terça-feira, 12 de abril de 2016

Os bastidores de como Fred perdeu seu reinado no Fluminense. Os personagens principais: Ronaldinho Gaúcho, Diego Souza, jovens jogadores, torcida e Levir. A possibilidade de futuro no Palmeiras, Cruzeiro, Inter e até Corinthians...

Os bastidores de como Fred perdeu seu reinado no Fluminense. Os personagens principais: Ronaldinho Gaúcho, Diego Souza, jovens jogadores, torcida e Levir. A possibilidade de futuro no Palmeiras, Cruzeiro, Inter e até Corinthians...




O roteiro com os detalhes da briga entre Fred e Fluminense é intenso. E mistura intolerância, frustração por negativa de aumento nos salários, desrespeito diante dos companheiros, 60% de jogos disputados desde 2010, falta de vigor físico para desempenhar a função tática exigida pelo treinador. Por tudo isso, a intransigência do jogador. E sua disposição de sair do Fluminense. Não quer jogar mais sobe o comando de Levir Culpi, o primeiro treinador a enfrentá-lo depois de sete anos de Laranjeiras. O staff do jogador, faz sua parte. Já começou a espalhar sondagens de Palmeiras, Cruzeiro e Internacional. O time carioca só o libera se for paga a multa rescisória, R$ 20 milhões. O presidente Peter Siemsen não aceita o empréstimo. Só sai definitivamente. O jogador e capitão do time cumprirá sua obrigação. A de se reapresentar hoje. Mas deverá treinar separado dos outros jogadores. Sua preocupação será mostrar que não aceita nem treinar sob o comando de Levir Culpi. Não deseja o menor contato com o técnico. Fred já vinha irritado. Ele recebe R$ 800 mil do Fluminense. No início do ano, o clube recebeu proposta de um time chinês. R$ 2,2 milhões mensais. Disse à diretoria que ficaria no Brasil se tivesse um aumento. Passasse a ganhar R$ 1 milhão. E o acordo verbal foi estabelecido. Só que até agora, não recebeu esse dinheiro. Os números de Fred vieram à baila, mostrando que, desde 2010, só participou de 60% das partidas do Fluminense. Desde que chegou, o Fluminense atuou 404 vezes. E teve seu principal atacante por 241 jogos. Por mais que tenha marcado 145 gols, 0,6 por partida, sua ausência é impressionante.

Levir Culpi atingiu algo que era incontestável ao atacante. Sua liderança. O treinador não o perdoa da maneira com que está tratando os garotos da equipe. Já havia a lamentável atitude do centroavante contra Danielzinho, na partida contra o Madureira. Já fora da partida, no banco, ele passou uma vergonhosa descompostura no jovem atleta. A partida aconteceu no dia 11 de fevereiro. O técnico era o pressionado Eduardo Batista, que não reagiu. Só que Levir não admitiu o que Fred fez com Gustavo Scarpa contra o Bangu. Na parada técnica, o jogador aos berros o humilhou diante dos companheiros. No vestiário, o treinador desautorizou o atacante a tratar dessa maneira qualquer colega de time. Principalmente os mais jovens. "O técnico não vai ser nunca mais importante do que o Fluminense, quanto mais um jogador. O jogador joga, e o técnico treina. Não sei qual a dificuldade no entendimento de alguém em relação a isso. Pode incomodar a ele, mas nós mal trabalhamos juntos. Tenho que saber o que está acontecendo para tomar uma posição. O Fluminense não pode ficar à mercê de atletas, técnicos e dirigentes", resumiu, firme, Levir.

O treinador já chegou às Laranjeiras avisado que teria de enfrentar o jogador. Ninguém vai confirmar oficialmente. Mas a curtíssima passagem de Diego Souza no Fluminense tem muito a ver com Fred. A convivência dos dois não foi nada amistosa. O meia é um jogador problemático e que precisa se sentir importante, valorizado. Ainda por estar sendo tratado quase como semideus no Sport. Esse status nas Laranjeiras já tem dono desde 2009. É de Fred. Percebendo que não conseguiria ser tratado como acredita que merece, Diego Souza foi firme. Bateu o pé e voltou para Recife. Deixando o reinado de Fred intacto. Depois de três meses. O jogador também se estranhou com Ronaldinho Gaúcho. Não houve a menor convivência pacífica. O meia que foi o melhor do mundo por duas vezes, nunca contou com sua cumplicidade. E também foi embora, depois de apenas três meses.

Os dirigentes, principalmente, Peter Siemsen, perceberam que precisavam cortar o espaço do veterano atacante. Havia extrapolado. Levir ganhou a licença de enquadrá-lo. E o treinador utilizou tudo que tinha nas mãos. Broncas e algo que o jogador detesta. Das últimas cinco partidas, o tirou de campo quatro vezes. Diminuiu as chances que acabasse com seu incômodo e cobrado jejum de oito jogos. Mais de dois meses sem marcar. Enquanto isso, a equipe cresceu. Está há 11 partidas sem perder. Tendo chegado até onde poucos esperavam. A decisão do título da Primeira Liga. Até parte da torcida escolheu um lado nesse embate. "Ei, você aí, avisa para o Fred que quem manda é o Levir", cantou em Volta Redonda, no domingo. Ele perdia uma aliado histórico. Ou seja, Fred se enxergou deixando de ser fundamental.

Representantes do jogador passaram à imprensa a sua vontade de não trabalhar com Levir Culpi. O "ou ele ou eu" chega no pior momento. Com o prestígio do treinador nas alturas. E o seu nunca tão baixo nestes sete anos. O jogador ainda tem grande mercado interno. Sabe que pode defender equipes poderosas. Sua relação de amizade e confiança com Cuca, no Palmeiras, segue imensa. Os dois participaram da campanha histórica de 2009. Quem banca o salário mais alto do grupo verde, os R$ 700 mil, do argentino naturalizado paraguaio Lucas Barrios, é a Crefisa. Paulo Nobre poderia trazer o artilheiro. Desde não tivesse de bancar a multa de R$ 20 milhões. O Cruzeiro é a casa de Fred. O seu retorno é tão aguardado como o de dom Sebastião em Portugal. O jogador confirmou nos programas de Jô Soares e no Altas Horas seu amor ao time que o lançou para o mundo. Lá ele tem o respaldo do técnico Deivid, apenas quatro anos mais velho. Sua liderança seria muito bem-vinda. O Internacional de Argel também é lembrado. O poderoso clube gaúcho busca um ídolo. Está órfão desde a saída de D"Alessandro. Há também a necessidade de um comandante dentro do campo. A falta total de identidade com o atleta e o clube seria o grande obstáculo. Quanto ao Corinthians, um empresário tentou se aproveitar da situação. E ofereceu o atacante ao clube no final de semana. Mas ele não tinha a autorização do Fluminense e nem pertencia ao staff do jogador. Era um mero especulador. Conselheiros ligados a Andrés Sanchez chegaram a pensar em uma troca com Pato. Mas há várias dificuldades, principalmente em relação ao término dos contratos. O do corintiano termina em dezembro. Do veterano atacante vai até 2018. Os salários são o mesmo. Há a questão da multa de R$ 20 milhões.
E ainda a postura de Tite, desgastado com a última estrela que passou pelo clube. Justamente Pato. A diretoria do Fluminense tenta remediar a situação. Levir Culpi se diz disposto a conversar com Fred. Tê-lo como aliado. Mas não ficará de joelhos para que isso aconteça. Fred segue garantindo que não joga mais com o treinador. Hoje será um dia decisivo para este impasse. Uma das últimas estrelas do futebol brasileiro enfrenta a realidade. Acabou seu reinado absoluto nas Laranjeiras...





Fonte: Esportes R7
Autor: cosmermoli
Publicado em: 12 Apr 2016 08:25:59

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