segunda-feira, 18 de abril de 2016

Falcão demitido do Sport. A velha sina que os grandes jogadores têm enorme dificuldade em se tornar ótimos técnicos. Uma coisa é jogar. Outra, bem diferente, é orientar, ensinar...

Falcão demitido do Sport. A velha sina que os grandes jogadores têm enorme dificuldade em se tornar ótimos técnicos. Uma coisa é jogar. Outra, bem diferente, é orientar, ensinar...




"O presidente do Sport Club do Recife, João Humberto Martorelli, deliberou a substituição do treinador Paulo Roberto Falcão e registra, neste momento, sua enorme admiração por este profissional, agradecendo os serviços prestados nesse período. O assistente técnico Thiago Gomes comandará a equipe no próximo jogo do Sport, nesta quinta-feira (21), contra o Salgueiro pela semi-final do Pernambucano, na Ilha do Retiro." Foi assim: curto e direto que o Sport dispensou Paulo Roberto Falcão. A sensação é a mesma, conhecida. Pela Seleção Brasileira, América do México, Internacional, Japão e Bahia. O sentimento de frustração domina o clube ou selecionado que o demite. Falcão talvez seja o treinador brasileiro que mais conheça estratégias, variáveis, dinâmica de jogo. Sua visão tática desde jogador é espetacular. A maneira elegante e límpida com que orienta os atletas é fascinante. Só que, na prática, seus times costumam decepcionar nas partidas decisivas. Quando mais se espera, vem a decepção. A derrota do Sport para a Campinense e a eliminação da Copa do Nordeste foi algo dolorido demais. Falcão havia convencido os dirigentes que 2016 seria o ano das conquistas. Com tempo para pré-temporada. Ele prometera que, com os reforços que chegaram, teria uma das melhores equipes do Brasil. Com futebol de marcação alta, intensidade, triangulações pelas laterais, atacando e defendendo em bloco. Do meio de campo para a frente, sem posição fixa. Tudo perfeito na teoria. Como os grandes times europeus cansam de fazer todos os finais de semana. Mas na prática, o Sport mostrou futebol previsível, lento, confuso, pífio. Os resultados foram decepcionantes. Bastaram 21 jogos na temporada. Dez vitórias, quatro empates e sete derrotas. E a diretoria pernambucana resolveu mandá-lo embora hoje.

"Ficamos entre os quatro dos vinte clubes que disputam a Copa do Nordeste", tentou justificar Falcão. A sua resposta foi deprimente. O Sport fez altos investimentos, atendendo seus pedidos. Diego Souza, a principal estrela, acabou resgatada do Fluminense. O que acontece com Falcão é comum. Grandes jogadores, como Maradona, van Basten, Passarella, não viram treinadores espetaculares. Muito pelo contrário, até. O principal problema é não entender a mentalidade de quem tenta orientar. Não perceber que dois, três funções táticas no mesmo jogo mobiliza muitos neurônios. E nem todos os atletas são privilegiados. O trato também de quem foi jogador consagrado é diferenciado. Há uma barreira, distância entre o time e mesmo os dirigentes. Ainda mais quando é de outro centro, maior do que aquele onde está. Falcão teve problemas com jornalistas pernambucanos. Na primeira partida da semifinal da Copa do Nordeste contra a Campinense, o Sport venceu apenas por 1 a 0, ele acabou vaiado pela torcida do próprio time. Teve de ouvir o coro que detesta, "burro". Com a derrota pelo mesmo placar, o Sport acabou eliminado nos pênaltis. Falcão foi criticado demais. Ainda ontem dirigentes não garantiam sua permanência. E hoje veio a demissão. Aos 62 anos e 25 anos de carreira como treinador, Falcão contabiliza apenas sete clubes. De 2004 até 2011 ficou sem trabalhar como técnico. Era comentarista da Globo. Depois de ver treinadores ganhando muito dinheiro no Brasil, ele resolveu voltar à profissão. Passou pelo Internacional. Depois foi para o Bahia. Ficou três anos até retornar no Sport. Conseguiu levar o Sport à sexta colocação no Brasileiro. Esperava deslanchar em 2016. Foi enorme decepção. Seus números gerais: 17 vitórias, seis empates e 11 derrotas em 34 jogos disputados. 49 gols marcados e 33 sofridos. O aproveitamento total é de 55%. Muito aquém do que fez a diretoria do Sport acreditar. Por isso, amarga mais uma demissão na sua truncada carreira de técnico. Como jogador e comentarista era muito mais fácil. O primeiro alvo do Sport é Alexandre Gallo. Volante razoável. Não chegava nem perto do talento fabuloso de Falcão...





Fonte: Esportes R7
Autor: cosmermoli
Publicado em: 18 Apr 2016 16:38:52

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