quinta-feira, 18 de agosto de 2016

Seleção Olímpica blinda seus jogadores. Não quer ninguém sequer pensando em vingança, revanche da derrota por 7 a 1 para a Alemanha. Foi a melhor decisão de Micale...

Seleção Olímpica blinda seus jogadores. Não quer ninguém sequer pensando em vingança, revanche da derrota por 7 a 1 para a Alemanha. Foi a melhor decisão de Micale...




Rio de Janeiro... "Alemanha, pode esperar. A tua hora vai chegar." As torcidas carioca e paulista cantaram o mesmo coro ontem. Bastou o Brasil golear a pobre Honduras e o Alemanha despachar a Nigéria e as arquibancadas do Maracanã e do Itaquerão ganharam o mesmo fundo musical. Lógico que a referência é a inesquecível goleada germânica por 7 a 1, no Minerão, em plena semifinal de Copa do Mundo. Algo inédito na história das Copas. O vexame segue muito fresco na memória coletiva dos brasileiros. E até alemães. As referências nas redes sociais do país europeu também são comuns e insistentes. Os times principais não se enfrentaram desde então. O confronto de sábado é o mais importante entre os dois tradicionais adversários, donos de nove títulos mundiais. Mas o jogo será a final olímpica de 2016. A enorme maioria dos jogadores em campo terá até 23 anos. Mas além da torcida, grande parte da imprensa segue insistindo no tema. A Comissão técnica e os jogadores da Seleção Brasileira resolveram não cair na armadilha tola. Que só jogaria uma injusta carga na decisão pela medalha de ouro. "Não fomos nós que jogamos naquele 7 a 1. Podem ver, não há sequer um atleta que esteve em campo disputando a Olimpíada. E se vocês não sabem, isto aqui não é Copa do Mundo. Não temos obrigação de revanche, vingança ou qualquer coisa parecida. Nós não vamos entrar nesta história. Queremos a medalha de ouro por nós mesmos", disse Weverton. "Não existe essa história de jogar para vingar o 7 a 1. Já aconteceu, não tem volta. Era uma semifinal de Copa do Mundo. Se fosse assim, o futebol seria uma vingança constante. Quando um time ou seleção perde, ficará esperando sempre a revanche. Uma enorme bobagem", decreta Rodrigo Caio.

O discurso está mais do que afinado. Era algo mais do que previsível. "Se formos por este caminho, poderemos complicar as coisas. O Brasil está indo muito bem na Olimpíada. Pensando apenas na medalha. A Alemanha já é um grande adversário, independente de revanche, vingança ou seja lá o que for. Vamos é fazer uma final de Olimpíada. O que tem enorme significado para o Brasil, que nunca ganhou o ouro", afirma Marquinhos.

Logo após o jogo, as declarações eram absolutamente convertidas para o mesmo lado. Pareciam ensaiadas. "Essa história de vingar os 7 a 1 não tem nada a ver. O que passou, passou. Foi triste. Muita coisa mudou desde 2014. Veio o Dunga. Agora o Tite. Nós vamos jogar a final olímpica. As pessoas precisam estar muito atentas a isso. Essa é a nossa preocupação. E não vamos perder o foco", garante Renato Augusto, jogador que tem assumido a postura de capitão, com o silêncio de Neymar. O grande medo de Micale é que o Brasil possa se empolgar. Se deixar levar pela torcida. Se por exemplo, a Seleção sair na frente e conseguir um, dois gols de vantagem, acabe se expondo tolamente, buscando uma goleada. "Nós precisamos apenas ganhar o jogo. O que será muito difícil. Não existe essa história de buscar uma vitória por mais gols em uma final contra a Alemanha. Estaremos centrados, focados, pensando apenas na medalha. Na vitória", assegura Gabriel Jesus. "Chegamos a essa reta final fortes. Cada jogo tem sua história, nós vamos ter que fazer uma nova história nessa final", disse Micale, após a goleada contra Honduras. Ele não queria dar brecha a essa revanche pedida pelos torcedores ganhasse maior proporção.

Desta vez, até agora, a Seleção Olímpica age muito bem. Não existe a possibilidade de revanche dos 7 a 1. Como também da derrota para o Uruguai por 2 a 1 em 50. Da goleada por 4 a 1 diante da Itália no México, em 70. Cada jogo é único. O fracasso de Felipão e do time da CBF ficará para sempre. Sábado no Maracanã, os personagens serão outros. Sem a menor responsabilidade pelo que passou em 2014. Nem os alemães são os que conquistaram o tetracampeonato. E nem os brasileiros que foram humilhados. O pedido de revanche da torcida não tem o menor cabimento. Ainda bem que Micale e seus jogadores entenderam. Porque se entrarem para dar show, se vingar ser pior. Podem se expor a outro vexame. Aquela goleada ficará como lição. E a dor estará sempre lá, esperando ser lembrada...





Fonte: Esportes R7
Autor: cosmermoli
Publicado em: 18 Aug 2016 16:30:07

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