sexta-feira, 22 de abril de 2016

Leco e seu maior sonho. Bauza convencer Calleri a ficar mais um ano no Morumbi. O São Paulo se tornou dependente do argentino. Mas sua permanência após julho é quase impossível....

Leco e seu maior sonho. Bauza convencer Calleri a ficar mais um ano no Morumbi. O São Paulo se tornou dependente do argentino. Mas sua permanência após julho é quase impossível....




Nem Gabriela Sabatini no auge, na década de 90, foi tão bem tratada. A cúpula do São Paulo está encantada com outra pessoa nascida na Argentina. Ela se chama Jonathan Calleri. Bastaram três meses, 21 partidas, 12 gols, três assistências. Oportunismo, personalidade, vibração e uma pitada de cafajestagem. Tudo isso empolgou a direção do São Paulo. Não é por acaso que a diretoria vai recorrer à Conmebol para tentar evitar o impossível. Que ele fique, não enfrente na quinta-feira, o Toluca no Morumbi. A situação é irreal. Porque o árbitro chileno Roberto Tovar o expulsou após a partida. De maneira injusta, só tomou socos e pontapés dos truculentos jogadores do Strongest. Tudo porque ele cometeu o abuso de falar que não queria enfrentar o Boca Juniors nas oitavas. Essa é a tese dos ingênuos. Os jogadores do Strongest já estavam com o argentino atravessado no pescoço desde a partida do Pacaembu. Eles venceram em fevereiro, mas foram provocados, xingados pelo atacante. O aguardavam babando de raiva em La Paz. E para orgulho, principalmente de Leco, o argentino enfrentou cada encarada, devolveu palavrões, cutucadas em campo. Ainda fez o seu oitavo gol na Libertadores. Tento que garantiu o São Paulo nas oitavas. Bauza percebeu que ele poderia ser expulso. E tratou de substituí-lo no jogo de ontem. Mas do banco de reserva, ele continuou a provocar, a ironizar, xingar os bolivianos. Ao final da partida, os jogadores, a Comissão Técnica e a torcida do Strongest queriam beber seu sangue. Por isso foi socado e tomou pontapés. Sua reação? Riu muito no vestiário. Estava satisfeito. Tinha a certeza que havia feito o certo. Abalado psicologicamente os rivais. Ajudado na classificação do São Paulo, além do gol. Só ficou constrangido pelo cartão vermelho. O juiz Roberto Tovar, mais do que ninguém, sabia o quanto ele havia provocado os rivais. Por isso foi expulso.

Leco está fascinado por tudo o que Calleri está fazendo no São Paulo. E deseja fazer uma "loucura". Encontrar uma maneira de mantê-lo no São Paulo. Por pelo menos mais um ano. "O Calleri está se afeiçoando cada vez mais ao São Paulo. E a torcida está se afeiçoando a ele. Quem sabe a gente não possa fazer alguma coisa para mantê-lo aqui?", pergunta o presidente. Vale a pena recordar sua situação, publicada no blog, no dia 2 de fevereiro. "Gustavo Arribas. Antigo braço direito de Kia Joorabchian, intermediou a ida dos jogadores Tevez, Sebá e Mascherano para o Corinthians. Arribas chegou procurou a direção do Boca Junior com uma proposta de 12 milhões de dólares, cerca de R$ 47,7 milhões por Calleri. A imprensa argentina sabe que Arribas é o principal elemento do Stellar Group, grupo que é apresentado como de investidores ingleses. Assim que jovem atleta foi comprado, acabou registrado no humilde Deportivo Maldonado, equipe da Segunda Divisão Uruguaia. E que é usado de maneira clara, acintosa apenas para legalizar o atleta." Gustavo Arribas o contratou e precisava de uma equipe importante da América do Sul que aceitasse ser vitrine. O Atlético Mineiro foi o primeiro interessado. Mas o empresário uruguaio, Juan Figer, conseguiu levá-lo para o São Paulo.

Arribas comanda a Agência de Inteligência Federal da Argentina. A AFI tem como função cuidar da segurança nacional, investigar pessoas e empresas argentinas. Foi nomeado pelo presidente argentino Mauricio Macri. São amigos íntimos desde que Macri presidia o Boca Juniors. Ele e seu grupo não gastaram 12 milhões de dólares em Calleri por acaso. Querem lucrar e muito. A Inter de Milão conseguiu a prioridade. Não a certeza de compra do atacante. A situação está longe de ser definida. Na Argentina, se comenta que Arribas deseja nada menos do que 20 milhões de dólares no atacante, cerca de R$ 71,5 milhões. A transação não é fácil. Esta é a esperança de Leco. Ele já incumbiu Bauza de tentar convencê-lo a aceitar ficar por empréstimo de mais um ano. Não é tarefa fácil. O atacante está muito feliz no São Paulo. Só que sua carreira está planificada. Quer ir para se consolidar como grande jogador na Europa. E passar a ser presença constante na Seleção Argentina. Por mais que tenha empresários ricos na diretoria, como Vinicius Pinotti, dono de Centurión, não há como juntar R$ 71,5 milhões. A única saída seria o próprio atleta exigir que seu empréstimo, que termina em julho, seja prorrogado até julho de 2017.

Ele não ficou impressionado com o futebol brasileiro. Pelo contrário. Afirmou que aqui, ao contrário da Argentina, todos se defendem. Mesmo equipes grandes quando enfrentam pequenas. Não entende porque tanto medo. O futebol dos clubes brasileiros perdeu um admirador. Enquanto Leco pensa o que fazer para tentar prendê-lo, não é possível desmentir a influência da personalidade do atacante no elenco. Ele mesmo confessa que aprendeu com Tevez, futebol não é lugar para anjos. E enfrenta os zagueiros adversários sem medo. Os encara, xinga, provoca. "Não chega a ser um Serginho. Mas é folgado. Não deixa barato. É magrinho, mas se impõe. O São Paulo precisava de um atleta assim. Ele já motivou o grupo. O time estava acostumado a aceitar as derrotas, a abaixar a cabeça. Com o exemplo do Calleri, tudo mudou. Por isso o sonho seria segurá-lo por mais tempo", me diz um conselheiro muito ligado a Leco. O jogador nunca teve medo de adversários. Seu problema psicológico era outro. A ansiedade. Ele confidenciou que por três anos frequentou o consultório de Marcelo Roffé, psicoterapeuta esportivo. O tratamento intenso só foi interrompido quando veio para o São Paulo. Mas continuam se falando e trocando mensagens.

Calleri recebe o teto do clube do Morumbi, R$ 350 mil. Acreditou ser um bom dinheiro até julho. Mas quer mudar sua vida a partir de agosto, com a janela europeia. Por mais que doa o coração de Leco. A tendência é o argentino ir mesmo provocar zagueiros italianos. O que resta ao presidente são paulino é uma ameaça pesada da Conmebol. Suspender Calleri por três partidas. O tirar dos dois confrontos contra o Toluca pelas oitavas. E, em caso de classificação brasileira, do primeiro das quartas. Esse é o desespero do departamento jurídico. Todos sabem que, hoje, o São Paulo com Calleri é um. E outro, completamente diferente, sem o provocador argentino...




Fonte: Esportes R7
Autor: cosmermoli
Publicado em: 22 Apr 2016 17:47:13

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