quinta-feira, 14 de abril de 2016

O caminho do Brasil na Olimpíada foi traçado. E Dunga repete a fórmula fracassada de 2008 e 2012. A história não ensina a que não quer aprender...

O caminho do Brasil na Olimpíada foi traçado. E Dunga repete a fórmula fracassada de 2008 e 2012. A história não ensina a que não quer aprender...




Foi definido o caminho do Brasil na Olimpíada. África do Sul, Iraque e Dinamarca. Se der a lógica e vencer o grupo A, enfrentará o segundo colocado do B, nas quartas. Suécia, Colômbia, Nigéria ou Japão. Escapou dos selecionados mais fortes até a semifinal, pelo menos: Argentina e Alemanha. O torneio já é fraco. A Fifa o boicota como pode. No início não queria concorrência para a Copa do Mundio. Por isso impôs o limite de até três jogadores acima dos 23 anos. Depois, por pressão dos dirigentes dos maiores clubes do mundo, a Fifa anunciou. As equipes não são obrigadas a liberarem seus atletas. É uma maneira de preservar seus investimentos. Fazer com que aproveitem as férias, a pré-temporada. O Brasil, de longe, é o país que está mais envolvido nesta competição. E que optou por uma preparação improvisada. A Olimpíada servirá para a CBF com outros objetivos além da medalha de ouro. O presidente empossado Marco Polo del Nero exige a conquista. Busca tranquilidade para trabalhar. Já Dunga aposta que o título olímpico dará força para continuar na principal. Até a Copa do Mundo da Rússia. E essa sua convicção faz com que o Brasil apele à falta de lógica.

O plano original era que Alexandre Gallo comandasse a Seleção Olímpica. Fizesse todo o trabalho de preparação. Foi designado em 2014, logo após o desastre na Copa do Mundo. Mas ele acabou criando áreas de conflito. Principalmente com o coordenador Gilmar Rinaldi. Houve divergências nas convocações. Principalmente de atletas importantes de grandes clubes brasileiros. Gallo foi demitido a 23 dias do Mundial sub-20. Mesmo tendo sido ele quem convocou a equipe. Mário Rogério Reis Micalle, então treinador dos sub-20 do Atlético Mineiro, ficou com o cargo. Levou o Brasil ao vice campeonato na Nova Zelândia. O combinado é que Micalle faria toda a observação, preparação e treinamento da Seleção Olímpica. E Dunga assumiria apenas para um amistoso, antes da Olimpíada. É exatamente o que acontecerá. "Temos datas de convocação e apresentação quase definidas, e possivelmente um jogo antes de começar as Olimpíadas. O planejamento está sendo feito há dois anos. Quando eu joguei as Olimpíadas (em 1984), tive uma semana de preparação. Agora temos uma Seleção olímpica que se reúne há dois anos", tenta explicar Gilmar Rinaldi. Sua desculpa é que o Brasil teve sete dias para disputar a Olimpíada dos Estados Unidos em 1984. Mas faz questão de não falar o essencial. O dispensável acúmulo de cargos de Dunga. Ele estará em junho e julho disputando com a Seleção principal na Copa América centenária nos Estados Unidos. E, em seguida, assume a olímpica. Não há o menor bom senso. Micalle treinou o time olímpico já por sete vezes. Se concentrou, treinou. Criou laços de amizade. Sabe como retirar o melhor de cada garoto. Parceria simplesmente não se repassa.

"Implantamos um modelo de jogo. Atuamos em linha média, alta, baixa, usamos todos os jogadores que estavam mapeados, deu para esgotar bem as possibilidades, independentemente do resultado. Porque quando se ganha, é fácil falar. Mas quando se perde, a proposta é a mesma. Nesse jogo, mesmo ganhando, mudamos bastante. Estamos com o máximo de informação possível desse elenco." Esse foi seu discurso depois de sua última partida à frente da Seleção. Vitória por 3 a 1 diante da África do Sul, em Alagoas, no mês passado. A vontade de ser campeão olímpico não seduz os país adversários. Vários deles que participarão dos Jogos nem começaram sua preparação. Como a Argentina. Aliás, o time já confirmou que não terá Messi. Dunga quer Neymar e Miranda entre os atletas com mais de 23 anos. A dúvida está na última vaga. Entre o goleiro Alisson ou o meia Willian. Dunga segue surdo para quem insiste que Micale deveria ser o treinador olímpico. Igual estava Mano Menezes em 2012, em Londres.

O time foi preparado por Ney Franco. Mano teve enormes dificuldades de relacionamento com o time. Não havia a mínima parceria entre treinador e equipe. Deu no que deu. Mesmo com um time muito forte, acabou voltando para casa com a prata. Mano foi premiado pela ganância com a demissão. Dunga deveria ter aprendido com a Olimpíada passada. Ou quando fez o mesmo na China, em 2008. Tudo o que conseguiu foi o bronze. E o fracasso na Copa da África. Mas vê o cargo como tábua de salvação para seguir na Seleção. Por isso o Brasil se submete a essa amadora preparação. Aposta na dedicação "extraordinária" de Neymar. Como um dia apostou em Ronaldinho Gaúcho. Com Dunga como treinador. A decepção pela medalha de bronze foi nenhuma. Basta lembrar que ficou no celular durante a cerimônia de entrega. A história é a melhor professora...





Fonte: Esportes R7
Autor: cosmermoli
Publicado em: 14 Apr 2016 14:54:51

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