quarta-feira, 11 de novembro de 2015

Dono da maior dívida entre os grande do Brasil, o Botafogo não pode se deixar empolgar com o obrigatório acesso. Dois rebaixamentos já bastam. Não há nudez de Maitê Proença que compense...

Dono da maior dívida entre os grande do Brasil, o Botafogo não pode se deixar empolgar com o obrigatório acesso. Dois rebaixamentos já bastam. Não há nudez de Maitê Proença que compense...




A belíssima nudez de Maitê Proença não vai tirar o foco. A atriz promete cumprir a promessa do acesso do clube carioca. Vai tirar a roupa. O Botafogo comemora seu retorno à Série A. Com direito a choro, comemoração e a promessa de que o clube nunca mais voltará à Série B. Exatamente como aconteceu em 2003. Só que, de novo, há mais empolgação do que realidade. O Botafogo é quem mais deve no Brasil: R$ 845,5 milhões. O presidente Carlos Eduardo Ferreira revela que o clube estava travado por conta de uma dívida fiscal de R$ 600 milhões. Houve ontem a adequação dos estatutos para que possa aderir ao Profut. E desfrutar do refinanciamento de "pai para filho" de R$ 4 bilhões que o governo federal oferece ao futebol brasileiro. São até 20 anos para as dívidas com impostos e Receita Federal. A esperança de Ferreira é que o clube possa ser realmente administrável como de Série A. Porque atualmente não. O time que conseguiu fugir da Segunda Divisão tem um teto salarial de R$ 60 mil. Com exceção de Jefferson, R$ 300 mil. Apostou em elenco de jogadores rodados como Daniel Carvalho e Neílton. Bancou Ricardo Gomes, depois do seu segundo AVC. Ele recebe R$ 200 mil. Marcelo Mattos recebia R$ 300 mil. Ficou dez meses com direitos de imagem em atraso. E mais seis meses em carteira. Depois de um acerto financeiro, foi dispensado. O clube não tinha como manter o jogador que a Comissão Técnica desejava que continuasse. "Eu tive de mostrar muita força. Sei que muita gente estava preocupada comigo. A profissão de treinador é muito desgastante. Mas tive todo o respaldo médico. O meu segundo AVC, no Vasco, foi muito grave. Mas tinha a certeza dos médicos, a confiança da direção do Botafogo e o carinho dos torcedores para seguir firme. Estou muito contente com o trabalho. "Fiquei fora do futebol por quatro anos e isso tem um preço. Agradeço ao presidente do Botafogo, pois ainda tenho deficiências e elas aparecem em alguns momento. Eu mesmo tinha algumas dúvidas se daria certo (a volta ao futebol). Não foi um acidente normal o que sofri. Só tenho a agradecer ao Botafogo "Já avisei que não tenho nenhuma dúvida. Precisávamos dessa certeza, a volta para a Série A. A renovação não vai ter nenhum problema e já temos algo pensado para o ano que vem."

A alegria de Ricardo Gomes é tocante. A emoção, a alegria dos jogadores, do treinador, dos torcedores e dos dirigentes é mais do que justificável. Só que não há espaço para ilusão. Para escorar o Botafogo no seu retorno há um recurso casuístico que poucos comentam. Os grandes clubes da Série A têm um acordo com a Globo. E a emissora mantém a mesma cota no primeiro ano do rebaixamento. Na prática era como se a equipe estivesse na Primeira Divisão. O que causa uma enorme disparidade. O Botafogo recebeu R$ 45 milhões para disputar a Série B. Vitória e Bahia, receberam R$ 27 milhões. Os outros 17 clubes ganham R$ 3 milhões. O que torna a competição absolutamente desproporcional. Apesar de os dirigentes não gostarem de tocar no assunto, esse dinheiro facilitou a volta à Série A com quatro rodadas de antecipação. A diretoria está empenhada em tentar buscar dinheiro para 2016. O primeiro foco é o naming rights do Engenhão. Infelizmente o clube se vê obrigado a esquecer a justa homenagem que presta a Nilton Santos. O sonho é conseguir vender o nome do estádio por dez ou cinco anos. Preço: R$ 30 milhões anuais. Além disso, conselheiros influentes tentam atrair o dinheiro da Caixa Econômica Federal como patrocinadora master. Está muito difícil. O clube não aderiu à Copa Sul-Minas-Rio, como Flamengo e Fluminense. Se manteve fiel à Federação Carioca. E pretende contar com o apoio financeiro de Rubens Lopes, caso o clube precise de empréstimos ou antecipações. Os dois jogadores que foram destaque no time, Neílton e Willian Arão não deverão seguir no próximo ano. O atacante deve retornar de empréstimo ao Cruzeiro. E o volante tem tratativas adiantadas com o Flamengo. O clube vai seguir apostando em jogadores baratos. Deverá aumentar o teto salarial. Mas os dirigentes prometem que não haverá extravagância. E com maciço investimento em promessas da base, de outros clubes e também atletas rodados dispostos a se encaixar na política financeira. Até o novo estatuto deverá conter Carlos Eduardo Ferreira nos gastos com o futebol.

O rebaixamento de 2002 não deixou ensinamento algum. Nem o retorno à Série A em 2003. A irresponsabilidade seguiu dominando um clube tão importante, cuja história se confunde com a Seleção Brasileira. Garrincha, Didi, Nilton Santos, Gerson, Jairzinho, Paulo César Caju, Zagallo, Amarildo, Marinho Chagas, Manga, Dirceu, Bebeto, Josimar, Alemão, Jefferson foram seus dignos representantes. Não há quem goste de futebol neste país que não se alegre com a volta à elite do Botafogo. O Brasileiro de 2016 ganhará outro peso. Mais clássicos contra grandes cariocas, paulistas, mineiros e gaúchos. Mas não há quem acompanhe os bastidores do futebol que não se preocupe com o Botafogo em 2016. A situação financeira segue precária. São décadas de atraso, descaso, irresponsabilidade e até profunda suspeita em algumas administrações. A modernização administrativa é obrigatória. Ainda mais com uma dívida terrível.

Porém o dia é de alegria, festa. Celebrar os jogadores, Ricardo Gomes. Pensar na nudez de Maitê Proença. Mas sem se esquecer que 2016 chegará. E dar um fim ao sofrimento. Respeitar a sua história. Seus milhões de apaixonados torcedores. Nudez de mulher alguma serve como consolação. O Botafogo de Futebol e Regatas não nasceu para a Segunda Divisão...





Fonte: Esportes R7
Autor: cosmermoli
Publicado em: 11 Nov 2015 11:51:10

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