domingo, 3 de abril de 2016

120 segundos mudaram o clássico. Prass defende pênalti e Dudu marca. Vitória fundamental para a sobrevivência do Palmeiras no Paulista. E ainda faz traz confiança para a decisão da Libertadores, contra o Rosário Central, na Argentina...

120 segundos mudaram o clássico. Prass defende pênalti e Dudu marca. Vitória fundamental para a sobrevivência do Palmeiras no Paulista. E ainda faz traz confiança para a decisão da Libertadores, contra o Rosário Central, na Argentina...




Foram dois minutos que mudaram o clássico. Aos 30 minutos, Lucca foi convicto para a cobrança do pênalti, cometido infantilmente por Thiago Martins em Giovanni Augusto. Fernando Prass apontou o canto direito, avisando que o atacante cobraria lá. Foi o que ele fez. E o goleiro fez espetacular defesa. A torcida comemora como um gol. Incendeia o Pacaembu. 120 segundos depois, falta para o Palmeiras. Egídio cobra em direção à área, Zé Roberto desvia. A bola sobe. Cai para ser disputada entre Dudu, 1m61, e Cássio, 1m95. O goleiro com os braços esticados passa dos três metros. Mas o tamanho perdeu para a velocidade. Gol de cabeça. Vitória fundamental do Palmeiras na sua sobrevivência no Campeonato Paulista. Escrita mantida. No clássico mais tradicional do futebol paulista é assim. Quem está vivendo um momento pior costuma vencer. Foi o que aconteceu. Em mais um emocionante jogo entre dois dos maiores rivais deste país. "Muito importante a vitória. Emocionante. Quando cheguei, muitos falaram que não valia o investimento. Nunca abaixei a cabeça e continuei trabalhando. Tem que dar resultado dentro de campo. Todos do Palmeiras sabem o que fiz para estar aqui hoje. Briguei com os médicos para jogar, eles não queriam deixar. Mas eu gosto desses jogos que me deixam motivados para defender esse time com muito orgulho", desabafou o autor do gol, Dudu. Por esse esforço, o atacante voltou a sentir a coxa direita. E pode ser desfalque quarta-feira, no jogo de vida ou morte na Argentina. O resultado traz confiança, ânimo para a decisão palmeirense na Libertadores. Quarta-feira, em Rosário, na Argentina, contra o Rosario Central, o ânimo do time de Cuca será outro. Vencer o Corinthians faz bem para alma... A torcida palmeirense mudou radicalmente a letra do coro com que encerrava os últimos jogos. Ficou contagiada pela entrega dos atletas. E, lógico, pela vitória. Em vez de "time sem vergonha", aquele que perdeu os quatro primeiros jogos com Cuca, virou "time de guerreiros", depois de derrotar o hexacampeão brasileiro.

O jogo foi incrivelmente disputado. Palmo a palmo. O Palmeiras não tinha o seu caldeirão. A arena estava impossibilitada por conta do show do Coldplay, na quinta-feira. Mas os torcedores transformaram o Pacaembu na casa do time de verde. Cuca sabia que enfrentaria o Corinthians de Tite, com seu tradicional e eficiente, 4-1-4-1. O treinador ensaiou em segredo uma estratégia para acabar com frieza, com a racionalidade do hexacampeão brasileiro. Reviveu seus tempos de treinador do Atlético Mineiro atuando no estádio Independência. E tratou de fazer seu time marcar o Corinthians sob pressão. Encurralar o adversário no seu campo. Como se estivesse enfrentando uma equipe pequena. A estratégia contagiou os torcedores. Os desconfiados palmeirenses não acreditavam no que viam. Seu time não deixar os corintianos respirarem. E terem de apelar para os chutões, companheiros indesejáveis da equipe verde, desde os tempos de Marcelo Oliveira. Tite havia preparado o Corinthians para aproveitar o desespero palmeirense. Sabia muito bem que a equipe de Cuca precisava dos três pontos para sobreviver no Paulista. Acreditava que o adversário tentaria atacar em bloco, deixando espaço aos contragolpes. Não imaginaria nunca que Cuca teria a ousadia de marcar o Corinthians no seu campo de defesa. A saída de bola corintiana estava absolutamente comprometida. O Palmeiras tinha uma modificação importante na parte ofensiva. Cuca sabe que, apesar de desengonçado, Alecsandro tem ótima visão de jogo e movimentação dos atacantes na diagonal. Como depois de 71 contratações, Alexandre Mattos foi incapaz de trazer um grande meia, o irmão de Richarlyson atuou na posição. Trocando de posição com o veloz e jogador muito mais importante perto do gol adversário, Gabriel Jesus. Cuca tinha um estilizado 4-2-3-1. Não estático como era o Palmeiras de Marcelo Oliveira. Mas sem o homem fixo na frente. E com laterais que não corriam apenas pelas beiradas do campo. Mas que fechavam as intermediárias, auxiliando e muito o meio de campo. Deixando o time muito mais compacto. Sem sobrecarregar Gabriel e Arouca na marcação. O jogo foi muito disputado no primeiro tempo. Tite aproveitou a parada técnica e combinou com seus atletas, as bolas lançadas sobre as linhas adiantadas palmeirenses. Sem chutões, mas lançamentos. Eles iriam diminuir o ímpeto do rival. Até porque equipe alguma do mundo consegue marcar sob pressão por 90 minutos. A partida ficou mais equilibrada. Mas sem grandes chances efetivas de gol. Aos 16 minutos, Giovanni Augusto descobriu Lucca livre na área. O chute saiu cruzado, raspou a trave de Fernando Prass. Aos 21 minutos, Alecsandro lançou Gabriel Jesus. Livre diante de Cássio sobrou força e menos maturidade. Ele disparou chute fortíssimo, mas no meio do gol, facilitando a defesa. Os palmeirenses, sem meia talentosos graças a Alexandre Mattos e Paulo Nobre, insistiam em cruzamentos altos para a área. Foi um exagero. 13 contra nenhum do Corinthians, que prefere o passe trocado rasteiro, preciso. O Palmeiras voltou para a segunda etapa sequioso pela vitória. Percebeu ser possível. O Corinthians queria vencer a partida. Mas se perdesse, não teria maior consequência. O time tem a melhor campanha no Paulista e já está classificado para a fase dos mata-matas, ao contrário do rival. Isso pesa no consciente e no subconsciente de qualquer equipe. O time de Cuca recuperou seu fôlego e voltou marcando a saída de bola corintiana. Elias, que voltava de longo período parado por contusão, deixou o campo aos oito minutos. Entrou o garoto Maycon. No dia que os dois atuarem juntos, Tite pode descobrir uma dupla infernal. A dedicação palmeirense dá resultado aos nove minutos. Gabriel Jesus cruzou para Alecsandro. O atacante se esticou para, livre, desviar a bola. Cássio fez uma excelente defesa.

Aos 16 minutos, saiu o cada vez mais improdutivo Robinho. Entrou no seu lugar, Dudu. O Palmeiras queria e sabia que poderia ganhar a partida. Só que um lance infantil quase acaba com o sonho. Giovanni Augusto ganhou dividida de Thiago Martins. O jovem zagueiro dá trombada desnecessária. Pênalti claro. O lance aconteceu aos 27 minutos. Só aos 30, Lucca foi para a bola. "Eu havia estudado as cobranças do Lucca. Ele não bate só em um canto como, por exemplo, o Tcheco quando jogava. Só chutava cruzado no canto esquerdo. Esperei até o último momento. Não sai. E me estiquei no direito. A defesa foi ótima. Porque inflamou a torcida. Deu ânimo para o time. E logo em seguida veio o gol do Dudu. Saímos muito animados deste clássico", resumiu Fernando Prass.

Dois minutos depois, Egídio bateu falta. Zé Roberto conseguiu cabecear. E Dudu foi mais rápido do que Cássio. Cabeçada e gol palmeirense. 1 a 0. O lance foi duvidoso e terrivelmente difícil para a arbitragem. Até mesmo as câmeras de televisão não diluíam a dúvida, se ele estava milímetros impedido ou não. Só a fotografia mostra metade do ombro de Dudu avançado, à frente de Felipe. Impedido, portanto. Mas lance impossível para os olhos nus. Daí a necessidade de tecnologia no futebol. Como ela ainda não está liberada, a recomendação da Fifa para os árbitros, na dúvida, validar o gol. Animado, o Palmeiras continuou melhor. Poderia ter feito o segundo. Se não fosse Gabriel Jesus. Dudu foi lançado, invadiu a área e tocou na saída de Cássio. A bola entraria. Mas claramente impedido, Gabriel Jesus a empurrou para as redes e o lance foi anulado. A torcida e o time palmeirenses fizeram uma festa muito grande ao final do clássico.

A vitória lavou a sofrida alma verde. O clube agora só depende de uma vitória contra o humilde Mogi Mirim no Paulista. E ganhou fôlego para o que interessa, o jogo contra o Rosário Central, pela Libertadores, na quarta-feira. "Vencer o Corinthians foi importante demais. Vamos diferente para a Libertadores contra o Rosário." Análise de Cuca, finalmente empolgado no Palmeiras. Quanto a fora do gramado, a velha selvageria. Confronto entre as organizadas e um morto.

Até quando?



Fonte: Esportes R7
Autor: cosmermoli
Publicado em: 03 Apr 2016 18:01:45

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