"Notícias terríveis sobre João Carvalho.
Ver um jovem fazer o que ele ama, competir por uma chance melhor na vida e ter isso tirado dele é realmente de cortar o coração.
Nós somos somente homens e mulheres fazendo o que amamos na esperança de uma vida melhor para nós e para a nossa família. Ninguém envolvido em esportes de combate de qualquer tipo quer ver isso. É algo raro de acontecer e eu não sei como lidar com isso.
Eu estava no córner apoiando o meu companheiro de equipe e a luta foi tanto para um lado quanto para o outro, e eu não consegui entender (o que aconteceu).
Meus sentimentos para a família do João e sua equipe. Ele foi um lutador incrível e sua falta vai ser extremamente sentida por todos.
Esportes de combate são uma coisa louca e com o recente incidente no boxe (um lutador entrou em coma induzido no mês passado) e agora esse no MMA, é uma hora ruim para ser lutador e um fã de lutas.
É fácil para os que estão de fora criticarem a nossa maneira de viver, mas para milhões de pessoas ao redor do mundo que tiveram suas vidas, saúde, aptidão e força mental mudadas para melhor graças ao combate, essa é realmente uma pílula amarga de se engolir. A gente perdeu um de nós.
Eu espero que a gente se lembre de João como um campeão, que perseguiu os sonhos fazendo o que ama, e mostremos o eterno respeito e admiração que ele merece.
Descanse em paz, João." Essa foi a homenagem de Conor McGregor a João "Rafeiro" Carvalho, lutador português de MMA. Ele faleceu aos 28 anos, depois de sofrer um nocaute contra o irlandês, Charlie Ward. A luta aconteceu em Dublin, no evento "TEF - Total Extreme Fighting". O nocaute foi um dos mais comuns do MMA. Era o terceiro round. Ele tomou um direto de Ward. Dobrou as pernas. O irlandês do time de MacGregor acertou nove socos do lado direito da cabeça de Carvalho. Ele tentava defender os golpes colocando a luva o punho direito. Até que o árbitro paralisasse a luta. Foi atendido, saiu andando, conversando com o seu treinador brasileiro, Vitor Nobrega. Pediu desculpas pela derrota. "Em nenhum momento ele demonstrou algum tipo de fraqueza na luta. Estava sempre muito bem consciente e era impossível prever uma coisa dessas. Fiquei muito surpreendido. Mesmo nos momentos que ele levou knockdown e caiu, ele estava próximo a mim, e, todas as instruções que eu passava, mesmo pequenos detalhes, ele tentava fazer o que eu mandava. É de uma grande surpresa isso ter acontecido porque nada na luta denunciou tal situação. No meu ponto de vista foi mesmo uma grande fatalidade.
"Fiquei perplexo. "Uma coisa é ver a situação se desenhando, mas não foi o que aconteceu. Foi uma luta dura, bem aguerrida dos dois atletas. Por momentos ele quase ganhou a luta. Saiu bem, com as próprias pernas, falando, e, de repente, começou a passar mal. Foi tudo muito rápido. Essa notícia foi mesmo bombástica, me pegou de surpresa. Estamos todos muito abalados porque ninguém espera uma situação dessas. Até agora não sei o que aconteceu. Estou em estado de choque ainda." Este foi o depoimento de Nobrega ao site Combate.
O MMA vem se modernizando no mundo todo. As competições do UFC são vistas em mais de 150 países. A morte do português em um evento oficial é algo pesado. A perda de uma vida é algo muito sério. E pode virar um entrave, um complicador na campanha pela liberação do esporte lugares que ainda é proibido. Como a França, Holanda, Alemanha e Nova Iorque. Médicos insistem que as regras estão próximas do ideal. O número de rounds vai no máximo até cinco de cinco minutos. As luvas pesam de 4 a sete onças, cerca de 112 gramas a 196 gramas. Muito menores do que as do boxe, com até 504 gramas. Os dedos ficam fora. O impacto é maior. Por isso o número de nocautes. E menos lesões cerebrais, porque no boxe, o número de golpes é muito maior. Como os rounds chegam a 15. A repetição de socos no cérebro é incomparável. No MMA há a proteção genital, a coquilha. O protetor bucal. E golpes proibidos. Cabeçada, dedo no olho, morder, puxar cabelo, beliscar, arranhar e cuspir no adversário - Ataque à boca do adversário com a mão, à região genital ou ao rim com o calcanhar - Enfiar o dedo em qualquer orifício, corte ou laceração, e manipular as articulações do adversário - Ataques à coluna ou parte de trás da cabeça, golpear de cima para baixo usando a ponta do cotovelo, qualquer tipo de ataque à garganta e agarrar a clavícula - Chutar ou atingir com o joelho a cabeça do adversário que está no chão. Arremessar o adversário de cabeça no chão ou atirá-lo para fora do ringue - Segurar calção ou luvas do adversário, assim como agarrar a grade do octógono - Utilizar linguagem imprópria ou abusiva no ringue ou ser flagrado desrespeitando as instruções do árbitro - Atacar o adversário nos intervalos, que esteja sob cuidados do juiz ou após a campainha ter anunciado o fim do round - Sem limitação, evitar contato com adversário, cair de forma intencional, derrubar insistentemente o protetor bucal ou fingir lesão - Interferência do córner ou jogar toalha durante a luta - Usar alguma substância escorregadia no corpo. Mas há muitos médicos que querem o protetor de cabeça. Como no boxe amador. Assim ela estaria protegida dos golpes contundentes. Como "marretadas", chutes ou socos laterais como os que o português recebeu. A morte de João Carvalho tem enorme impacto na Europa, novo mercado que o UFC pretende se estabelecer. Está na hora de Dana White e os Irmãos Fertita pensarem no protetor de cabeça. E também na loucura da pesagem, que obriga lutadores a disfarçar seus quilos, artificialmente. Perdendo líquidos fundamentais para os organismo. Depois da balança, o atleta os recupera. E há casos até de lutadores ganharem de volta dez quilos que perderam. De um dia para outro. O MMA precisa ser mais seguro. Que João Carvalho não tenha morrido à toa...
Fonte: Esportes R7
Autor: cosmermoli
Publicado em: 12 Apr 2016 19:38:16
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