do que ganhou. O Corinthians saiu vencedor 25 vezes, houve 21 empates e o goleiro comemorou 21 vitórias. Marcou três gols. Um dos maiores desejos dos corintianos seria muito difícil de acontecer. Marcar 100 gols em Ceni. Só se o time aplicasse uma goleada histórica, com direito a cinco gols. Até hoje, o goleiro sofreu 95. Mesmo sabendo que seria quase impossível, os dirigente corintianos têm a convicção que bastaria ele estar em campo e tudo se tornaria mais estimulante ainda, o ápice. "Há grande chance de o título sair nesta quinta-feira contra o Vasco, em São Januário. Mas se ficar para domingo, ninguém vai reclamar. Vencer o São Paulo na nossa arena, diante da nossa torcida, matar o sonho deles de Libertadores e ainda com o Rogério Ceni no gol seria fantástico. Não há quem não o queira ver em campo no domingo", me assegura um dos conselheiros mais influentes no Parque São Jorge. "Tomara que ele não pipoque", brinca... Tite e Andrés Sanchez não querem provocações em relação ao São Paulo, ao goleiro. O treinador quer o time centrado, focado nos últimos jogos que faltam no Brasileiro. O hexacampeonato pode ser conquistado com recorde de pontos conquistados. E o dirigente não quer que confrontos entre torcedores acabem estragando o que pode ser uma enorme festa.
Aliás, nas redes sociais já há provocações dos dois lados. Torcedores corintianos garantindo que Rogério Ceni fará tudo para fugir da "última humilhação" na carreira. E os são paulinos jurando que ele acabará com o clima de conquista do hexa, com direito não só a garantir uma vitória, como marcando gols. Mas a realidade pode travar a imaginação. Não é por acaso que o goleiro já não enfrentará amanhã o Atlético Mineiro, no Morumbi. As dores no seu tornozelo direito não estão passando. Seus tornozelos, joelhos e ombros já doem normalmente. Em uma disputa com Gabriel, na semifinal da Copa do Brasil, Ceni chutou o chão da Vila Belmiro. Ele sofreu uma ruptura do ligamento tíbio-fibular. O ligamento precisa se recuperar com tratamento e repouso. Não adianta infiltrar analgésicos e anti-inflamatórios, último recurso dos médicos para atletas com lesões nas articulações joguem partidas importantes. O ideal seria mesmo seguir tratando e repousando. O momento da contusão é péssimo. Faltam apenas quatro partidas oficiais para o fim da carreira de Rogério Ceni. Já está fora do confronto contra o Atlético Mineiro no Morumbi. É séria dúvida diante do Corinthians, domingo, em Itaquera. Resta o Figueirense, no Morumbi, dia 29. E, finalmente, o Goiás, em Goiânia, dia 6 de dezembro.
Depois, só a despedida, como foi revelada pelo blog, no dia 11 de dezembro. Ele vetou a possibilidade do confronto com os jogadores do Liverpool que fizeram a final do Mundial de 2005. Preferiu uma farra com os tricampeões mundiais. Atletas de 1992, 1993 e 2005. O jogo será transmitido pela Fox Sports. Há apenas uma dúvida. Se o Corinthians liberará a participação de Danilo, vestindo a camisa tricolor. O marketing lamenta que os escândalos da administração Carlos Miguel Aidar tiram o foco do adeus a Ceni. A despedida não está tendo a repercussão que o próprio jogador sonhava. E nem será tão lucrativa. Mesmo assim, o clube e o goleiro buscam faturar como é possível. Já houve algumas partidas no Morumbi em que Ceni participou com torcedores. Agora chegou a hora de vender produtos. Depois de relógios e camisas, há kits para todos os bolsos. Entre R$ 50,00 até R$ 5 mil. Os descaminhos políticos do São Paulo conseguiram estragar a despedida do jogador. O improviso domina as ações. Até Rogério Ceni está descontente. Não reclama agora para não deixar tudo pior.
Mas essa é a menor das preocupações no Parque São Jorge. Dirigentes, conselheiros, jogadores querem dar seu adeus especial ao maior ídolo do São Paulo. Se pudessem, mandariam seus médicos, fisioterapeutas, fisiologistas para assegurarem a presença do rival em Itaquera no domingo. Rogério Ceni quer muito. Segue seu tratamento intensivo com afinco. Manhã, tarde e noite. Mas os médicos no Morumbi estão pessimistas. O último encontro tem remotas chances de acontecer. Para frustração de milhões de torcedores. Dos dois lados. Essa rivalidade vai deixar saudade...
Fonte: Esportes R7
Autor: cosmermoli
Publicado em: 17 Nov 2015 08:46:14
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