Uma reviravolta na despedida de Rogério Ceni do futebol. Nos últimos dois anos, os dirigentes do São Paulo avisavam organizariam um adeus inesquecível para o maior ídolo do São Paulo. Seria uma revanche contra o Liverpool. Não o atual. Mas os jogadores que atuaram na famosa decisão do Mundial Interclubes de 2005. A melhor atuação de Rogério Ceni como goleiro na vida. O reencontro aconteceria no Morumbi. O São Paulo teria os atletas que jogaram há dez anos no Japão. Só que tudo teria mudado por vários motivos. A começar pela tumultuada passagem e renúncia de Carlos Miguel Aidar. O problemático dirigente desviou o foco do adeus de Ceni. As denúncias de comissões suspeitas atingiram em cheio o então vice de marketing, Douglas Schwartzmann. Ele teria sido citado no famoso e-mail de Ataíde Gil Guerreiro, o que exigia a renúncia de Aidar. "Você menciona em detalhes que o Douglas perdeu a noção do perigo e pede comissão em todas as operações", escreveu Ataíde, se referindo a queixas do próprio Aidar. Schwartzmann perdeu o cargo e não foi reconduzido por Leco. Era ele quem mais queria reviver essa partida com o time inglês. José Francisco Cimino Manssur foi nomeado responsável pelo marketing. Além disso, esse reencontro não ficaria por menos de US$ 100 mil, cerca de R$ 377 mil. Os jogadores britânicos teriam pedido esse valor, no mínimo. Um preço muito alto. E com um efeito indesejado. Se viessem, por exemplo, Gerard e Xabi Alonso, eles desviariam a atenção da imprensa, dos torcedores. E a maior estrela tem de ser o goleiro de 42 anos. Mas há o fator principal. O maior interessado. Rogério Ceni não estaria disposto a correr o risco de um confronto no seu último jogo. Correndo o risco de dar o adeus com uma derrota. Ele sabe que os jogadores do Liverpool não se conformam com a derrota na decisão do Mundial até hoje. E poderiam entrar em campo para valer, não para festejar. No Japão, em 2005, o jogo já foi terrivelmente difícil.
Então, sigilosamente, o São Paulo está trabalhando em outra direção. Reunir em uma grande festa os tricampeões pelo São Paulo. Os atletas que participaram das campanhas de 1992, 1993 e 2005. Todos seriam misturados. Rogério Ceni, inclusive, pode até atuar alguns minutos na linha. Com uma camisa especial, lógico. O confronto não teria o mínimo aspecto competitivo. Apenas festivo. Cada detalhe está sendo analisado junto com Rogério Ceni. Haverá camisa especial, boneco, relógios, bandeiras. Tudo o que for possível vender como recordação do adeus. Com participação financeira do goleiro. A princípio, o jogo de adeus deveria acontecer apenas em 2016. Mas acontece que o gramado do Morumbi sofrerá uma profunda reforma, entre dezembro e fevereiro. O organizadores do adeus estão propensos a fazer a despedida ainda em 2015. De preferência no dia 11 de dezembro, uma sexta-feira. Para evitar as viagens dos ex-atletas no final do ano. O São Paulo estaria fechando até a transmissão do adeus. A verdade é que de tanto adiar a aposentadoria, houve o efeito contrário. Não há mais o efeito surpresa no adeus de Ceni. Ele também está desgastado. Cansado das dores. Nos ombros e nos tornozelos, principalmente. Desta vez não terá novo adiamento no fim da carreira. Mesmo com uma eventual classificação para a Libertadores. Rogério Ceni quer parar. Só não deseja correr o risco de uma derrota no derradeiro jogo. E quem viu o que ele fez contra o Liverpool, viu. Não vai se repetir no adeus. Melhor uma jogo festivo entre tricampeões mundiais. Do próprio São Paulo, sem rivalidade. E com Rogério Ceni como máxima estrela...
Fonte: Esportes R7
Autor: cosmermoli
Publicado em: 07 Nov 2015 03:05:00
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