terça-feira, 2 de agosto de 2016

Como o blog revelou, o São Paulo não tinha como segurar Bauza. E o perdeu para a Seleção Argentina. Patón vai de cabeça erguida. Cumpriu sua missão no Morumbi. Agora fica o drama. Quem é capaz de substitui-lo? Reinaldo Rueda é o sonho...

Como o blog revelou, o São Paulo não tinha como segurar Bauza. E o perdeu para a Seleção Argentina. Patón vai de cabeça erguida. Cumpriu sua missão no Morumbi. Agora fica o drama. Quem é capaz de substitui-lo? Reinaldo Rueda é o sonho...




Outra vez o São Paulo faz seu treinador o comandante de um selecionado importante. Depois de Juan Carlos Osório assumir o México, hoje veio a confirmação. Edgardo Bauza é o novo treinador da Seleção Argentina. O blog havia antecipado, com exclusividade, que se houvesse o convite, o São Paulo não poderia fazer nada. Mesmo com o técnico tendo contrato até dezembro. Havia uma cláusula no seu contrato que o liberaria imediatamente, em caso de convite da Seleção Argentina. Aliás, o eterno sonho de Patón. A Associação de Futebol Argentina queria Diego Simeone para o lugar que era de Tata Martino. Só que ele renovou com o Atlético de Madrid até 2020. A partir daí, a briga ficou renhida. Marcelo Bielsa, Jorge Sampaoli, Miguel Angel Russo, Ramon Diaz e Edgardo Bauza. Bielsa é muito instável psicologicamente. Sampaoli acabou de assinar contrato com o Sevilla e também não é uma pessoa fácil de lidar. Russo está sem trabalhar desde que saiu do Velez, em 2015. Houve resistência a Ramon Diaz, a partir da eliminação do Paraguai na Copa Centenário, diante dos Estado Unidos, com um jogador a menos. Bauza foi o escolhido. Por vários critérios. O primeiro não é ser um treinador vencedor, bicampeão da Libertadores. O motivo preponderante foi a sua disponibilidade de convencer Messi a voltar a Seleção Argentina. Patón é uma pessoa agregadora.E se propôs a fazer o jogador cinco vezes melhor do mundo a mudar sua decisão de não jogar mais por seu país, após a derrota na final da Copa América Centenário. Patón é uma figura muito carismática e querida na Argentina. Soube talhar sua imagem de campeão primeiro em campo. E depois como treinador. Mas afável, sem afetações, de reações coerentes. A AFA, que vive uma revolução, precisava de um técnico assim.

No dia 1º de setembro, a Argentina já enfrentará o Uruguai. E Bauza terá de fazer suas escolhas. A primeira convocação. Nela não deverá estar Messi. Mas o técnico tentará seduzi-lo aos poucos, com calma. Sem afobação, pressão. "Eu nunca deixei de acompanhar o futebol argentino. Está no meu DNA", repetiu várias vezes o treinador. Estar em atividade e em plena forma, acabou de levar o São Paulo à semifinal da Libertadores, também contou muito na escolha. A liberação tinha de ser imediata. E foi. O São Paulo acaba de divulgar nota oficial confirmando a saída de Bauza. Ele mudou o perfil do time de futebol. O fez vibrante, lutador, confiante. E teve responsabilidade pela retomada de carreira de Paulo Henrique Ganso. Sua lucrativa venda para o Sevilha. Foram oito meses intensos de trabalho árduo. Com um detalhe significativo. Nunca quis aprender português. O São Paulo que se adaptasse a ele. E ao seu espanhol. E foi o que aconteceu.

O presidente Leco não gostaria de ter de liberá-lo. Só que não havia o que fazer. A não ser se despedir. E, a partir de agora, procurar um novo treinador. A diretoria sabia que estava perto de perder Bauza, mas ainda não há um consenso. Porque a maioria dos dirigentes sonhava que seria outro técnico a ir trabalhar na AFA. Há um candidato natural e assumido. Pintado. Ele é auxiliar técnico do São Paulo. Mas deseja virar o treinador. Há o lado bom. Transmite a raça que tinha como jogador. Só que há o lado ruim. Há muita desconfiança que não esteja pronto para comandar um clube grande como o São Paulo. Daí, surgem vários nomes. E com perfis diferentes. Fernando Diniz, Abel Braga, Diego Aguirre. Há um sonho: o colombiano Reinaldo Rueda, treinador que acaba de vencer a Libertadores com o Atlético Nacional. A experiência com técnicos estrangeiros de alto nível deu muito certo no Morumbi. A mudança de dinâmica de trabalho, a visão do futebol diferenciada. A vivência. A decisão precisa acontecer o mais rápido possível. O time é décimo colocado no Brasileiro. E vão começar as oitavas de final da Copa do Brasil. Leco, para variar, está inseguro. Ainda não sabe que rumo tomar. Talvez Pintado assuma interinamente. Isso enquanto o clube estuda o que fazer. Que treinador tem mais perfil do São Paulo. As características que Carlos Augusto Barros e Silva exige: vibração, autoridade, firmeza nas suas decisões, capaz de fazer o time jogar exatamente como ele quer. Que administre as crises de maneira discreta, interna. A perda de Bauza trará um prejuízo muito grande ao São Paulo. Não foi fácil os dirigentes encontrarem alguém com o seu perfil. Que juntasse tantas características que o clube precisava. A campanha na Libertadores foi memorável. No início da competição, o São Paulo era o clube brasileiro mais desacreditado. Mas foi a equipe nacional que conseguiu ir mais longe. Até a semifinal.

Mesmo perdendo Calleri e Ganso, ele tinha a certeza que reestruturaria o time. A ponto de conseguir uma vaga para a Libertadores ainda este ano. Por mais que fosse previsível, a saída foi um baque. O tom da nota oficial foi muito respeitosa. "O São Paulo Futebol Clube anuncia que Edgardo Bauza informou ter recebido e aceitado na noite desta segunda-feira (1º) o convite feito pela Associação de Futebol da Argentina (AFA) para assumir o comando da seleção nacional, e assim deixará o cargo técnico do Tricolor. Contratado no início da temporada, Patón se despede do clube após oito meses de um importante trabalho de reconstrução do time. Assim como o colombiano Juan Carlos Osorio, hoje técnico do México, Bauza passou a ser cotado para assumir uma importante seleção nacional a partir do trabalho no São Paulo. A diretoria agradece ao treinador e deseja sorte em seu novo desafio." E não era um gênio. Mas um treinador com visão privilegiada do futebol. Trabalhador incansável. Personalidade de líder de comandante. Agregador. Capaz de mudar a perspectiva de um clube. Fará muita falta ao São Paulo.

Cumpriu sua missão.

E tem tudo para reconstruir a abalada Seleção Argentina.

Gracias, Edgardo Bauza...




Fonte: Esportes R7
Autor: cosmermoli
Publicado em: 01 Aug 2016 20:37:12

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