Há dois anos, em abril, Levir Culpi chegava ao Atlético Mineiro. Tinha uma missão dura. Reformular o time que havia conquistado a inédita Libertadores em 2013. Não bastaram três partidas. E ele foi direto com o então presidente Alexandre Kalil. Ronaldinho Gaúcho, ídolo dos ídolos em Belo Horizonte, tinha de sair do time. Não tinha mais força física para jogar com intensidade como o treinador desejava. Substituiu o atleta até deixar claro que não o queria. E Ronaldinho Gaúcho foi embora.
Fez a mesma coisa com Diego Tardelli. Até que o artilheiro foi para a China. Com a vida financeira resolvida, Levir Culpi tem 30 anos de carreira. E diante dele surgiu mais um desafio. Ao assumir o Fluminense encontrou um "intocável". Aos 32 anos, o atacante já perdeu a esperança de voltar à Seleção Brasileira. Como também para a Europa. Só espera ganhar mais dinheiro em mercados periféricos como China, Estados Unidos, Arábia. Queria disputar esse último ano nas Laranjeiras. Já são sete anos com líder absoluto, incontestável. Já ganhou brigas públicas com dirigente, médicos, companheiros e técnicos. R$ 800 mil mensais. Levir foi contratado para reformular, impor uma nova filosofia de jogo. Fazer o Fluminense abandonar a malemolência e a péssima marcação dos últimos anos. Para atuar de forma moderna, competitiva, vibrante. Como foi o Atlético Mineiro em 2015. Para isso tudo, a lentidão de Fred é incompatível. Daí o choque. Tudo já estava muito ruim. Até uma entrevista de Levir à Record, que foi levada ao ar ontem. O treinador havia ousado substituir Fred em Tombos, pela Copa do Brasil, o adversário era o fraco Tombense. Ele teve mais uma atuação pífia. Chegando ao jejum de oito partidas sem gols. Levir o tirou aos 15 minutos do segundo tempo. E assim resumiu a situação.
"Um cara me perguntou: ""A saída do Fred foi um pedido dele?"". Eu respondi: ""Não, foi um pedido meu"" (risos). É incrível como as pessoas passam a liderança para um cara que não tem que assumir a liderança do clube. Fred tem que assumir a liderança do time. Aliás, é um líder natural. Não acho que ele deve receber todo esse peso que dão a ele. Não pode comandar o clube, a não que que pare de jogar e assuma o comando. Ai fica tranquilo, ele manda, dá as cartas." A declaração se espalhou como pólvora nas Laranjeiras. O atacante já não havia treinado nem na sexta-feira como ontem. Ele pediu uma reunião com o presidente Peter Siemsen e o diretor executivo de futebol Jorge Macedo. Após a reunião, ninguém quis dar entrevistas. E Fred não jogará contra o Volta Redonda. Ganhou dispensa até terça-feira. A situação lembra muito o que aconteceu no Atlético Mineiro com Ronaldinho Gaúcho, um adversário de Levir tão poderoso quanto Fred. Está claro que a situação se encaminha para ficar "um ou outro". E depois de sete anos, a resposta deverá ser diferente. A opção, desta vez, não será por Levir. O longo reinado de Fred está chegando ao fim...
Fonte: Esportes R7
Autor: cosmermoli
Publicado em: 10 Apr 2016 09:17:08
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