quarta-feira, 10 de agosto de 2016

Como o blog antecipou, Tite faz sua 'intervenção branca'. Como queria Del Nero, chegou na hora decisiva. Mas é injusto. Se o Brasil vencer a Dinamarca, os méritos serão de Adenor. Se perder, e for eliminado, a conta fica para Micale...

Como o blog antecipou, Tite faz sua 'intervenção branca'. Como queria Del Nero, chegou na hora decisiva. Mas é injusto. Se o Brasil vencer a Dinamarca, os méritos serão de Adenor. Se perder, e for eliminado, a conta fica para Micale...




Salvador... No dia 6, no sábado, o blog noticiou que Tite faria uma intervenção branca na Seleção Olímpica. E ela chegou. No treino fundamental para a definição da sobrevivência ou não do Brasil, Adenor chegou a Salvador. O medo de uma eliminação precoce é algo físico. Atormenta Marco Polo del Nero. Ao demitir Dunga e Gilmar Rinaldi, o presidente da CBF deixou claro que a Seleção Brasileira precisava voltar a ganhar. E eles estavam fora por conta do vexame nas duas Copas América. Tudo aberto, claro. Marco Polo queria Tite na Seleção Olímpica. Mas ele não quis. Preferiu deixar Rogério Micale, treinador que tem excelente trabalho com garotos. Foi vice mundial sub-20. Mas duas experiências que não deram certo com adultos. No Figueirense e no Grêmio Prudente, onde foi demitido depois de apenas duas partidas. O presidente da CBF está longe de ser ingênuo. Ele sabe o quanto precisa da conquista da medalha de ouro. O fracasso na Copa do Mundo ainda pesa. Outra decepção em casa seria péssima para a opinião pública e para os patrocinadores. Uma eventual derrota traria questionamentos indesejáveis sobre a CBF. Justo agora que Marco Polo domou a Primeira Liga e acompanhou com prazer o final do Bom Senso. Há a responsabilidade com a Globo, com os fracassos da Seleção, como a Copa das Confederações. E Del Nero foi claro. Queria a supervisão pessoal de Tite durante a Olimpíada. Ele que se virasse, fizesse as observações que desejasse para convocação nos confrontos diante do Equador e Colômbia. Mas Micale seria supervisionado de perto pelo treinador da Seleção. E nos momentos chaves, estaria presente. O ex-treinador corintiano deixou, de maneira muito discreta, Cléber Xavier. Ele observaria o trabalho de Micale taticamente. Analisaria a postura de Neymar no grupo. E também de outros jogadores que devem servir a Seleção principal. Foi o que Cléber fez. Ele acompanhou o fraco comportamento do time no 0 a 0 contra a África do Sul e Iraque. Percebeu o desgaste dos jogadores com a opinião pública, com a imprensa. Neymar ser criticado por não cumprir seu papel de capitão do time. As críticas pesadas. As vaias. Os gritos por Marta.

O péssimo futebol de Gabriel Jesus. A suspensão de Thiago Maia. O fracasso do 4-3-3 diante de times inferiores e bem treinados como os sul-africanos e iraquianos. O ambiente pesar antes da decisão da sobrevivência ou não do Brasil na Olimpíada. A necessidade da intervenção branca antes da partida contra a Dinamarca. Foi o que aconteceu hoje. Houve um grande choque na imprensa em geral com a presença de Tite no estádio de Pituaçu, aqui em Salvador. O coordenador Edu Gaspar circulava quando os portões foram abertos. Mal ele viu os jornalistas, entrou para o vestiário. Os jogadores estavam começando a aquecer. Quando foram chamados no vestiário. Tite os aguardava para uma conversa. Tudo foi aberto, escancarado. Sem subterfúgios. O treinador da Seleção principal poderia se reunir com os atletas no Novotel, onde os jogadores olímpicos e ele mesmo estão hospedados. Mas fez questão que fosse para os jornalistas ficaram sabendo. Para não haver dúvida. Tite estava exercendo sua hierarquia. Como na Europa, o treinador do time principal pode participar do time de base. E com direito a mostrar o que pensa. Ele já vem conversando com Micale por telefone. Trocam ideia. Ou seja, nada o que acontece com o Brasil Olímpico acontece sem o conhecimento de Adenor. A sua transparência foi algo inusitado. Perfeito. Mas absolutamente inconveniente. Por um motivo muito simples. Surgiu uma situação incômoda. Se o Brasil vencer a Dinamarca e se classificar, os méritos vão também para Tite. Sua presença física hoje, véspera do jogo fundamental para o Brasil, desmerece, tira a autoridade de Micale. Passou a impressão à toda imprensa presente no treino que a última palavra sobre tudo seria a do técnico da principal. Se o desastre acontecer, Tite estará preservado. Porque Micale sempre bateu no peito dizendo que todas as decisões na Seleção Olímpica foram suas. E ele terá de arcar com o peso da eliminação precoce.

Até mesmo vários jornalistas ficaram constrangidos. E lamentando entre si a presença de Tite. Questionando que, se fosse para aparecer nas horas mais importantes, quando Micale deveria se impor, seria melhor ter assumido o cargo. Nós tivemos de deixar o estádio depois de 15 minutos. O treino decisivo pode ter tido até a presença de Tite no gramado. Dificilmente tudo ficou apenas na conversa. Até porque há a grande chance de Wallace substituir Thiago Maia. E Luan ficar com o lugar de Gabriel Jesus. E isso deveria ser treinado. A grande verdade é que nunca houve apenas uma parceria. Os jogadores sabiam que Cléber Xavier era os olhos de Tite na Olimpíada. O treinador ficou de longe até a fase ficar aguda. Marco Polo del Nero o quer junto a Micale. Não pôde arriscar ver o Brasil passar mais vergonha. Alguém que fosse mais respeitado pelos jogadores. O homem que pode levá-los à Seleção principal. A CBF repete que a visita estava prevista. E novas deverão acontecer, caso o Brasil se classifique. Micale pode até sentar no banco de reservas. Tomar as decisões durante o jogo. Dar as entrevistas como o técnico da Seleção Olímpica. Mas ele sempre teve a supervisão discreta de Tite. Com o Brasil correndo risco, acabou a sutileza. A intervenção branca é assumida. Com uma grande desvantagem para Micale. Tudo de ruim ficará com ele. E tudo bem para Adenor Bacchi. Para Marco Polo pouco importa.

Ele precisa do ouro.

E não confia no inexperiente Micale sozinho...




Fonte: Esportes R7
Autor: cosmermoli
Publicado em: 09 Aug 2016 20:35:15

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