segunda-feira, 8 de agosto de 2016

Neymar mostra a cada dia. Não tem o perfil e nem a postura para ser capitão do Brasil. Pior, mostra cada vez menos prazer na Seleção. A desilusão é mútua. Está deixando de ser o ídolo que pensa que é...

Neymar mostra a cada dia. Não tem o perfil e nem a postura para ser capitão do Brasil. Pior, mostra cada vez menos prazer na Seleção. A desilusão é mútua. Está deixando de ser o ídolo que pensa que é...




Brasília... Metade de 69 mil pessoas vaiavam a Seleção Brasileira. A outra metade gritava o nome de Marta. O 0 a 0 com o Iraque já pesava. Os jogadores estavam envergonhados, tristes cabisbaixos. Na saída do campo, repórteres das emissoras de televisão que transmitem a Olimpíadas aguardavam um jogador. O capitão do Brasil. Os demais companheiros de time também o observavam. O buscavam muito mais do que Rogério Micale. E Neymar deixou claro o que iria fazer. Fingiu não ouvir os chamados dos repórteres. Foi imitado pelos companheiros. Afinal, seria ele que comportamento adotar depois de mais um vexame. Mas o capitão do Brasil iria ir além. Quebrou o protocolo do Comitê Olímpico Internacional. Passou pela zona mista com fones no ouvido. Não se dignou a dar as obrigatórias entrevistas. Não, Neymar não quis. Não estava disposto a explicar o 0 a 0. E ponto final. "Eu peço desculpas pela atitude. Não é o está recomendado", disse, envergonhado, Rogério Micale.

Neymar apenas foi coerente. Ele faz o que bem deseja na Seleção Brasileira. Foi percebendo seu poder aos poucos. Ronaldo, o despertou. O Fenômeno e um dos primeiros jogadores midiáticos do planeta lembrou de seus ensinamentos. Aprendeu com o ex-assessor de imprensa da CBF, Rodrigo Paiva. O melhor jogador tem de usar todo o seu espaço na Seleção. E aconselhado por Ronaldo, seu funcionário na agência 9ine, homem que ganha dinheiro administrando sua imagem, Neymar foi exigindo mais e mais privilégios para servir o time pentacampeão do mundo. Primeiro, quis a camisa 10 da Seleção, que era usada por Oscar. Felipão e o jogador do Chelsea não tiveram coragem de dizer não. Em seguida, Neymar quis ser capitão do Brasil. Ficou com a faixa que era de Thiago Silva. Também instruído por Ronaldo virou o cobrador de pênaltis do Brasil. Mas isso não bastava. Também desejava as faltas. E os treinadores cederam. Todas essas decisões, lógico, favoreceram, agradaram em cheio seus patrocinadores pessoais. Fica muito mais fácil vender qualquer coisa do camisa 10 e capitão do Brasil. Mas ninguém toca nesse assunto, evidente. Neymar tem uma autonomia que nem Pelé, Romário, Didi, Ronaldo, Gerson, Rivellino, Tostão, Garrincha jamais sonharam. A Seleção Brasileira é absolutamente dependente dele. Se a principal é, a olímpica ainda mais. Aliás, ele é tratado por Micale e por toda a Comissão Técnica da Seleção como se estivesse fazendo um favor por ter aceito a convocação. Por estar na Olimpíada. Até mesmo Tite foi pessoalmente dar um grande abraço e desejar sorte antes de começar a busca pela medalha de ouro. A estratégia do time que envergonhou o país contra a África do Sul e Iraque foi decidida a partir de Neymar. Foi com ele que Micale discutiu pacientemente como deveria montar o time. Principalmente a parte ofensiva. Neymar teve toda a liberdade para escolher como gostaria de jogar. Como estava voltando de férias, regadas a muita farra e champanhe, o jogador do Barcelona optou por atuar apenas na esquerda. Nada de flutuar, buscar espaço pelas intermediárias. No lado do campo, seu desgaste seria muito menor. Só que está evidente que Micale e Neymar minimizaram o poder dos adversários. E acreditaram que o time brasileiro seria melhor do que parecia. Bastaram os sul-africanos e iraquianos montarem duas linhas de quatro, que a Seleção travou. O time foi montado na base do improviso, com apenas 15 treinos. Pouquíssimo para tanta responsabilidade. E aos poucos, Neymar foi se irritando. Reflexos dos fracassos da Seleção, ele não é o ídolo que pensou ser. Cuja simples presença faria os torcedores apoiarem o time, mesmo mostrando um péssimo futebol nesta Olimpíada. As vaias pela decepção o atingiram. Ele não é imune. Muito pelo contrário. Por ser a maior esperança em uma geração mediana, acaba sendo o mais cobrado quando os resultados não chegam. Foi assim em Brasília. Nos dois primeiros jogos da Olimpíada. Depois das primeiras críticas pelo 0 a 0 contra a África do Sul, Neymar passou a treinar com o semblante fechado, tenso. Sem sorrir. "O Gabriel Jesus não tem de se sentir culpado pelo empate. Pelo gol que perdeu. Isso acontece. Eu sou o responsável por tudo o que acontecer com essa Seleção. Assumo o que vier", disse o jogador do Barcelona. Só que veio o empate de ontem. Contra uma seleção sem qualquer tradição no futebol mundial. O a 0 contra o Iraque. Além das previsíveis vaias, vieram os gritos de "Marta, Marta, Marta", fina ironia. Os torcedores elogiavam a melhor jogadora de futebol feminino do país, já que não podiam fazer o mesmo com o melhor jogador. Neymar está sem ritmo algum. Seu estado físico está abaixo. Agora deveria estar fazendo a pré-temporada com o Barcelona, não disputando um torneio tão importante. Não consegue executar os movimentos, os dribles, as arrancadas que está acostumado. Este é o segredo porque sistemas simples, primários de marcação montados por sul-africanos e iraquianos conseguiram contê-lo. Neymar está tão mal que nem faltas, que tanto treinou, cobrou com perigo. Teve duas ótimas oportunidades. E a bola nem passou pela barreira iraquiana. A postura de Neymar após a partida, a de não falar uma palavra após o jogo, não foi digna de um capitão da Seleção. Dar entrevistas depois de vitórias, de marcar dois, três gols, é muito fácil. Difícil é assumir a responsabilidade, como o melhor do time e como havia se proposto a fazer. Neymar se comporta como uma celebridade contrariada. Se sente à vontade de para não dar satisfação, explicações. Não aos jornalistas, mas a população de todo um país que o venera. O capitão de Dunga e Micale mostra o quanto está perdendo a identidade brasileira. Repete o que aprendeu com Messi, quando o Barcelona perde ou decepciona. Alguém precisa ter coragem e enfrentá-lo. Mostrar que ele é capitão da Seleção Brasileiras, que é mais importante do que qualquer clube, inclusive o Barcelona. Fazer o treinador inexperiente, acostumado com garotos, a ter de se desculpar por seu silêncio, é algo inaceitável. Neymar está perdendo as raízes brasileiras. Seu discurso é vazio. Está claro que tem cada vez menos prazer de vestir a camisa 10 da Seleção Brasileira. Colocar a braçadeira de capitão. E ser cobrado por ser o melhor jogador entre medíocres. Felipão já via alguns indícios. Dunga começou a se preocupar. Micale não conta. E tite, muito esperto, já antecipa o que pode acontecer. Neymar deixar de cruzar o Oceano Atlântico, largar o poderoso Barcelona, onde é coadjuvante de Messi, e agora também de Suárez. Recebe seus R$ 6,2 milhões. E vive protegido em uma bolha construída pelo clube catalão. Se submeter ao uma desgastante viagem de 10 horas, fuso horário, mudança de temperatura. Se encaixar na Seleção mais tradicional do planeta, mas que passa uma gravíssima crise técnica. Capaz apenas de montar times medianos, sem entrosamento. Sem tempo para treinar. E que é obrigado a vencer. Sendo que ele será sempre o mais cobrado, por ser disparado o melhor jogador deste país. Por isso é capitão, camisa 10 e senhor dos pênaltis e das faltas. Tudo seria um enorme privilégio para quem entendesse o real significado de ser a estrela da Seleção Brasileira. Mas os indícios são claros. Ele está cansando dessa responsabilidade, dessa cobrança, dessa exposição. Age como se começasse a não lhe pertencer mais. A ponto de dizer que a faixa de capitão do Brasil é simbólica. Não é.

Tem enorme representatividade.

Ela exige do homem que a empunha, a coragem de se encarar os problemas. Explicar o que está dando tão errado no time que representa 220 milhões de pessoas. Dono de cinco títulos mundiais.

Fechar a cara, colocar fones de ouvidos e agir como se nada tivesse acontecido é algo deplorável. O Brasil fracassou contra os sul-africanos e iraquianos.

Neymar não é o capitão que a Seleção precisa.

Dunga, Micale e Tite sabem disso.

Mas não querem contrariar o grande talento.

Só que o rompimento poderá vir do outro lado.

Neymar gosta tanto de imitar Messi.

Virar as costas para a Seleção não é algo impossível.

O seu cansaço e má vontade são evidentes.

Assim também como a população.

Virou motivos de vaias, palavrões.

A desilusão é mútua.

Se ele for mais feliz em outro lugar, que fique por lá...




Fonte: Esportes R7
Autor: cosmermoli
Publicado em: 08 Aug 2016 12:38:50

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