Duas situações constrangedoras no mata-mata das quartas-de-final do Campeonato Paulista. A primeira envolve São Paulo e Audax. O ex-vice de futebol e agora diretor de relações institucionais, Ataíde Gil Guerreiro, quer se redimir. Mostrar que ele entende dos bastidores e que merece comandar os destinos do time. E se antecipou mesmo a Leco. Procurou o presidente do clube de Osasco, Vampeta. Falou da oportunidade que seu clube teria de faturar mais dinheiro como mandante. Bastaria tirar a partida do José Liberatti. Ganhar muito mais dinheiro atuando no Pacaembu, com seus 40 mil lugares. Ou então, a Arena Barueri, com a capacidade de 31 mil pessoas. Ou se quisesse, ganhar mesmo, a partida aconteceria no Morumbi. No mínimo, 40 mil torcedores pagariam para ver o jogo eliminatório.
De acordo com o meu colega PVC, Vampeta titubeou. Mas ainda bem que o representante do clube Mário Teixeira tomou à frente da situação. E confirmou a partida para Osasco. A população da cidade tem esse direito. Se o clube adotou Osasco e que ter torcedores de verdade, é preciso prestigiá-los. O constrangimento é que, por trás dessa oferta de Ataíde, está clara a insegurança, o medo de ser eliminado pelo Audax. Em Osasco não terá o mesmo apoio que se atuasse no Morumbi, Pacaembu e Arena Barueri. Mas a equipe foi incompetente. Teve campanha pífia. Seis vitórias, quatro empates e cinco derrotas. Ficou dois pontos atrás do time de Osasco, no grupo C. E tem de se sujeitar a atuar como visitante. A regra é clara. E a tentativa de Ataíde de tirar o mando de Osasco é patética.
Outra situação desconfortável estará no duelo entre Palmeiras e São Bernardo. A Crefisa é a patrocinadora dos dois clubes. É algo diferente, quando no Campeonato Brasileiro de 2011, quando o BMG bancava nove clubes. Agora uma empresa banca dois clubes. E eles se encontram em uma partida eliminatória. Sem hipocrisia, lógico que seria melhor para a Crefisa que o Palmeiras seguisse no Paulista. Teria muito mais visibilidade na semifinal do que se fosse o time do ABC. Além disso, os gastos não se comparam. São R$ 66 milhões para um. E R$ 4 milhões para outro. O confronto vai chamar a atenção. Será incômodo. Desnecessário. O Palmeiras tem um time muito mais forte do que o São Bernardo. Deve se classificar. Mas as duas equipes estampando a mesma marca não é bom para o futebol. Assim é o Campeonato Paulista...
Fonte: Esportes R7
Autor: cosmermoli
Publicado em: 11 Apr 2016 08:08:15
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