O momento do Atlético Mineiro não poderia ser melhor. O time montado por Aguirre encaixou, deslancha na Libertadores. Tem o midiático Robinho. Chama ainda mais a atenção da mídia nacional e internacional. O otimismo é imenso. Não só para a conquista de um novo título, como outra Libertadores ou Mundial. Mas para um sonho acalentado desde 1990, quando o antigo estádio Presidente Antônio Carlos foi demolido. E deu lugar a uma esperta estratégia, a cessão da área nobre de Belo Horizonte, no bairro de Lourdes, para a construção de um shopping center. Por 30 anos, desde 1996, o Diamond Mall, com valor estimado em R$ 1 bilhão, é explorado pela Multiplan. Há repasses percentuais ao Atlético Mineiro do faturamento. No ano passado, chegaram a R$ 4,2 milhões. Em 2009, a Multiplan quis antecipar a renovação do contrato, que vale até 2026. O Conselho Deliberativo disse não. A decisão foi esperar para usar um novo contrato como forma de pagar a sonhada nova arena. A direção não quer mais ficar à mercê do estádio do América e muito menos ficar presa à administração do Mineirão. Quer a sua a própria arena. Sem medo da recessão, pretende começar a construção já no final do próximo ano. Projeto feito, mas ainda não entregue oficialmente à prefeitura. Os dirigentes acertam as últimas arestas com o prefeito Marcio Lacerda.
De uma maneira mais amigável possível, representantes do Atlético Mineiro e da Prefeitura houve vários encontros para não deixar a menor dúvida. Até porque o documento terá de passar pela Secretaria de Planejamento Urbano, Secretaria de Meio Ambiente, BHTrans e o Conselho Municipal de Política Urbana. De forma inteligente, o Atlético quer ter todas as licenças até o final de setembro. Porque em outubro acontecerá a eleição municipal. Fosse qual fosse o partido vencedor, nada poderia ser mudado, se já estivesse aprovado. Arena multiuso com capacidade para 50 mil pessoas. Ao custo estimado de R$ 500 milhões. Menos da metade do custo, por exemplo, da estádio do Corinthians, com a mesma capacidade. A estratégia de pagamento já está feita. Começando pela parceria com a MVR. A construtora pertence a Rubens Menin. Ele é um atleticano fanático e com ótimo trâmite com o ex-presidente Alexandre Kalil e com o atual, Daniel Nepomuceno. O laço entre eles vai além do patrocínio. A MVR comprou por R$ 8,5 milhões uma área gigantesca no bairro Califórnia. Nela há a previsão da construção de uma arena de 110 mil metros quadrados. Estacionamento com capacidade para 4.500 carros. O sonho é a venda de cadeiras cativas e camarotes. O desejo é chegar a R$ 100 milhões de arrecadação.
Haverá ainda museu, centro de convenções, espaço para 200 lojas. O modelo escolhido de exploração será mais parecido com o Palmeiras do que com o Corinthians. Um contrato de exploração por parte da MVR de 25 ou 30 anos. Mas com a arrecadação dos jogos ficando para o clube. A direção atleticana já está buscando contatos para vender os naming rights da arena. O sonho é algo entre R$ 150 milhões e R$ 200 milhões, por um período de dez anos. Para não acontecer o que se passa com o Itaquerão, os dirigentes querem vender o nome do estádio o mais rápido possível, para não ganhar um apelido popular. E dicultar a transação. O novo estádio do Atlético de Madrid foi a inspiração para a Farkasvölgyi Arquitetura, do arquiteto Bernardo Farkasvölgyi. A arena multiuso será inteiramente coberta. E em cores branca e preta, lembrando uma bandeira atleticana. Tudo está evoluindo de maneira rápida, firme, consistente. A ação atleticana despertou até a atenção flamenguista. Estímulo na busca de uma arena para o clube de maior torcida no país. Não há a menor dúvida. O momento do Clube Atlético Mineiro é mágico...
Fonte: Esportes R7
Autor: cosmermoli
Publicado em: 17 Apr 2016 13:36:09
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