segunda-feira, 18 de abril de 2016

A diretoria do São Paulo está muito decepcionada com o trabalho de Bauza. Ele precisa se recuperar na Libertadores. A humilhação que o time sofreu contra o Audax foi grande demais. Acabou a unanimidade...

A diretoria do São Paulo está muito decepcionada com o trabalho de Bauza. Ele precisa se recuperar na Libertadores. A humilhação que o time sofreu contra o Audax foi grande demais. Acabou a unanimidade...




Demorou até demais, só que a cobrança chegou a Edgardo Bauza. O treinador que o São Paulo contratou como um dos melhores técnicos da América do Sul. Bicampeão da Libertadores, com LDU e San Lorenzo, especialista em mata-matas. Foi anunciado no dia 17 de dezembro de 2015, com muito orgulho. O time suou sangue para se classificar na "pré-Libertadores", contra o humilde Cesar Vallero. Empate em 1 a 1 no Peru e vitória por apenas 1 a 0, no Pacaembu. A diretoria garantia que todos deveriam se acostumar. Com o "maestro" argentino seria assim. Vitórias magras, mas como o time protegido defensivamente. Seria corrigido o velho defeito da recomposição. O São Paulo aceitava mudar o seu DNA, a sua tendência para o ataque. Valeria a pena, garantia o presidente Carlos Augusto Barros e Silva. Apostava que isso ficaria provado na fase de grupos da Libertadores e no Campeonato Paulista. Patón, como gosta de ser chamado, teria um poder de adaptação muito rápido. Só que os jogos vieram. O São Paulo só chegou às quartas do Paulista graças ao esdrúxulo regulamento. Foi disparado o pior time grande, ficando apenas com a nona campanha entre vinte equipes. Teve seis vitórias, quatro empates e cinco derrotas. Fez 17 gols e tomou 14 em 19 partidas. Não venceu sequer um jogo fora dos seus domínios. E mesmo assim entrou entre os oito que disputam o título.

Na Libertadores está por um fio. Vai jogar em La Paz contra o The Strongest precisando ao menos empatar. Uma derrota e a eliminação se confirma. A campanha até agora no grupo 1 mostra. Duas vitórias, dois empates e uma derrota. Justamente para os bolivianos, em pleno Pacaembu. Fez 10 gols e sofreu quatro. Bauza havia conversado com os dirigentes sabe que há a necessidade urgente de uma grande reformulação no elenco. Jogadores não conseguem render. Não vibram. Não estão prontos para a intensidade que deseja ver o time atuando. A renovação dos atletas está marcada para o fim da participação na Libertadores. Porque quase ninguém acredita no milagre da conquista do título. Tudo acertado com o gerente Gustavo Vieira. Ele está esperando acabar o Paulista para buscar promessas. E empresários sondam o mercado internacional. Patón faz suas recomendações sobre os atletas que conhece bem na Argentina. Para o plano não seguir seu rumo normal, só um desastre. E ele veio. O que o São Paulo de Bauza fez ontem em Osasco decepcionou a todos. Principalmente Leco. O dirigente está tentando controlar os escândalos provocados pela dupla Carlos Miguel Aidar e Ataíde Gil Guerreiro. Tudo o que não poderia era passar a vergonha de ontem.

Bauza tem total responsabilidade. Tomou atitudes equivocadas, dignas de um treinador juvenil, não um veterano bicampeão da Libertadores. O Grêmio mostrou o caminho. O time principal foi uma semana antes do confronto com a LDU. Deixou o Campeonato Gaúcho. E tratou de se adaptar à altitude de 2 mil e oitocentos metros. Resultado, venceu o jogo e está classificado para as oitavas. O tradicional San Lorenzo caiu eliminado. O treinador do São Paulo nem brigou por essa possibilidade. A vitória contra o River Plate, no melhor jogo do clube no ano, o iludiu. Acreditou que havia achado a formação ideal. Pouparia apenas Maicon para La Paz. Colocaria Lugano. João Schmidt,contundido, ficaria fora. Mas acreditava ser suficiente para vencer o Audax. Pura ilusão. Patón visivelmente estudou muito pouco o time de Fernando Diniz. O São Paulo entrou com suas peças separadas, distantes. Sem a vibração, energia, compactação que um jogo eliminatório exige. Os atletas pareciam poupar energia para o jogo contra o The Strongest. O massacre de 4 a 1 foi vergonhoso. O time xingado pela torcida. Jogadores desmoralizados pela imprensa. Bauza questionado. E um detalhe que conta muito na história recente do São Paulo, a ausência de dirigentes junto aos jornalistas para darem seu apoio público ao técnico. Isso sempre foi mal sinal no Morumbi. É um sinal velado de desaprovação. O treinador argentino teve a coragem de dizer que o problema foi o desgaste físico dos atletas. Se esforçaram demais para ganhar do River Plate. Fingiu não perceber que os jogadores se cansaram correndo atrás da bola. Com espaço, o Audax trocou passe com toda a tranquilidade. O que restou aos são paulinos foi tentar compensar no esforço físico a marcação escancarada, aberta. "Lamentavelmente não pudemos manter o nível físico do primeiro tempo, no segundo tempo a equipe sentiu muito e depois, com as trocas, acabou se desorganizando", resumiu assim o técnico. Além da goleada, nove titulares do São Paulo deixaram o estádio de Osasco extenuados. Abatidos. Erro imperdoável de planejamento. "São finais, tem de jogar os melhores", tentou justificar Bauza.

Suas explicações curtas não agradaram. Conselheiros já cobram Leco. Desejam que o dirigente ao menos mostre sua insatisfação com o trabalho. Porque no início do ano, Bauza garantiu que esse elenco era suficiente para lutar pelas conquistas. E que poderia esperar a situação financeira melhorar. E na janela do meio do ano, as contratações seriam feitas. Só que ninguém na diretoria esperava um futebol tão fraco. Tão decepcionante. E Bauza perdeu a unanimidade. O escudo de bicampeão da Libertadores, de especialista de mata-mata. A partida contra o Strongest passa a ser fundamental não só para atletas com enorme chance de sair, como Michel Bastos, Alan Kardec, Wesley, Centurión. Mas o trabalho do próprio treinador corre risco. Será avaliado a sério, em caso de eliminação. A programação do São Paulo para a partida contra o Strongest está feita. E não tem nada a ver com o que o Grêmio fez no Equador. Nada de sete dias de aclimatação. Pelo contrário. O time viajará quarta-feira à tarde para Santa Cruz de La Sierra, cidade com 416 metros de altitude, mais baixa até que São Paulo, com seus 760 metros. E só seguirá para os 3.640 metros de La Paz, horas antes da partida. O jogo valerá a sobrevivência do time na Libertadores. E a sobrevida de alguns atletas marcados para serem vendidos. E também mostrará se a aposta em Bauza seguirá sendo mantida. Por enquanto, Leco garante que sim. Mas sem a menor convicção. O treinador tem contrato até dezembro deste ano. Com a possibilidade de renovação até o fim de 2017. Bauza está muito questionado no Morumbi. E o experiente treinador já percebeu. Suas duas conquistas de Libertadores não servem mais como escudos...





Fonte: Esportes R7
Autor: cosmermoli
Publicado em: 18 Apr 2016 08:52:36

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