"Aos 75 anos, Marco Polo já avisou aos seus aliados que o pior já passou. E pensa firmemente em voltar a ser presidente da CBF. De fato e de direito. Porque na prática continua tão forte como sempre. Só que ele quer desfrutar do cargo às claras. E, para desespero de Galvão Bueno, esta decisão está próxima de ser tomada." O blog antecipou há cinco dias o que acaba de acontecer nesta noite. Marco Polo del Nero retomou o poder na CBF. Resolveu acabar com a sua licença. Tirou o útil coronel Nunes do cargo e voltou a mandar no futebol deste país. Sem medo do FBI, Departamento de Justiça Norte-Americano ou CPI do Futebol. Ele nunca deixou o cargo na prática. Sua vontade prevaleceu em cada decisão. O momento mais importante foi a manutenção de Dunga e Gilmar Rinaldi, mesmo com a Seleção Brasileira conseguindo a "façanha" de não estar nem entre os cinco primeiros, depois de disputado um sexto das Eliminatórias. Não convidou Tite, como foi noticiado. O FBI havia anunciado publicamente que Marco Polo del Nero era um dos investigados pelo crime de propina e formação de quadrilha. Mas o tempo passou e nada foi provado. Assim como também segue ileso da CPI do Futebol. As provocações e ofensas do senador Romário incomodaram. Mas nada que abalasse o seu poder. Como foi escrito há cinco dias, Marco Polo estava cada vez mais confiante. Pessoas influentes no futebol brasileiro confirmaram ao blog a possibilidade do seu retorno. Publiquei a notícia na quarta-feira. E na quinta-feira, ele abandonou a licença. Mas mandou todos na CBF serem discretos. Só na noite desta segunda-feira, ele deixou que o departamento de Comunicação da CBF vazasse a informação. Ele convocou uma reunião com seus vices. Por escrito. E assinou, sabendo que a carta chegaria às mãos dos jornalistas. Tudo que queria era mostrar que estava de volta ao poder. O estatuto da CBF prevê que o presidente pode pedir licença por até 180 dias. E renovar a licença, desde que assuma por pelo menos um dia. Foi o que o Del Nero fez ao tirar o vice Marcus Vicente, deputado do PP, no dia 5 de janeiro. O havia empossado no dia 4 de dezembro ao ser indiciado nos Estados Unidos. Mas teve de retirar Marcus do comando, porque ele estava tomando decisões sem consultá-lo. Promoveu a eleição do presidente da Federação Paraense, Coronel Nunes, à vice-presidência da CBF. Mais velho, ganhou no esdrúxulo estatuto, a chance de mandar, impedindo Delfim Nunes, desafeto de Del Nero, de assumir o cargo. Marco Polo reassumiu a presidência da CBF. De fato e de direito. Seus advogados seguem garantindo que "o pior já passou" e que nada foi provado contra ele. Se houvesse algo significativo ele estaria ao menos banido do futebol pela Fifa. Ou então seria expedida ordem de prisão. Nos Estados Unidos ou no Brasil.
Legalmente, até agora, não há nada que impeça Marco Polo de assumir o cargo que foi eleito. Nada. Nem mesmo a Globo, que se afastou por ele não viajar para a Suíça nos sorteios das Eliminatórias da Copa, brigar por jogos aos finais de semana para a Seleção, não atrapalhando a programação da emissora. Não foi. E a Globo teve de engolir partidas às sextas e terças-feiras. Marco Polo está vivendo um momento especialmente feliz. Domou com toda a tranquilidade o que prometia ser uma revolução no futebol brasileiro: a Primeira Liga. Acabou com o ímpeto dos dirigentes. Fez os revolucionários acabarem se rendendo ao poder do status quo, a CBF. Dirigentes do Flamengo, Fluminense, Cruzeiro, Atlético Mineiro, Grêmio, Internacional, Coritiba, Atlético Paranaense, Criciúma, Avaí, Figueirense e América Mineiro haviam prometido mudar o futebol brasileiro. Tirar o poder da CBF. Marco Polo manipulou as federações. A Carioca fez mais barulho. Vasco e Botafogo não disputaram a competição. Mas a Paulista teve atuação brilhante. Fez Corinthians, São Paulo, Palmeiras e Santos desprezarem o torneio. As rodadas aconteceram quase de forma fantasma. Conseguiram ser escondidas pelos fracos Estaduais. O torneio foi interrompido no seu momento mais emocionante. Paralisado depois das semifinais, disputadas, no dia 23 de março. E a final acontecerá apenas no dia 20 deste mês, abril. Entre Fluminense e Atlético Paranaense. Onde será o confronto? Em Juiz de Fora, Minas Gerais. No estádio Municipal Radialista Mario Helênio. Com capacidade para 30 mil pessoas. Ou seja, longe dos grandes centros. Vitória de Marco Polo del Nero. O torneio Primeira Liga de 2017 já terá a organização da CBF. A revolução foi implodida. Marco Polo manteve Dunga e Gilmar mesmo contra a opinião pública. E principalmente a pressão da Globo. Travou a Primeira Liga e segue mandando. De quinta-feira até hoje, já são quatro dias. Pode sair outra vez de licença novamente. Mas ninguém imaginaria no dia 4 de dezembro que retornaria. Voltou e segue como o homem mais poderoso do futebol deste país. Ainda aconselhado a não viajar para fora do território nacional. Por precaução em caso de indiciamento por parte do FBI. Para desespero da Globo. E incontrolável raiva do senador Romário...
Fonte: Esportes R7
Autor: cosmermoli
Publicado em: 11 Apr 2016 23:59:25
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