Silvio Caldas foi um dos grandes cantores da história da Música Popular Brasileira. Sua interpretação do clássico "Chão de Estrelas" é fabulosa. Ele se impôs nas décadas de 40 e 50. Além da potência da voz, tinha outra característica só sua. Por várias vezes anunciou sua aposentadoria e depois voltou atrás. Acabou virando até piada. Depois se descobriu que era estratégia para tentar ganhar mais dinheiro, levar mais público aos shows "de despedida". Rogério Ceni conseguiu bater o recorde de Silvio Caldas. Tantas foram as vezes que ameaçou se aposentar e voltou atrás. No dia 29 de novembro de 2006, ele foi muito claro. "Estamos juntos até 2010. Depois disso, vou me aposentar e virar só torcedor do São Paulo." Prometia parar com 37 anos. Chegou 2010. Depois, 2011, 2012, 2013, 2014. Só finalmente no dia 11 de dezembro de 2015, o goleiro e maior ídolo da história do São Paulo parou. Foi ótimo para o São Paulo sua permanência. Sua liderança, seu futebol. Só que os dirigentes conheciam bem o gênio de Ceni. E por isso nunca trouxeram um goleiro que realmente fizesse sombra ao grande capitão. E houve chance. Principalmente a partir de 2011, quando Rogério parecia mesmo disposto a parar de jogar. Diego Cavallieri (no Cesena), Jefferson, Fábio, Victor (ainda no Grêmio) foram ofertados por empresários para a diretoria são paulina. E devidamente descartados.
Por influência de Rogério Ceni, a diretoria resolveu apostar em Denis, seu reserva por sete anos. Parceiro leal. Mas que todos no clube sabiam ter o potencial limitado. Não seria um jogador para assumir a posição e deixar todos tranquilos. Muito pelo contrário. O terceiro goleiro Renan Ribeiro, garoto contratado do Atlético Mineiro, nunca passou de uma promessa. Não teve como ser testado de verdade. O que acontece agora, quatro meses depois da aposentadoria de Rogério Ceni é o preço da falta de personalidade, incompetência dos dirigentes são paulinos. Faltou coragem para enfrentar o ídolo. Um grande goleiro de verdade já deveria estar no Morumbi há muito tempo. O presidente Leco tenta disfarçar, mas a situação é patética. O São Paulo suou sangue para chegar nas oitavas da Libertadores. E logo no primeiro mata-mata não contará com Denis. O goleiro mostrou tudo de ruim que foi passar sete anos na reserva de Rogério Ceni. Treinar é muito diferente do que jogar. Consegue ser inexperiente aos 29 anos. Está suspenso, expulso como um menino, diante do Strongest. Seu reserva imediato é Renan Ribeiro. Não bastasse não ter o menor ritmo de jogo, passou em março por uma operação de apendicite. Hoje faz 50 dias. Perdeu peso. Ainda está em recuperação. Treinava com restrições até a semana passada. Mas com a suspensão de Denis, foi avisado que deve jogar. Bauza o colocou para treinar contra os garotos sub-19 do São Paulo.
Ele atuou 12 partidas desde que chegou do Atlético Mineiro em 2013. Não é titular desde setembro do ano passado. São sete meses só treinando. Nesse período fez de tudo. Até posar para ensaio fotográfico com a esposa, a blogueira Rayane Ribeiro. As fotos saíram no mês passado. E a diretoria do São Paulo não se posicionou publicamente. Mas muitos conselheiros não gostaram da exposição. Lembraram de Roger, goleiro que era reserva de Rogério Ceni, e aceitou posar sem roupa, em 1999. Independente de fotos, Renan Ribeiro é muito mais indicado do que Léo, o terceiro reserva. Ele esteve até para ser dispensado no início do ano. Ficou. Tem 26 anos. A última vez que atuou foi em maio de 2013. Ou seja, quase três anos sem jogar como titular do São Paulo. Tanto Juvenal Juvêncio, como Carlos Miguel Aidar e mesmo Leco se intimidaram. Não quiseram enfrentar Rogério Ceni. E não foram buscar um grande goleiro. Mesmo com várias indicações que Denis e Renan Ribeiro não estavam à altura das cobranças. Tudo para não contrariar Rogério Ceni. E, amanhã, o clube se expõe. Vai contra a lógica. E terá um goleiro sem ritmo, ainda em trabalho de recuperação de uma operação. Em jogo importantíssimo para a sobrevivência na Libertadores. Contra o perigoso Toluca do México. No Morumbi lotado. Era isso ou colocar um goleiro que há mais de três anos não joga. Leco e seu homem de confiança no futebol, Gustavo Vieira, vão cumprir sua obrigação. Já alinham a contratação de um goleiro experiente, vivido. Para que dê tranquilidade ao São Paulo. Empresários não param de ofertar nomes.
Rafael Cabral está fora dos planos do Napoli. O ex-goleiro santista tem sido insistentemente colocado para Leco. Danilo Fernandes no Sport é outro nome. Conselheiros tentam convencer o presidente que seria ótimo negócio trocar Michel Bastos por Walter, reserva do Corinthians. Até mesmo o veterano Felipe ex-Corinthians e ex-Flamengo, no Bragantino, foi oferecido. O sonho dourado de Leco é difícil. Ele se chama Jefferson. Capitão do Botafogo. Ele tem 33 anos. Poderia atuar em alto nível pelo menos por mais três. Seu contrato com o clube carioca vai até o final de 2017. O São Paulo teria como envolver atletas em uma troca. Se Bauza pudesse escolher, traria Torrico do San Lorenzo. É um arqueiro seguro, vivido, com 36 anos. Atleta de sua total confiança. Campeão da Libertadores de 2014 com o treinador. Os argentinos o consideram dos melhores da América do Sul. De qualquer forma, a contratação de um novo goleiro ficará para depois. A realidade coloca Renan Ribeiro titular amanhã. Léo na reserva. E Denis suspenso. Nada é por acaso. Quando um clube se submete a um jogador, a cobrança vem. O São Paulo não se preparou para viver sem seu maior ídolo. E agora se expõe na competição mais importante de 2016. Por pura incompetência de seus dirigentes. Não era esse tipo de homenagem que Rogério Ceni merecia...
Fonte: Esportes R7
Autor: cosmermoli
Publicado em: 27 Apr 2016 11:32:22
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