domingo, 22 de novembro de 2015

Um massacre. A festa do hexacampeonato do Corinthians foi espetacular, inesquecível. Sem seis titulares, o time goleou, humilhou o São Paulo. 6 a 1 foi pouco...

Um massacre. A festa do hexacampeonato do Corinthians foi espetacular, inesquecível. Sem seis titulares, o time goleou, humilhou o São Paulo. 6 a 1 foi pouco...




A festa pela conquista do Brasileiro do Corinthians foi inesquecível. Um massacre. Com direito a distintivo gigante, painel com a palavra hexa,saudações aos campeões, fogos de artifício, hino do clube cantado em gigantesco e emocionado coro. Era a primeira comemoração desde a nova arena foi construída. Mas o melhor ficaria para a partida. Itaquera tremeu com 45 mil torcedores alucinados, vibrando com uma vitória, no clássico contra o São Paulo. Nem precisou de Gil, Elias, Renato Augusto, Jadson, Vagner Love e Malcom. Sem seis titulares, o time fez o que quis do pobre São Paulo de Milton Cruz. Logo no primeiro tempo abriu 3 a 0. Viriam mais dois gols no segundo. 6 a 1. E a torcida se divertiu, gritando olé, humilhando o abatido, entregue rival. O destino salvou Rogério Ceni de passar vergonha no último clássico na carreira. Contundido, não foi para Itaquera.

O resultado além de vergonhoso, atrapalhou a luta pelo G4. O ambiente no Morumbi já estava ruim durante a partida. Com conselheiros revoltados trocando telefonemas e prometendo ir amanhã cobrar providências do presidente Carlos Augusto Barros e Silva. Exigem um reformulação no elenco em 2016. Não aceitam a passividade da equipe diante da goleada. O melhor, para o Corinthians o crème de la crème aconteceu aos 15 minutos segundo tempo. No quarto gol Romero tocou para Bruno Henrique, que tocou para Danilo. O meia deu um genial passe de letra para Lucca. O atacante estufa as redes com prazer. Gol maravilhoso, envolvendo nada menos do que quatro reservas. A vitória do grupo, do elenco, que tanto Tite apregoa. A campanha fantástica corintiana de 2015 alcançou 80 pontos, igualando o recorde do Cruzeiro na era dos pontos corridos, desde 2003. E tem tudo para se isolar, porque restam dois jogos. Contra o Sport, em Recife, e Avaí, em São Paulo. Basta somar um ponto e entra de vez para a história. Se enganou redondamente quem imaginou que o Corinthians entrou para festejar. Entrou para massacrar o rival. Durante 90 minutos, mesmo com incrível superioridade no placar, o time de Tite manteve o foco. Não quis humilhar o adversário com firulas, dribles, embaixadinhas. Mostrou que tem uma qualidade cada vez mais rara neste país: dignidade. Tite sabia de quanto seria importante este encontro entre o time e a torcida campeã. Mas o treinador, em segredo, queria homenagear o grupo, o elenco que suportou meses de atraso de salários, jogadores que ficaram até 300 dias sem receber direito de imagem. E que foi cobrado pelas eliminações seguidas na arena de Itaquera. No Paulista, na Libertadores, na Copa do Brasil. O treinador quis mostrar ao país que o Corinthians não depende apenas dos 11 titulares. Em uma postura corajosa, deixou cinco de fora. Gil, Elias, Renato Augusto, Jadson, Vagner Love, e Malcom. Mostrava contra o São Paulo que o importante é o desenho tático, a intensidade, a recomposição, a sua maneira moderna com que enxerga futebol. Foi um tapa de pelica em que ainda pensa que o futebol brasileiro precisa continuar refém de individualidades. O coletivo se impõe em qualquer grande clube do mundo. Aqui não seria diferente. Mesmo com cinco peças diferentes. Edu Dracena, Bruno Henrique, Rodriguinho, Danilo, Romero e Lucca. Tite usou o esquema que fez o Corinthians campeão. O 4-1-4-1. Atitude de coragem. Milton Cruz tentou evitar o pior. E apelou para o 4-5-1. Sabia que se saísse de Itaquera com um ponto seria motivo de muita comemoração. Só que além da estratégia, havia o lado motivacional, a alma. O Corinthians entrou em campo à flor da pele. Empolgado com o título, empurrado pelo pelo vento dos gritos de seus orgulhosos torcedores. O São Paulo, não. Se encolheu. Foi submisso. Manchou sua história repleta de conquistas. Fez uma partida vergonhosa. Bastou tomar o primeiro gol e o time abaixou a cabeça. Permitiu a goleada. Foi irritante a falta de gana, vibração, vergonha na cara do São Paulo. Tite foi fiel a Tite. Apostou na estratégia que acredita ser a melhor para o Corinthians. Titular ou reserva. E quer ver aplicada nas equipes de base. O 4-1-4-1. Com direito a muitas triangulações pelas laterais. Toque de bola consciente. Inversão de jogadas. Pressing. E treinamento à exaustão nas bolas paradas. Qualquer escanteio poderia e virava arma mortal. Milton Cruz foi mais humilde. Tentou superpovoar, travar o meio de campo rival e explorar as costas dos laterais corintianos, muito ofensivos. Fagner e Uendel voltavam ao time. Viver à base de bolas esticadas. Ainda mais porque perdeu Ganso, com dores musculares. A proposta era muito limitada do São Paulo, mas quase deu certo. Rogério se aproveitou, de titubeada na cobertura de Fágner, mas Cássio saiu aos seus pés e evitou o primeiro gol, aos 15 minutos. A partir daí, começou o massacre em branco e preto. Bastou uma cobrança de escanteio curta para Uendel. O cruzamento foi lento. Mas Felipe ganhou fácil de Lucão, Denis espalmou e Bruno Henrique não perdoou. Corinthians 1 a 0, aos 26 minutos. O estádio parecia que iria explodir de tanta felicidade. O resultado foi um abatimento inaceitável do São Paulo. Cruyff já disse que jogador de futebol "sente o cheiro de medo do adversário". Foi exatamente isso o que aconteceu. Os corintianos passaram a se impor, cruéis, depois do primeiro gol. Dois minutos depois, novo escanteio para o Corinthians. Romero, 1m70, ganhou de cabeça de Lucão, 1m87. A bola foi indefensável para Denis. 2 a 0. O hexacampeão deste país seguiu fazendo o que bem entendia. Aos 45 minutos, Lucca levantou, a zaga afastou. A bola sobrou para Danilo. Ele cruzou, a bola foi lenta para cima. Edu Dracena ganhou de quem? Sim, de Lucão. Cabeceou, Denis rebateu e o zagueiro corintiano pegou o rebote, fazendo 3 a 0. Itaquera ficava em delírio. Para o segundo tempo, Milton Cruz colocou Reinaldo no lugar de Bruno e Luís Fabiano no de Rogério. Seu time passava a atuar no 4-3-2-1. Carlinhos e Alan Kardec viraram meias. Só que o Corinthians continuou se impondo, sem se perturbar com o que acontecia do lado do São Paulo. Aos 15 minutos veio a obra prima, o golaço de Lucca, já descrito no início do texto. 4 a 0. Já era nítida a fisionomia de terror dos são paulinos. O time outra vez estava nocauteado, sem entender o que se passava. Tanto que três minutos depois, Fagner lançou Romero. O paraguaio desceu livre e cruzou para Hudson marcar contra 5 a 0 Corinthians. Enquanto a torcida ia ao delírio, Tite seguiu pedindo seriedade, queria o seu time correndo atrás de mais gols. Milton Cruz se desesperava e colocava mais um zagueiro. Edson Silva no lugar de Wesley. Pelo menos, o São Paulo descontou, quando Alan Kardec cruzou e Carlinhos completou entre a zaga corintiana. 5 a 1, aos 24 minutos. Tite ficou revoltado com o gol sofrido. Mas os jogadores o acalmariam da melhor maneira. Com o sexto gol. Aos 29 minutos, Romero driblou Reinaldo e foi derrubado na área. Pênalti. Cristian pegou a bola e avisou que iria cobrar. Todos o apoiaram. Ele não só marcou 6 a 1 como repetiu o gesto que fez em 2009. Ele cumpriu a promessa, quando retornou ao Parque São Jorge. Comemorou mostrando os dedos médios para a torcida do São Paulo. Não houve nem protesto. O jogo já humilhara os torcedores. Ainda houve um pênalti inventado de Péricles Bassols. Edu Dracena cortou a bola, que foi para fora. Só aí atingiu Carlinhos. Mas o árbitro carioca apontou a marca do cal. Alan Kardec bateu. E aí foi a hora de Cássio se consagrar no jogo, defendendo a cobrança. Deu tudo certo para o Corinthians, o melhor time do Brasileiro. O 6 a 1 de hoje será inesquecível. A comemoração com direito a humilhação em um dos grandes rivais. Foi a cereja no bolo de uma campanha histórica. E a constatação de quem é hoje o grande treinador deste país. Sem seis titulares, massacre sobre o São Paulo. Tite já é o melhor técnico da história do Corinthians...



Fonte: Esportes R7
Autor: cosmermoli
Publicado em: 22 Nov 2015 18:50:36

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