sábado, 6 de agosto de 2016

Para agradar o grupo e provar suas convicções, Rogério Micale repetirá o time que empatou contra a África do Sul. Com Gabriel Jesus e Renato Augusto. A fragilidade dos pobres iraquianos é sua cúmplice...

Para agradar o grupo e provar suas convicções, Rogério Micale repetirá o time que empatou contra a África do Sul. Com Gabriel Jesus e Renato Augusto. A fragilidade dos pobres iraquianos é sua cúmplice...




Brasília... Rogério Micale está mudado. Os sorrisos sumiram. Bastou um jogo para valer.

A simpatia nas respostas também se foi. O treinador sentiu o peso das críticas, da cobrança pelo péssimo futebol da Seleção Brasileira contra a África do Sul. O treinador, que trabalhou com 17 anos na base, se sente mais desconfortável com a imprensa do Brasil todo questionando seu time. Seus métodos. Seus jogadores. Já é certo que Tite o orientará quando voltar dos Estados Unidos e Europa, onde estava acompanhando partidas e convocáveis. Mas antes disso há o Iraque. A fragilidade da equipe é a sua grande cúmplice para provar que suas teorias estão certas. Tanto que apesar de fechar o treino para os jornalistas, ele já decidiu . O Brasil repetirá a mesma equipe que empatou em 0 a 0 contra a África do Sul. Micale quer provar que seu 4-3-3 é o caminho do ouro. Diante dos fraquíssimos iraquianos também deseja agradar seus jogadores. Sabe que Gabriel Jesus e Renato Augusto, os mais ameaçados, têm toda a chance de mostrar grande futebol. Não só pelo talento natural de cada um. Mas pelo nível quase amador do adversário. O treinador se mostrava incomodado na coletiva obrigatória que deu aqui no Mané Garrincha. Está no caminho traçado por Dunga e Felipão, de tentar mostrar que todos estão contra a sua seleção. A ponto de ter a solução, caso seu time volte a jogar mal e a torcida de Brasília novamente vaiar. "Se vier a vaia por não conseguirmos resolver, temos que pensar que estamos lidando com a torcida adversária." Sim, pensar que Brasília não faz parte do território nacional. Fingir que a Seleção Olímpica está atuando em Buenos Aires.

Esse é a maneira que o técnico descobriu para fortalecer psicologicamente seu time, fingir que os brasileiros que lotarão o estádio são inimigos... Micale estava interessado em valorizar de qualquer maneira seu time. Fez de tudo para valorizar o péssimo futebol mostrado na quinta-feira. Como se acreditasse que bastasse falar e todos os jornalistas aceitaram suas teses, sem questionamentos.[ Talvez seja assim nas categorias de base. Lidando com jornalistas que trabalham com a Seleção Brasileira é muito diferentes. Ele já está percebendo. "Quando não vem a vitória temos que tomar cuidado, muito cuidado porque pode se achar que o trabalho não foi tão bem realizado. pelas 17 finalizações. 17 finalizações", repetiu. Só se esqueceu de dizer que dez delas foram dadas quando os sul-africanos tinham um jogador a menos. A sua decisão de manter o mesmo time, mesmo com o fraco futebol de Gabriel Jesus e Renato Augusto, é também uma resposta aos jornalistas que mostram seu erro em deixar apenas três jogadores fixos no meio de campo.

Os sul-africanos dominaram as intermediárias. Equipe bem treinada, engoliu o meio de campo nacional. Thiago Maia foi sobrecarregado na marcação. Felipe Anderson conseguia se desdobrar para criar jogadas ofensivas. Renato Augusto estava perdido em campo. Não fazia nem uma coisa e nem outra. Lento de raciocínio e no toque de bola. Gabriel Jesus ficou aprisionado, encurralado entre os zagueiros e os volantes sul-africanos. Nada fez de produtivo. E ainda perdeu um gol feito. Como o esquema 4-3-3 será mantido, o melhor para a Seleção seria a entrada de Rafinha e Luan. Não há nem discussão. Só que Micale precisa ser teimoso. Mostrar que é um treinador de convicções. Ele quer sair desta Olimpíada com o status de profissional de time grande. "Estou me preparando há 47 anos por isso, não é há um mês", exagerou. Como se quanto estivesse tomando mamadeira, se alfabetizando ou dado o primeiro beijo, já estivesse pensando em organizar seu time em 4-3-3. Micale está cada vez mais nervoso. Buscando respostas vazias para problemas concretos. E empenhado defender seus jogadores. Usa qualquer tipo de argumentos. E a incoerência. Ele possui 13 jogadores que atuam no futebol brasileiro. Estão em pleno ritmo de competição. Cinco que chegaram do Exterior. Renato Augusto da China. Os demais quatro: Neymar, Rafinha, Felipe Anderson e Marquinhos deveriam estar em pré-temporada. Vindos de férias, baladas. Não só Neymar. Marquinhos teve um casamento cuja festa durou três dias e três noites.

Estão desgastados. Mas o treinador nega o óbvio. Que estejam muito abaixo dos demais."Essa situação é natural em seleções. Heterogêneos. São atletas de alto nível. Assimilação rápida. Tentamos individualizar. Ritmo adquire jogando." Lógico que protegeu Neymar. "O Neymar para a seleção olímpica é o que o Messi representa para o Barcelona. É inerente procurar o Neymar, sabemos que ele pode gerar desequilíbrio e colocar um companheiro em situação boa de gol. Estamos exigindo dele, mas o Neymar só fez dois jogos depois das férias. Ele vai crescer com a equipe e individualmente depois de um tempo parado. "Quem erra muito é quem não se omite, não posso creditar isso como um ponto negativo, ele busca o jogo, quer fazer o gol, dar uma resposta, chamar a responsabilidade." Nos treinamentos, desde a Granja Comary, passando por Goiânia e aqui em Brasília, os jogadores fizeram exatamente os mesmos exercícios. E com a mesma carga. O que foi mais um grande erro. A inexperiência da Comissão Técnica salta aos olhos. Infelizmente. São profissionais que estão passando por algo novo e importante demais nas suas carreiras. A carga de treinos do goleiro Weverton é muito menor do que foi dado a Fernando Prass. Os jogadores saem desgastados dos treinamentos físicos no inclemente sol do centro do Brasil. Psicólogos não foram admitidos, a pedidos dos jogadores. E Micale segue seu discurso com várias falhas. Como destacar na coletiva de hoje que o Japão marcou quatro gols na Nigéria e que a sua seleção não sofreu nenhum no amistoso contra os orientais. Ele só se esqueceu que os nigerianos chegaram ao Brasil e com menos de 24 horas jogaram contra os japoneses. Tomaram sim, quatro gols. Mas marcaram cinco. Há outro detalhe importantíssimo cercando o jogo de amanhã. Há a possibilidade de ficar em segundo no grupo. Na rodada dupla, os africanos enfrentarão como francos favoritos os dinamarqueses. Se vencerem por muitos gols obrigarão os brasileiros à goleada que, normalmente, deveria vir naturalmente. Mas é impossível garantir. Seus jogadores demonstraram muita ansiedade e nervosismo contra a África do Sul. Não conseguiram sequer vencer. "Estamos fazendo muito bem nosso trabalho. Só precisamos de alguns ajustes", tentando minimizar o fraco futebol, como se as pessoas não raciocinassem. Para estes "ajustes", Micale já decidiu. O time será o mesmo. Gabriel Jesus e Renato Augusto terão nova chance. Contra os fraquíssimos iraquianos. Mas será bom Luan e Rafinha ficarem preparados...




Fonte: Esportes R7
Autor: cosmermoli
Publicado em: 06 Aug 2016 19:34:44

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