domingo, 7 de agosto de 2016

A brutal história da Seleção do Iraque sob o domínio do insano filho de Saddam Hussein. Tortura, estupro de esposas, humilhações esperavam pelos jogadores. Atrocidades que o mundo não tem o direito de esquecer...

A brutal história da Seleção do Iraque sob o domínio do insano filho de Saddam Hussein. Tortura, estupro de esposas, humilhações esperavam pelos jogadores. Atrocidades que o mundo não tem o direito de esquecer...




Brasília... Não há uma seleção que seja mais marcada pelo sofrimento do que a do Iraque. Basta citar um nome. Uday Hussein. Filho mais velho do ditador Saddam Hussein. Homem que, 24 anos, entre 1979 e 2003, comandou com mão de ferro o país. Presidente e primeiro ministro, ele cometeu inúmeras atrocidades. Assassinatos a adversários políticos, usando a força do Exército e apoiado pelos Estados Unidos, nacionalizou o petróleo e bancos. Invadiu e saqueou o Kwait, dando origem à Guerra do Golfo. Saddam era um seguidor de Stalin. Como o ex-líder da revolução socialista, ele ordenou a construção de centenas de estátuas enormes com seu rosto. E as espalhou pelo país. Painéis do "grande líder" era pintados em repartições públicas. Egocêntrico insano exigia ser reverenciado pela população. Embora posasse com a família, tinha vida paralela. Ficava com as mulheres iraquianas que desejasse. Não aceitava limites. Censurava a imprensa. Jornalistas que o questionavam era mortos, como adversários do partido Baath. Cometeu genocídios contra etnias curdas. Relatos da ONU apontam 200 mil civis mortos durante os 24 anos de ditadura no Iraque.

Foi nesse ambiente que Uday Russein cresceu. Nada era negado ao filho mais velho de Saddam. Ele cresceu e, em um caso psicológico clássico, se tornou mais violento do que o pai. Tinha como costume estuprar mulheres que considerava bonitas na rua. Matava pessoas com quem não simpatizava. Ganhou do pai o comando dos veículos de comunicação. Jornalistas que ousavam criar órgãos independentes para denunciar sua insanidade sumiam. Torturados e executados. Sádico, Uday tinha prazer em torturar as pessoas que mais odiava. Viciado em heroína, estimulava o tráfico e exigia dinheiro dos traficantes. Assim como estimulava casas de prostituição. Onde tinha o direito de "iniciar" as mais jovens.

Com medo de ser morto, Uday usava um sósia para as cerimônias públicas. Após a morte de Uday, assassinado após a queda do regime do pai, Latif Yahia, publicou suas memórias. Denunciou as atrocidades praticadas pelo filho de Saddam. "O Sósia do Diabo" se tornou filme. Todo esse tragédia insana se refletiu sobre o esporte do Iraque. Uday se nomeou presidente do Comitê Olímpico do seu país. Adotou métodos absurdos para tratar os atletas. Principalmente os de futebol, que amava. E que queria ver campeão mundial. Há relatos verdadeiros que apontam torturas e até mortes de jogadores. Uday não perdoava derrotas. Tratava com chibatadas. Em disputas internacionais, treinadores eram obrigados a anotar os erros dos atletas durante os jogos. Eles viravam chibatadas. Nas solas dos pés, para não deixar marcas. Socos eram dados em almofadas colocadas sobre os estômagos dos jogadores. Como em filmes de gângster.

Jogadores não queriam cobrar pênaltis. O que errasse era surrado ao voltar para a concentração. Louco, o filho de Saddam gostava ele mesmo de dar as chibatadas. Ou inventar uma tortura nova na hora, como obrigar o atleta a ficar chutando uma bola de pedra, até o pé sangrar. Tudo era pior quando a Seleção Iraquiana estava no próprio país. Por exemplo, após fracassos em torneios. Os obrigava a raspar a cabeça, como primeira humilhação. Atletas ficavam trancados, sem comer ou beber, por dias. Os de pior rendimento sofriam mais. O castigo pior era assustador. Cortar os pés dos jogadores com facas e espinhos. E fazer com que pisassem em sangue de outras pessoas. Uday dizia que o sangue estava infectado com o vírus HIV. Mentira, mas sadismo inigualável. Como também chegou a estuprar esposas de jogadores que considerava bonitas. Eram obrigadas a passar noites com ele. Tudo foi mantido sob sigilo durante o regime de Saddam. Aliás, o próprio pai considerava seu primogênito violento e descontrolado demais para sucedê-lo. O conflito estava à vista quando George Bush e Tony Blair fizeram os Estados Unidos e a Inglaterra comandar uma coalizão internacional. Com a mentira que Hussein tinha armas químicas de destruição em massa, em 2003, começou a guerra do Iraque. Na verdade, queriam tirar o ditador do poder e controlar o petróleo. Mais de 120 mil civis morreram. As muitas etnias do país se separaram. Alas radicais deram origem ao Estado Islâmico.

O Iraque que já havia chegado a disputar a Copa do Mundo de 1986 e três Olimpíadas, despencou. A barbárie perpetrada pelo filho de Saddam jogou o país para a pior colocação de sua história, a 1996 estava no 139º lugar. Saddam foi capturado pelos Estados Unidos e enforcado. Com Uday aconteceu o que ele sempre temeu. Ou previu. Foi assassinado, metralhado, por soldados norte-americanos. O sofrido país ainda enfrenta guerra. Partes do território são dominadas pelo Estado Islâmico. E uma coalizão internacional está tentando acabar com o grupo radical. Daí as execuções públicas e terrorismo como vingança.
O Estado Islâmico já matou milhares de civis iraquianos na luta pela criação de um país independente. Não há piedade. Crianças, mulheres, velhos. Todos são considerados infiéis. A ONU calcula que desde a Guerra do Golfo até as atrocidades do Estado Islâmico, mais de dois milhões de pessoas deixaram o país. Se tornaram refugiados. Mesmo assim, o amor ao futebol continua. É o esporte mais popular. E incentivado pelo governo. Tanto que conseguiu a classificação para a Olimpíada do Rio, como terceiro colocado da Ásia. As sombra de Uday ainda está presente na Seleção Iraquiana que está em Brasília. Os jogadores e o treinador Abdul Ghani Shahad não tratam do assunto. Mas sabem o quanto sofrimento a família Russein provocou. "O Iraque passa por dificuldades há 30 anos. Mas o povo é apaixonado pelo desafio, gosta da vida. Não só nossa seleção, mas o cidadão em si tem muita coragem, o que desafia a própria natureza. Nossas temperaturas chegam a 55 graus. Mesmo assim, o cidadão iraquiano continua sua vida normalmente. Somos fortes." Sem dúvida. Por isso, apesar de seus fracos recursos técnicos, não terá medo de Neymar. E nem da Seleção Brasileira. Mesmo se vier uma inevitável goleada, a tristeza e o sofrimento serão administrados. Jogadores e treinador têm parentes e amigos que já foram envolvidos nas três décadas de conflitos. As cicatrizes das guerras estão presentes. Mas na Seleção Iraquiana há uma certeza. Tudo que vier, depois da loucura de Uday Russein, será pouco...




Fonte: Esportes R7
Autor: cosmermoli
Publicado em: 07 Aug 2016 12:54:53

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