quarta-feira, 4 de novembro de 2015

Palmeiras compromete R$ 23,2 milhões com Cleiton Xavier, 17 jogos e Fellype Gabriel, que não atuou sequer um minuto em 2015. Enquanto isso, Marcelo Oliveira precisa desesperadamente de um meia...

Palmeiras compromete R$ 23,2 milhões com Cleiton Xavier, 17 jogos e Fellype Gabriel, que não atuou sequer um minuto em 2015. Enquanto isso, Marcelo Oliveira precisa desesperadamente de um meia...




Membros do Conselho de Orientação Fiscal do Palmeiras estavam inconformados. Cobravam o presidente Paulo Nobre. Insistiam, queriam ter acesso aos históricos médicos de Cleiton Xavier e Fellype Gabriel. Por mais que o presidente tenha emprestado R$ 153 milhões do próprio bolso, os conselheiros não se conformavam com as duas contratações. Pela pouquíssima utilização dos dois. A cobrança dos conselheiros foi insistente e crescente. O estranhamento começou com o jogador que foi contratado com maior expectativa. Cleiton Xavier. Seu retorno ao clube já foi tumultuado. Ele teve de rescindir de forma nada amigável com o Metalist Kharkiv da Ucrânia. Ele conseguiu se desligar porque não recebia salários. O imbróglio levou mais tempo que o prometido e ele não pôde jogar no Campeonato Paulista. Quando finalmente estava liberado, ficou claro que estava mal fisicamente. Demorou para entrar em forma. Quando conseguiu, fez algumas partidas. Sem conseguir mostrar o futebol que o fez ser recontratado. Para piorar, sofreu uma lesão no coxa direita em agosto. Estava na fase final de recuperação e sofreu um estiramento na virilha. Os conselheiros começaram a cobrar Paulo Nobre. Afinal, Cleiton Xavier tem 32 anos e assinou com o Palmeiras um contrato de quatro anos. Seu salário é de R$ 380 mil mensais. Embora seja humilde, responsável com o tratamento médico, parceiro dos jogadores, a comparação em relação a Valdivia foi inevitável. Os conselheiros acreditam que o presidente palmeirense se precipitou. Agiu como torcedor. Não deveria ter oferecido contrato tão longo a Cleiton Xavier. E também desconfiaram que houve precipitação do dirigente. Primeiro assinando o compromisso e só depois o entregando para os médicos dos clubes analisar sua real condição. A medicina esportiva ucraniana não é elogiada pelos jogadores brasileiros. Muito pelo contrário. "Há muito tempo a torcida do Palmeiras quer a volta do Cleiton Xavier e eu, como dirigente, há dois anos também batalho para que ele voltasse", comemorou Paulo Nobre. O presidente estava entusiasmado porque havia vencido a concorrência do Flamengo e do Cruzeiro. Daí talvez a sua pressa em assinar o longo contrato. A conta é simples. Sem levar em conta bônus por títulos. O salário de Cleiton Xavier é de R$ 380 mil. Tem contrato por 48 meses. Nobre comprometeu R$ 18,2 milhões com a contratação. Marcelo Oliveira lamenta constantemente com Alexandre Mattos o fato de não poder contar com o jogador. Os médicos e fisioterapeutas palmeirenses são cobrados em relação ao meia. Mas dizem que estão fazendo tratamento intensivo. Não reclamam publicamente. Mas seus problemas musculares teriam sido herança da passagem pela Ucrânia. Está sendo feito um trabalho minucioso para reequilibrar os músculos do corpo. Ele estava a ponto de voltar a jogar em 2016. O que seria o ideal. Mas como o Palmeiras tem jogos decisivos pelo Brasileiro e está na final da Copa do Brasil, os médicos aceleraram o processo. E têm quase certeza de que ele ainda poderá atuar. O meia só conseguiu fazer 17 partidas desde que foi contratado. O site oficial do clube usa um recurso muito interessante. Soma as duas passagens do atleta. E assim aparecem 107 jogos. Passando a ilusão que ele tem jogado muito. Proposital ou não, a informação mais confunde do que esclarece.
Mas quem considera 17 partidas pouco, não pensou em Fellype Gabriel. Foi Oswaldo de Oliveira quem pediu a sua contratação. Convenceu Paulo Nobre que teria um "craque" sem gastar nada. O meia estava se desligando do Al Sharjah, dos Emirados Árabes. O Botafogo o queria de volta, aliás foi o mesmo Oswaldo quem o indicou para o clube carioca. Ficou encantado com o que fez no Japão, no Kashima Antlers. O Palmeiras teria de se apressar, caso quisesse contratá-lo. E foi o que aconteceu. Paulo Nobre tratou de oferecer um contrato de dois anos. Salários de R$ 210 mil. Nada menos do que R$ 5,04 milhões do Palmeiras foram comprometidos com o meia. Só que seu histórico médico era assustador. Porque se a fama dos médicos esportivos ucranianos não é boa, a dos que trabalham nos Emirados Árabes é terrível. E o jogador justifica. "Eu tinha tomado uma pancada, o médico pediu para fazer um negócio. Eu sentei no pé, ele foi na geladeira, pegou um pedaço de bife na geladeira e colocou no meu pé. Eu não conseguia nem fechar a chuteira. Continuou doendo, ele perguntou se eu queria outro no dia do jogo, eu não aceitei", confessou. E tudo ficaria muito pior. Em agosto do ano passado, ele rompeu os ligamentos do joelho esquerdo. Foi operado em São Paulo. Depois de cinco meses, as dores voltaram. Sofreu uma infiltração no local da operação. Seu osso do joelho acabou trincado. E ficou mais um longo período sem jogar. Sua relação com o joelho esquerdo já era problemática no Botafogo, antes de ir para os Emirados. Já teve até cirurgia cancelada. E recuperação surpreendente que o levou a ser convocado por Mano Menezes para o "fajuto" Superclássico das Américas, contra os jogadores da Argentina que atuavam no país. Sua fase o fez ser vendido pelo Botafogo ao Al Sharjah por R$ 4 milhões.
Desde maio, o jogador acumula lesões musculares no Palmeiras. As dores são generalizadas. As últimas, nas costas. Ele não conseguiu atuar sequer um minuto desde que desembarcou no clube. E talvez só possa jogar em 2016. Os conselheiros pressionaram Paulo Nobre a admitir o erro, a precipitação. Ele se nega até a conversar sobre a dupla. E as ameaças de revelaram à imprensa os salários da dupla se tornaram realidade. O Palmeiras tem R$ 23,2 milhões investidos nos dois talentosos, mas problemáticos meias. Os médicos e fisioterapeutas são preservados. Porque o erro aconteceu na precipitação das duas contratações. Marcelo Oliveira precisa desesperadamente de um meia articulador inteligente, com potencial técnico para servir os atacantes. Evitar os chutões, as "ligações diretas", os chuveirinhos que seu time insiste em fazer. Tem dois, mas não pode contar efetivamente com nenhum.

Paulo Nobre se cala. Seu silêncio diz muito. Os jogadores não têm culpa. São dedicados ao tratamento. Não bebem, não vão a festas atrapalhando os medicamentos. Os problemas são físicos e tudo indica que chegaram com eles. Da Ucrânia e dos Emirados Árabes. Fica a lição. É preciso muita cautela em qualquer contratação. Mesmo tendo concorrência nas negociações. Ainda mais envolvendo milhões de reais. Dirigente não age como torcedor. Dinheiro não é do presidente. É do clube que administra...





Fonte: Esportes R7
Autor: cosmermoli
Publicado em: 04 Nov 2015 17:40:34

Nenhum comentário:

Postar um comentário