quarta-feira, 18 de novembro de 2015

O fraco Peru foi o adversário perfeito para a Seleção em Salvador. Sem correr riscos, o Brasil goleou por 3 a 0. Mas o time de Dunga termina 2015 ainda buscando o rumo...

O fraco Peru foi o adversário perfeito para a Seleção em Salvador. Sem correr riscos, o Brasil goleou por 3 a 0. Mas o time de Dunga termina 2015 ainda buscando o rumo...




Não é por acaso que o Peru é o penúltimo colocado das Eliminatórias. Time fraco, desleal, com um treinador que só teve espasmos de coragem depois que perdia por dois gols. O placar de 3 a 0 foi modesto. Foi o adversário ideal para o Brasil de Dunga fechar o ano. Dar a falsa impressão que está tudo bem. Não está. Willian, Douglas Costa e Renato Augusto foram os principais jogadores de uma equipe ainda sem fluência, intensidade, convicção. Terminou o ano em terceiro das Eliminatórias. Atrás do Equador e do Uruguai, com sete pontos em 12 possíveis... A goleada passa a falsa impressão da redescoberta do bom futebol. Houve alguns acertos. Como a liberdade para Douglas Costa, apesar de canhoto, atuar na direita. Autorizar Willian a apostar nos dribles, abandonar a burocrática função de correr atrás de lateral. E o entrosamento de Renato Augusto e Elias no meio de campo. Os fizeram como no Corinthians. Alternaram na marcação e no ataque. Defender ficou mais fácil do que com Lucas Lima. O jogo, do início ao final, foi previsível. Dunga já havia dado pistas que havia adorado o segundo tempo contra a Argentina. Uma senha para adiantar que o time seria o que terminou o jogo. Nada de atacante fixo, como Ricardo Oliveira. E nem mesmo os toques longos, os lançamentos de Lucas Lima. O treinador deixou Neymar adiantado no esquema 4-1-4-1, que deseja fixar na Selção. Ele deveria ser a referência nos ataques, nos contragolpes. O que acabou liberando Willian e Douglas Costa para ficarem trocando de posição, de lados para explorar. Com Renato Augusto no time, Elias teve muito mais coragem para ajudar o ataque. Tudo muito bonito. O fato de ter o Peru como sparring tornou as decisões de Dunga "geniais". Gareca foi covarde demais. O técnico argentino distribuiu seus jogadores em duas linhas de quatro. E vivia de contragolpes montados à base de chutões na direção de Guerrero. O time vivia apostava em uma bola. Um cruzamento. Uma falha dos defensores brasileiros. Tudo isso era lastimavelmente pouco. Apesar da facilidade, o Brasil se mostrava inseguro na troca de posição, ao atacar em bloco. Neymar seguia individualista demais sabotando vários contragolpes. Faltava coordenação ao time para tentar pressionar a saída de bola adversária. Daniel Alves era um ponta direita estabanado, roubando espaço de Willian. Dunga demorou para enxergar. Em compensação, Filipe Luís apoiava menos do que o necessário. Apesar do fraco adversário, o Brasil demorava como time a se impor. A torcida baiana que aplaude até aquecimento, se irritou e algumas vaias começaram a ser ouvidas. Foi quando a individualidade se impôs ao coletivo. Willian fez o que quis pela direita, driblou e cruzou. Douglas Costa só encostou na bola. Brasil 1 a 0, aos 21 minutos. O gol deu mais confiança ao time e fez os torcedores trocarem o princípio de vaia por aplausos, euforia. A CBF acertou ao levar os jogos da Seleção no Nordeste.



Fonte: Esportes R7
Autor: cosmermoli
Publicado em: 17 Nov 2015 23:59:43

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