domingo, 1 de novembro de 2015

O Corinthians é o campeão brasileiro de 2015. 3 a 0 contra o Atlético Mineiro, calando o Independência. Tática, talento, força física e psicológica os segredos do grande time montado por Tite...

O Corinthians é o campeão brasileiro de 2015. 3 a 0 contra o Atlético Mineiro, calando o Independência. Tática, talento, força física e psicológica os segredos do grande time montado por Tite...




Faltando cinco rodadas, o Campeonato Brasileiro já tem seu campeão. O Corinthians teve estratégia, talento, força física e psicológica. Como foi durante todo o torneio. Não tomou conhecimento do alçapão do Independência, da torcida empolgante, apaixonada e muito menos do ótimo Atlético Mineiro, montado por Levir Culpi. As próximas rodadas são mera formalidade. O Corinthians já contabiliza seu sexto título brasileiro. 1990, 1998, 1999, 2005, 2011 e 2015. Coritiba em Itaquera. Vasco, em São Januário. São Paulo, em Itaquera. Sport em Recife. E Avaí, em Itaquera. Essas são as últimas rodadas que confirmarão a conquista. A equipe de Tite se impôs como o mais completo time do País. E venceu, com toda a autoridade, por 3 a 0. Gols marcados, por ironia, pelos únicos atletas contestados do elenco: seus atacantes Malcom, Vagner Love e Lucca. A vitória fez com que alcançasse 11 pontos de vantagem diante do segundo colocado, justamente a equipe mineira. Se impôs sem a menor dificuldade. E com um dos seus maiores jogadores de fora. Elias, suspenso. Mesmo assim, o domínio do jogo foi impressionante. O grito de "é campeão, é campeão, é campeão", calou o coro mineiro do "eu acredito". Todos no estádio reconheciam, o Brasileiro de 2015 pertence por justiça ao Corinthians. "Só uma vitória do Atlético pode mudar o rumo do campeonato. Qualquer outro resultado, tudo estará definido. ", antevia Levir Culpi. Não conseguiu nem chegar perto disso. Resultado incontestável diante de toda sua superioridade diante de todos os adversários. Ninguém, nem de perto, venceu tanto e perdeu tão pouco. Teve tanta volúpia de gols e se defendeu com eficiência. Melhor ataque e melhor defesa. O time chegou a incríveis 73 pontos. 22 vitórias, sete empates e quatro derrotas. Marcou 62 gols e sofreu apenas 25. Tem o saldo fabuloso de 36 gols. Aproveitamento de 73,7%. Basta vencer o fraquíssimo Coritiba, sábado, em Itaquera, e o Atlético empatar ou perder do Figueirense, em Santa Catarina, e até a matemática se dobra de vez ao Corinthians. O que o Corinthians fez no Independência foi marcante. Tite teve mais trabalho com as covardes e nojentas cusparadas de vândalos atrás alambrados do que com o time de Levir. Ele estudou cada detalhe do rival. E mostrou coragem para que estava acostumado a ver covardia tática. Sem Elias suspenso, Tite tratou de escalar Rodriguinho. Meia que foi adaptado como segundo volante. Ele quis um jogador mais técnico, talentoso para fazer o Corinthians tocar a bola. E na intermediária atleticana. Não um outro volante, como Cristian, e deixar o time encurralado, sonhando apenas por contragolpes. "No ano que fiquei sem trabalhar, só estudando, tratei de aprimorar a minha maior deficiência. A força ofensiva quando meu time atua fora de casa", confessou, na semana passada, Tite. Ele sabia que hoje o Atlético não teria outra saída a não ser buscar a vitória. Era a decisão do Brasileiro. Os mineiros não tiveram a constância dos paulistas e estavam oito pontos atrás na tabela. A obrigação era vencer, diminuir a distância para cinco pontos, e rezar muito. Levir queria o seu time pressionando, marcando a saída de bola. Tentar fazer um gol logo no início da partida e perturbar psicologicamente o Corinthians. Transformar o estádio no alçapão. Leandro Donizete e Rafael Carioca atuariam mais à frente, empurrando Giovanni Augusto, Dátolo para que formassem um bloco com Luan e Lucas Pratto. Marcos Rocha e Douglas Santos deveriam atuar como pontas, abertos. Tudo daria certo. Se o Corinthians estivesse armado com suas linhas recuadas. Só que não. Tite surpreendeu ao fazer seu time atuar como se estivesse em casa. Marcando o Atlético Mineiro no seu campo. Não dando o mínimo espaço para a equipe de Levir sair com a bola dominada. Nem para pensar. Muito menos para respirar com a bola. Foi emocionante a dedicação dos corintianos. A intensidade da marcação. Desde os atacantes até os defensores. Sem medo da velocidade estabanada de Luan. Ralf cuidava sozinho da intermediária. Cobria com mais rigor do lado direito, onde a deficiência de Edílson em marcar é conhecida nacionalmente. No mais, Rodriguinho se juntava a Jadson e a Renato Augusto para tocar a bola, ganhar a batalha na intermediária atleticana. Vagner Love pela direita e Malcom iam abrindo espaço diante da zaga atleticana. Nessa altura do Brasileiro não há espaço para piedade. E Tite sabia o quanto o Atlético Mineiro havia perdido com a suspensão de Jemerson. Ele formava uma ótima dupla com Leonardo Silva. O veterano Edcarlos era o ponto fraco, suia lentidão e indecisão deveriam ser exploradas pelos atacantes. O treinador sempre passa muitas imagens e detalha virtudes e pecados dos jogadores adversários. Desde os primeiros minutos da partida, o Corinthians se impôs. Não deu espaço para o Atlético Mineiro. Seu jogo coletivo, o toque de bola, não dava esperança a Levir. O treinador percebia que ia perdendo centímetro por centímetro do gramado do Independência. De nada adiantavam os gritos insistentes dos torcedores. O "eu acredito" era cada vez mais sem convicção. O Atlético não conseguia criar e já começava a se preocupar atrás. A frieza do líder era impressionante. No primeiro tempo esteve melhor. Mas as chances também foram raras, porque os mineiros também têm uma grande equipe. Só que além do lado tático, havia o psicológico. Os jogadores atleticanos não tinham mais 90 minutos, só 45 para vencer o jogo. E estava claro que o Corinthians não mostrava como. A única válvula de escapa eram as bolas levantadas em escanteios e faltas. Muito pouco para quem deseja ser campeão. Tudo começou a ruir de vez para o time da casa, mal Herbert Roberto Lopes apitou o início da segunda etapa. Aliás, o juiz fez ótima arbitragem. Controlou o jogo com personalidade. Todo o medo corintiano por não vencer uma partida há cinco anos com ele apitando deixou de existir. O Atlético voltou mais aberto. Tinha de ganhar. E os corintianos sabem explorar o espaço dado ao time adversário. Depois de ameaçar por duas vezes abrir o placar, aos 22 minutos, não houve jeito. O zagueiro Felipe desceu, como se fosse ponta direita, cruzou. A bola caiu nos pés de Edcarlos que falhou de forma bisonha. A bola caiu nos pés de Jadson que levantou de primeira. Na cabeça de Malcom. Livre, ele não teve coragem de perder. Corinthians 1 a 0. O gol desabou psicologicamente de vez os atleticanos. Mais do que o nervosismo, a frustração pela impotência em atacar era o prenúncio da derrota. E ela se concretizou sete minutos depois. Rodriguinho tocou com inteligência para Jadson. Ele serviu Vagner Love. O atacante levantou a cabeça e viu que o marcava. Era Edcarlos. Ele o driblou sem dificuldades. E fuzilou Victor. Corinthians 2 a 0. Os gritos de "é campeão", vindo da pequena torcida corintiana dominavam o Independência. Ninguém mais tinha coragem de balbuciar "eu acredito". Nenhum atleticano acreditava mais. Nem Levir ou seus jogadores. O Atlético parecia um grupo de zumbis em campo. O Brasileiro estava perdido. Mas a dor aumentaria ainda mais. Renato Augusto tabelou com Vagner Love. O atacante errou, a devolução foi forte demais. O meia teve de se esforçar para não deixar a bola sair e cruzou. A bola encobriu Marcos Rocha que havia corrido para o centro da área. E caiu livra para Lucca completar de voleio para as redes. Corinthians 3 a 0, aos 39 minutos. O resultado reflete muito bem o que foi o jogo. A diferença entre as equipes. E explica porque o Corinthians é hexacampeão brasileiro. É o legítimo vencedor de 2015. Quem tem coragem de gritar "eu acredito que não"?




Fonte: Esportes R7
Autor: cosmermoli
Publicado em: 01 Nov 2015 18:55:04

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