domingo, 21 de agosto de 2016

Neymar acabou com o sofrimento. Ele foi o grande responsável pelo inédito ouro olímpico. Brasil campeão nos pênaltis. 5 a 4 sobre a Alemanha...

Neymar acabou com o sofrimento. Ele foi o grande responsável pelo inédito ouro olímpico. Brasil campeão nos pênaltis. 5 a 4 sobre a Alemanha...




Rio de Janeiro... Maracanã... Foi um sofrimento incrível. Que levou às lágrimas os jogadores, Micale e muito torcedores. Mas o Brasil conseguiu o único título que faltava na sua história. O de campeão olímpico. Depois do empate em 1 a 1 durante os 90 minutos e mais trinta de sofrida prorrogação, a conquista veio nos pênaltis. 5 a 4. Weverton defendeu a cobrança de Petersen. E coube a Neymar decidir. Ele, que já havia marcado o gol brasileiro durante a partida, foi convicto na sua cobrança. Forte, alta. Indefensável para Horn. O camisa 10 foi o grande responsável pela conquista inédita. E não deixou por menos. "Olha, tenho muita coisa para falar, mas ainda não encontrei palavras. Eu só tenho a agradecer a Deus, minha família, amigos, companheiros, pelos momentos difíceis na competição, onde fomos criticados. O quanto falaram da gente, respondemos com futebol. É uma das coisas mais felizes que aconteceram na minha vida. E agora, faz o quê? Vão ter que me engolir!" O grande desafio que marcava a decisão era o confronto no meio de campo. A Alemanha tinha jogadores que atuavam juntos desde o sub-15. O trabalho de Horst Hrubesch, que fazia sua despedida da Seleção Alemã, era facilitado. A maioria do time não precisava nem se olhar. Cada um sabia onde estaria o companheiro. O 4-1-4-1 entrosado, com linhas próximas, que facilitava tanto os ataques como na hora de defender. A sincronia era funcional, interessante. Digna de uma equipe muito bem treinada. Micale tinha de se virar. Buscar uma fórmula que desse conta desse rival, o mais forte que jamais encontrou na Olimpíada. Sua solução foi muito interessante. A humildade tática que marcou, por coincidência, muitas decisões do Corinthians de Tite. Esquema que foi desenvolvido pelo treinador corintiano observando o Barcelona de Guardiola se defendendo, quanto atuava fora de casa. Ao atacar, usava o 4-2-3-1. Mas na hora que perdia a bola, o Brasil não tinha vergonha de marcar. A recomposição, o sacrifício dos atacantes. Gabriel Jesus, Gabriel e Luan voltavam atrás da linha de bola. Se tornavam combativos volantes. Renato Augusto atuava como um terceiro zagueiro, fundamental quando os alemães desciam tocando bola, juntos. Zeca e Douglas Santos tinham a primeira função defender. A segunda, fechar o espaço de quem atacasse pelas laterais. O primeiro tempo deixou claro que a partida seria absolutamente estudada, brigada. Cada centímetro seria valorizado. Havia o lado emocional. Os brasileiros mais preocupados, tensos com a responsabilidade. Sabiam que tinham a pressão de vencer a decisão em casa. Estava recuados demais.

A Alemanha ganhava confiança. Tinha mais espaço. E aos 10 minutos, veio o ótimo chute de Brandt. Acertou o travessão de Weverton. Houve um silêncio respeitoso no Maracanã. E a sensação se repetiria, dez minutos depois. Em outro arremate de Brandt que acertou o travessão. Micale pedia para sua equipe sair, adiantar a marcação. Os alemães tinham melhor coordenação, mas a habilidade de Neymar era desequilibrante. Não havia marcação individual. Mas por setor. E procurava atuar onde rende mais. Na esquerda. Partiu várias vezes com a bola dominada para cima dos alemães. Até que aos 25 minutos, Ginter fez falta no camisa 10 do Brasil. Na meia esquerda. 28 metros distantes do gol. Horst Hrubesch deveria ter visto os treinamentos do Brasil. O local era o preferido por Neymar. Pelo menos 20 cobranças, quase todos os dias. Ele se tornou um especialista. Seu esforço deu resultado. Sua batida na bola foi fantástica. Juntou violência com precisão, a bola bateu no travessão e caiu dentro do gol. Indefensável para Horn. O Maracanã parecia que iria desmoronar com a vibração da torcida. 1 a 0, Brasil. Neymar não deixaria a oportunidade passar. Aproveitou todos os holofotes. Gritou: "Eu estou aqui. Eu estou aqui." Misto de imitação de Cristiano Ronaldo com a citação que não estava nos famosos 7 a 1.

Não satisfeito, imitou a pose de Bolt, imitou um raio. Homenagem ao espetacular corredor jamaicano que conseguiu nove medalhas de ouro e era convidado especial no seu camarote. O gol trouxe confiança para o Brasil. Os jogadores, mais leves, buscando mais o ataque. Viveram bons momentos. Passavam a impressão que poderiam ampliar o placar. Mas faltavam arremates. Gabriel fazia uma péssima partida. Egoísta, perdendo lances fáceis. E Gabriel Jesus, se desdobrando. Atacando e defendendo. Mas titubeando na hora de concluir. Os alemães conseguiram se recompor. Graças ao seu esquema bem treinado. Recuperaram o domínio da intermediária. Aos 34 minutos, outro susto. Meyer cobra falta na lateral da área. E, em jogada ensaiada, Bender cabeceou. Segunda bola no travessão. Os brasileiros se mostravam nervosos. O primeiro tempo acabou com os alemães muito melhores. Na segunda etapa, Micale tentou atrair os alemães. Recuou o Brasil. Sonhava com contragolpes em velocidade. Mas tudo o que conseguiu foi atrair os alemães para o seu campo. Com mais espaço, as tabelas, as penetrações na área eram mais constantes. A pressão alemã era algo claro, preocupante. Até que Brand descobriu Toljan na direita. Na movimentação treinada, Meyer chegou livre na área. O chute saiu cruzado, indefensável para Weverton. O Brasil tomava seu primeiro gol nas Olimpíadas. 1 a 1, aos 13 minutos.

O gol foi um grande balde de água fria. Os jogadores brasileiros sentiram o golpe. Nervosos, percebiam que os alemães eram melhores. Impunham seu domínio na intermediária. Micale tinha a obrigação de fazer algo. E tomou a atitude correta. Tirou o improdutivo e egoísta Gabriel. Colocou Felipe Anderson para ajudar na marcação do meio campo. O efeito foi imediato. O Brasil melhorou. Equilibrou o jogo. A torcida no Maracanã seguia gritando, incentivando de maneira emocionante. A Alemanha seguia repetindo seu desenho tático. A Seleção de Micale tentava na base da individualidade. Neymar era melhor marcado. E o time também não atacava em grupo, com medo medo dos contragolpes. E vinha a prorrogação. O Brasil optava pelo recuo. Pelos contragolpes. A Alemanha tinha o domínio de bola, buscava o ataque, mas não chutava. Já o Brasil teve uma chance excelente quando Douglas Santos lançou Luan, nas costas da zaga. Mas o jogador demorou para bater no gol e perdeu oportunidade importante, aos seis minutos do primeiro tempo. Na segunda etapa da prorrogação, logo a um minuto, Neymar deixou Felipe Anderson livre diante, cara a cara com Horn, mas o chute saiu em cima do goleiro. Os dois times seguiam cansados. Mais os alemães. Inteligentes, conseguiam fazer o tempo passar. Tocavam a bola no seu campo. Nitidamente para deixar o tempo passar. Conseguiram levar a decisão para os pênaltis. As cobranças estavam empatadas em 4 a 4. Até que Petersen cobrou mal, fraco. Weverton saltou no canto esquerdo e defendeu. E veio a vez de Neymar. A cobrança saiu forte, indefensável para Horn.

5 a 4.

Brasil finalmente campeão olímpico.

Medalha de ouro.

Os jogadores e Micale desabaram em choro.

Enquanto 70 mil torcedores gritavam.

"O campeão voltou...."

Que a desejada conquista sirva para algo de útil.

Há muitas coisas erradas no futebol brasileiro.

E não podem ser esquecidas por causa da medalha de ouro...




Fonte: Esportes R7
Autor: cosmermoli
Publicado em: 20 Aug 2016 20:22:53

Nenhum comentário:

Postar um comentário