sexta-feira, 19 de junho de 2015

A CBF ganha o apoio da organização da Copa América. A pressão é imensa sobre o frágil Comitê Disciplinar. A prioridade é liberar a estrela Neymar. Mesmo com o constrangedor vídeo em que chama Zúñiga de filho da p...

A CBF ganha o apoio da organização da Copa América. A pressão é imensa sobre o frágil Comitê Disciplinar. A prioridade é liberar a estrela Neymar. Mesmo com o constrangedor vídeo em que chama Zúñiga de filho da p...




Em horas, o que era alegria passou a ser novamente constrangimento. A delegação brasileira estava animada na tarde de ontem, no Chile. Ela recebeu de maneira oficial a notificação que Neymar estava suspenso. Mas não como Dunga e toda a delegação esperava. Em vez de dois jogos, apenas um. O brasileiro foi favorecido pelos organizadores da Copa América. Coube a eles definirem se teria um ou dois jogos de suspensão. No ultrapassado regulamento da competição não havia uma regra clara em relação a algo muito importante. Atleta que é suspenso por cartão amarelo e vermelho no mesmo jogo. Em vez das esperadas duas partidas de suspensão, uma só para Neymar, uma das maiores estrelas do torneio. Pagará só pelos dois amarelos seguidos. Dunga ganhou motivos para acreditar que poderá contar com o jogador nas quartas-de-final. Basta o Brasil vencer a Venezuela no domingo. E logo no mata-mata, o capitão do time, o camisa 10 estará presente. Isso apesar do julgamento por parte da Comissão Disciplinar da Conmebol, pelo cartão vermelho.

A CBF alegará que ele foi provocado pelos jogadores colombianos. E até pelos bandeiras que o chamaram de "piscineiro", por se atirar ao chão, simulando faltas. Pela tese do diretor jurídico da CBF, Carlos Eugênio Lopes, há muitos atenuantes. E ele tem certeza que o atacante pegará pena mínima, um só jogo. E a cumprirá contra a Venezuela. Ou tinha essa convicção. O Canal + da Colômbia escalou um câmera só para acompanhar Neymar no jogo de quarta-feira. E registrou empurrões, provocações por parte do capitão brasileiro. Uma cena é absolutamente vexatória. Depois de trocar tapas com Camilo Zúñiga, o nariz do jogador do Barcelona começa a sangrar. Ele coloca o dedo no nariz e quando sente o sangue, chama o adversário. E apela para o idioma que usa na Espanha. "Muchas gracias, luego me llamas para pedir perdón, hijo de puta. Hijo de puta!" Não é preciso ser um especialista na língua do saudoso Gabriel Garcia Marquez. "Muito obrigado, Camilo. logo me telefona para pedir desculpas, filho da puta. Filho da puta!" Neymar fez questão de não colocar a mão na frente da boca. Queria que seus palavrões fossem divulgados. É como se sentisse inatingível, imputável... Portais do mundo todo já divulgam o vídeo. Esta é a imagem do capitão da Seleção. É assim que ele enfrenta os conflitos dentro do gramado. Agarrando, estapeando e xingando seus marcadores. A referência que Neymar fez, quando pediu para telefonar, foi irônica. Quando Zúñiga tirou o atacante dos dois jogos finais Copa do Mundo de 2014, dando uma joelhada que fraturou uma vértebra do brasileiro, ele se ligou ao brasileiro. E pediu desculpas. Era a essa situação que Neymar se referia. A postura do brasileiro foi muito criticada nos portais da Colômbia. E a cena servirá para embasar a defesa do colombiano Bacca, que também será julgado pelo Comitê Disciplinar da Conmebol. Ele deu um violento empurrão em Neymar. A alegação do atacante é que Neymar não é tão vítima. Pelo contrário. Além de xingar Zúñiga, deu uma bolada em Armero e ainda cabeçada em Murillo. Vários marcadores já acusaram o brasileiro. Ele teria o costume de xingar, provocar, humilhar seus adversários. Até torcedores rivais Neymar não admite que o provoquem. Como aconteceu com um fã do Manchester City, que o chamou de "piscineiro", por se atirar, fingir receber faltas.

A Copa América mostra o quanto a justiça fica em segundo plano na América do Sul. Bacca foi covarde. Empurrou Neymar, muito mais franzino do que ele, por trás, sem defesa. Teria de pegar punição exemplar. Mas o capitão da Seleção e o camisa 10, também. Seu comportamento infringiu qualquer código de conduta ética, disciplinar. Ele provocou a confusão deprimente depois do jogo de quarta-feira. Sua suspensão também deveria passar ao mundo que há lei entre os trópicos. Só que a CBF e a Federação Colombiana de Futebol agem como irmãs siamesas. Pressionam o Comitê Disciplinar da Conmebol. Criado apenas em 2011, ainda está fragilizado, sem força. A possibilidade que tanto Neymar quanto Bacca peguem apenas uma partida é grande. Os organizadores da Copa América também não querem ficar sem a segunda maior estrela do torneio. A primeira é Messi. Mas Neymar vem em segundo. Estando em todas as propagandas da competição. Jornalistas que estão no Chile garantem que o lado político pesará no julgamento. Será enorme surpresa se Neymar ficar fora nas partidas eliminatórias, a partir das quartas de final. Lógico que, se o Brasil conseguir se classificar.

Robinho, que rasgou a camisa de Bacca defendendo Neymar, está animado. Poderá ganhar entrar no lugar do parceiro contra a Venezuela. Deixaria assim sua maior função na Seleção durante a Copa América: tocar pandeiro. O clima entre os jogadores e os repórteres que cobrem a Seleção no Chile está péssimo. Os atletas reclamam da falta de apoio da imprensa nacional. E que todos deveriam estar principalmente do lado de Neymar. É a velha questão já levantada na Copa do Mundo. Vários atletas, liderados por Daniel Alves, acreditam que a função dos jornalistas brasileiros é defender a Seleção, não importando o que aconteça. O problema é que estão acostumados demais com assessoria de imprensa. Não percebem que a responsabilidade da imprensa é relatar o que acontece. A primeira experiência de Neymar como capitão da Seleção em uma competição oficial está desastrosa. Falado à ESPN, Sônia Román, ex-psicóloga do jogador no Santos dá a receita. Para ela, o jogador deveria cobrar Dunga. E ter Robinho como parceiro no ataque. Que se esqueça de Tardelli e Firmino. É com o santista que ele se sente bem.

"Ele está irritado, sente que precisa resolver, precisa fazer mais. Sozinho não vai conseguir. Precisa, literalmente, chamar na chincha. Não pode ser bobo do treinador. Já está na hora de parar com essa submissão ao técnico, ele não é cobrado como um jogador normal. O que o Robinho está fazendo no banco? Os dois juntos podem fazer mais, ele não pode ser o herói sozinho de uma seleção." Sim, Sonia defende que além do comportamento arrogante, dos palavrões do egocêntrico de Neymar aos adversários, ele "chame na chincha" Dunga. E exija Robinho ao seu lado entre os titulares. Ou seja, escale a Seleção. É só isso que faltava. Mas ela falou mais. "Ninguém comete excessos à toa. Milhões de brasileiros em cima do menino não vai legar a lugar nenhum. Falta motivação aos outros dez, falta psicologia. Toda vez que ele é muito marcado, se irrita, não consegue resolver como sempre e se estressa. Talvez as questões da CBF extracampo estejam incomodando no ambiente." Para ela, a prisão do Marin e a investigação na CBF o têm atrapalhado. Protegido, não é de estranhar as atitudes do capitão e camisa 10 do Brasil. Neymar tem uma certeza na vida: está acima do bem e do mal...




Fonte: Esportes R7
Autor: cosmermoli
Publicado em: 19 Jun 2015 11:40:19

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