sexta-feira, 15 de abril de 2016

A eliminação do Palmeiras na Libertadores começou no ano passado. Quando Paulo Nobre segurou Marcelo Oliveira. E não quis contratar um grande meia. O presidente agiu como torcedor deslumbrado. E Mattos se calou...

A eliminação do Palmeiras na Libertadores começou no ano passado. Quando Paulo Nobre segurou Marcelo Oliveira. E não quis contratar um grande meia. O presidente agiu como torcedor deslumbrado. E Mattos se calou...




O Palmeiras está eliminado da Libertadores da América de 2016. O time hoje fez a sua obrigação e goleou o fraco River Plate do Uruguai. Venceu por 4 a 0. Mas de nada adiantou. No Uruguai, o Rosario Central venceu o Nacional por 2 a 0. Os uruguaios, já classificados, entraram com reservas. Paulo Nobre não quis nem tentar mandar mala branca, dinheiro para o Nacional tentar vencer os argentinos. Agora a meta do clube passa a ser a conquista do Campeonato Brasileiro, título que não vence há 22 anos. Os mais de 30 mil torcedores aplaudiram a equipe mesmo eliminada. Foi o reconhecimento ao bom trabalho de Cuca. O treinador chegou no lugar de Marcelo Oliveira, mas não conseguiu reverter o caminho da eliminação. O Palmeiras é a primeira equipe brasileira desclassificada na fase de grupos. Dois resultados pesaram na eliminação. O empate na primeira rodada da Libertadores, contra o River Plate no Uruguai. E a derrota, em casa, para o Nacional. "Não tem um jogo que nos eliminou. O ideal seria o Palmeiras hoje estar lutando por uma pontuação melhor, infelizmente tivemos a eliminação. Eu só tenho que lamentar e pedir desculpas ao torcedor do Palmeiras", dizia Cuca, tentando amenizar os dois jogos fatais ao clube, nas mãos de Marcelo Oliveira. "A gente não poderia perder ponto em casa. Nos complicamos na Libertadores porque perdemos para o Nacional. Fora fomos bem. Mas dentro de casa fizemos campanha para ser eliminados. Infelizmente...", resumiu Alecsandro.

"É um dia triste para nós. Batalhamos, lutamos pela classificação. Temos de agradecer à torcida que nos apoiou. Nós sabíamos que seria difícil, já que não dependia só de nós. No intervalo soubemos que o (Rosario) Central estava ganhando. Mas conversamos e dissemos que teríamos de ganhar esse jogo. Concordo com o Alecsandro. Perdemos a classificação sendo derrotados pelo Nacional em casa", lastimava Allione. O Palmeiras foi eliminado de sua principal competição em 2016. Sua queda não se deve apenas ao fato de Paulo Nobre se recusar a dar dinheiro ao Nacional. A mala branca seria uma tentativa desesperada de tentar remediar o caminho de erros fundamentais na Libertadores. O primeiro deles tem nome e sobrenome. Marcelo Oliveira. A aura de ter sido bicampeão brasileiro atrapalhou o julgamento justo do fraco trabalho que fez no clube em 2015. Com o elenco que o Palmeiras tinha, ele deveria ter conquistado a vaga para a Libertadores tanto no Brasileiro como na Copa do Brasil. A vaga veio no torneio nacional que não premia a regularidade. Mas a pressão da torcida, o fator casa levado ao extremo. A Copa do Brasil, único título de verdade da diretoria, acabou por mexer com o ego de Paulo Nobre. Mesmo aconselhado por seus colaboradores mais próximos. Ele não quis demitir Marcelo Oliveira. Resolveu deixar a Libertadores nas suas mãos. Foi quando veio o gravíssimo erro. O executivo de futebol, Alexandre Mattos, e o Marcelo Oliveira tiveram uma relação subserviente em relação ao presidente. Nobre decidiu que não contrataria um grande meia. Algo que o elenco se ressentia. Não repôs um jogador à altura de Valdivia. O dirigente posou de conhecedor, garantindo que apenas Cleiton Xavier seria suficiente. Os dois concordaram, mesmo sabendo que o atleta tinha sérias lesões musculares. Tanto que fez sua primeira partida na Libertadores, apenas hoje.

Nobre não negociou nenhum atleta do time campeão da Copa do Brasil. Deu oito reforços pontuais. Mas o time despencou. Passou a não jogar bem. Contabilizou derrotas fundamentais. Era decepcionante não só no Paulista como na Libertadores. Ele havia tornado o time preso a um só esquema. O 4-2-3-1. Até os pipoqueiros da arena sabiam que o Palmeiras parecia uma equipe de pebolim, sem a menor variação tática. Quanto mais os treinadores adversários. A demissão veio em março, quando o time perdeu em casa para o Nacional por 2 a 1. A partida que todos os jogadores e torcedores choram hoje. Cuca não poderia ter chegado muito antes. Já que teve problemas graves de doença na família. E por cláusulas contratuais com o Shandong Luneng. Mas a avaliação do fraco trabalho de Marcelo Oliveira deveria ter sido feita no final do ano passado. A conquista da Copa do Brasil enganou Paulo Nobre. Sob seu comando, o Palmeiras cresceu. A dinâmica dos treinadores ficou intensa. O time passou a atuar mais agrupado. Em pouco tempo, vieram as triangulações, as jogadas ensaiadas em faltas e escanteios. Só que a sonhada reação na Libertadores ficou impossível. A maneira com que o time goleou o River Plate hoje, sem deixar o adversário respirar, lembrou muito o Atlético Mineiro de 2013 jogando no Independência. Os dois gols de Allione, o de Egídio e de Alecsandro, cobrando pênalti, saíram naturalmente. 4 a 0 foi até pouco. As palmas dos torcedores deixavam claro o que todos sabem. Se Cuca houvesse chegado um pouco antes, o clube deveria ter se classificado para as oitavas da Libertadores. "Tudo o que Deus faz é bom. Se a gente não entende hoje porque a gente saiu, a gente pode entender amanhã. Dentro do mal que é estar eliminado, agora vou ter um tempo maior para trabalhar para o Paulista", dizia Cuca.

Paulo Nobre tentou disfarçar. Mas sabia que estava sendo cobrado por demorar a demitir Marcelo Oliveira. "É muito fácil a gente analisar as coisas no futuro em relação ao que aconteceu no passado. Essa atual gestão sempre toma as atitudes tentando não agir com emoção, mas com a razão, e sempre no momento que acha adequado." Não falou que conselheiros importantes desejavam a saída do ex-técnico mesmo com o título. Sobe o não pagamento de mala branca e o Nacional atuando sem cinco titulares contra o Rosario Central, Nobre foi outra vez vago. "É muito difícil comentar o que acontece na casa dos outros. O Nacional estava classificado e decidiu poupar jogadores, tem seus motivos. O Palmeiras não teria que depender dos outros, mas aconteceu e eu não posso ficar julgando o Nacional." Nesta eliminação precoce da Libertadores pesou a postura de Paulo Nobre. Erro gravíssimo na avaliação do trabalho de Marcelo Oliveira e do elenco. O presidente agiu como torcedor. O executivo que deveria auxiliá-lo, até enfrentá-lo, se calou. E as consequências vieram. Pesadas. Muitos times piores do que o Palmeiras seguirão na Libertadores. O que predomina é a sensação de desperdício. Não só esportivo. Mas financeiro. Pelo menos R$ 3 milhões por jogo eliminatório na arena. Mas agora não adianta chorar. Só ser muito mais profissional e competente no resto do ano. Desde que seu presidente não siga agindo como torcedor deslumbrado...





Fonte: Esportes R7
Autor: cosmermoli
Publicado em: 14 Apr 2016 23:41:07

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