sexta-feira, 12 de agosto de 2016

Antes da perigosa Colômbia, a Seleção Olímpica terá de enfrentar outro inimigo, no Itaquerão. O exigente público paulista. Por isso Neymar e Micale já pedem apoio...

Antes da perigosa Colômbia, a Seleção Olímpica terá de enfrentar outro inimigo, no Itaquerão. O exigente público paulista. Por isso Neymar e Micale já pedem apoio...




São Paulo... O ex-coordenador da Seleção, Gilmar Rinaldi, e o ex-técnico Dunga, haviam convencido Marco Polo del Nero. Entre os lugares ruins para o Brasil jogar, o pior era, sem dúvida, São Paulo. Foi fácil convencer a tirar partidas das Eliminatórias daqui. Del Nero não se esquece de a torcida irritada na vitória por 3 a 1 contra a Croácia. Os palavrões não se limitaram aos jogadores. Mas houve um coro inesquecível no mesmo Itaquerão que a Seleção Olímpica atuará amanhã. "Ei,Dilma...Vá tomar no ..." Foi uma cena constrangedora. Ela já havia quebrado o protocolo, não discursando na abertura da Copa. Foi humilhada diante de várias autoridades, entre elas secretário-geral da Organização das Nações Unidas, Ban Ki-moon, onze presidentes, primeiros-ministros e vice-presidentes. Desde aquele 12 de junho de 2014, São Paulo ficou riscado do mapa da Seleção. Algo que os jogadores não protestaram. No dia 7 de setembro de 2012, na vitória por 1 a 0 em amistoso diante da África do Sul, grande parte dos milhares de torcedores que foram ao Morumbi, gritou, outro coro que não foi esquecido por Del Nero e Rinaldi. "Neymar, pipoqueiro." 6 de junho de 2014. Também no estádio do São Paulo. Brasil derrota a Sérvia por 1 a 0. Muitas vaias, palavrões. Direcionados principalmente a Neymar e Felipão. E Del Nero, lá... Ou seja, não foi nada difícil convencer o presidente da CBF a fazer com que esquecesse o público paulista. Considerado o menos carinhoso e mais exigente com a Seleção. Daí os jogos no Nordeste, no Norte do país nas Eliminatórias. A rejeição é histórica. Nasceu no bairrismo. Quando a CBD, e depois CBF, privilegiava os cariocas nas convocações. E virava as costas aos paulistas. Esse sentimento de rancor em relação à Seleção nunca passou.

Mas na elaboração da tabela das Olimpíadas, houve pressão política para que São Paulo também tivesse a visita da Seleção. E ela ficou marcada para amanhã. Contra uma bem montada Colômbia. A lógica apontava que o Brasil faria sua primeira partida eliminatória, pelas quartas de final no Itaquerão. Os ingressos foram vendidos. O estádio estará lotado. Mas a reação do público, imprevisível. "Não sei se será diferente (em São Paulo em relação à Bahia), mas a mentalidade da Seleção continuará a mesma. Vamos nos entregar em campo pelo resultado. As pessoas também devem entender o nosso lado. Não estamos aqui para brincar. É difícil, mas peço que tenham paciência." O pedido de apoio foi de Neymar. Ele já foi muito maltratado com a camisa da Seleção atuando em São Paulo. Pessoas próximas a ele dizem que chegou a chorar de raiva em 2012, com os gritos de pipoqueiro. Foi traumatizante. Para os jornalistas na época, se defendeu dizendo que partiram de torcedores de rivais do Santos, como corintianos, palmeirenses e são paulinos. "O público paulista vai reagir de acordo com o que produzirmos em campo. Tenho certeza que o apoio virá de acordo com a dedicação da Seleção contra os colombianos. Quando as pessoas perceberem a nossa entrega, não tem como vaiar. Por mais exigente que a torcida possa ser, nós estamos representando o Brasil. Merecemos e precisamos do apoio dos paulistas", resume Weverton. "Não pode existir essa história de corintiano, palmeirense e são paulino. Não posso temer vaias por jogar no Santos. Vou estar em campo com a camisa da Seleção. Nós estamos representando todo o país. Precisamos da torcida neste jogo mata-mata. O grupo é formado por jovens jogadores. A Bahia nos apoiou do início ao fim da partida contra a Dinamarca. O resultado veio", lembra Gabriel.

O grande preocupado com a participação da torcida no Itaquerão é Rogério Micale. Mais do que ninguém, ele sabe o quanto a equipe foi montada às pressas. Tanto que teve de alterar seu padrão tático contra a Dinamarca. Seu 4-3-3 não deu certo diante dos sul-africanos e iraquianos. Apostando na covardia dinamarquesa, montou seu 4-2-3-1, com inúmeras vezes, o time jogando como na década de 70, no 4-2-4. O que é perfeito contra equipes covardes, sem ambição. Não será o caso da Colômbia de Carlos Restrepo. O treinador já conseguiu uma grande surpresa neste torneio de futebol. Seu time venceu a favoritíssima Nigéria por 2 a 0, na quarta-feira. Onde foi jogo? No Itaquerão. Por quem torceram os paulistas? Para os nigerianos. "As coisas funcionaram contra a Dinamarca., a bola entrou e pudemos desenvolver o nosso jogo. A pressão é muito grande, a equipe é jovem e precisa de apoio. Tomara que São Paulo também nos ajude", pede Micale. O técnico da Seleção Olímpica tem plena consciência de quanto ainda é instável seu time. E como os jogadores, apesar da maioria estar consagrada e atuando em times grandes, ainda são inconstantes emocionalmente. Logo no primeiro mata-mata, o primeiro grande adversário não estará nos gramados. Mas nas arquibancadas. O público paulista. Na coletiva de hoje, véspera do confronto, Micale escolheu a dedo. Quis que o zagueiro do São Paulo, Rodrigo Caio, fale aos jornalistas. O discurso de ambos irá pelo mesmo caminho. Pedir carinho aos torcedores no Itaquerão. "Torcida a gente aproxima ou afasta. Isso em todo lugar do mundo. Mas que seria fundamental ter o apoio do nosso povo neste jogo contra a Colômbia, isso sem a menor dúvida. Tomara que ele venha", torce o experiente e, ex-corintiano, Renato Augusto. Não está descartada uma sutil estratégia. A utilizada por Gabriel na Fonte Nova. Se o Brasil marcar um gol, a comemoração ser com a torcida. Para aproximar de vez os temidos paulistas da Seleção...





Fonte: Esportes R7
Autor: cosmermoli
Publicado em: 12 Aug 2016 10:18:18

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