segunda-feira, 29 de junho de 2015

Os reflexos do humilhante 4 a 0 do Palmeiras sobre o São Paulo. Banho de confiança em Marcelo Oliveira. Decepção com Osório. E pressão para tire Ganso e Luís Fabiano do time...

Os reflexos do humilhante 4 a 0 do Palmeiras sobre o São Paulo. Banho de confiança em Marcelo Oliveira. Decepção com Osório. E pressão para tire Ganso e Luís Fabiano do time...




A conta já chegou e pesada para Juan Carlos Osório. O treinador colombiano sabia. Se algo desse errado no clássico contra o Palmeiras seria muito cobrado. E como não alegou que o time teve virose, como Dunga, precisou arcar com o peso do vexame. Com o olé no final da partida. No íntimo, admite: 4 a 0 para o rival foi até pouco. Embora a diretoria deva assumidamente quatro meses de direito de imagem, Souza sabotou ainda mais o seu trabalho, falhando nos primeiros dois gols. Rogério Ceni também não teve reflexo no 1 a 0. Mas o técnico será cobrado por Carlos Miguel Aidar. Não pela expulsão no final do primeiro tempo. Mas por sua insistência em manter juntos Paulo Henrique Ganso, Luís Fabiano e Pato. Os 4 a 0 acabaram com a utopia. Osório já havia recebido recado por Milton Cruz. Os dirigentes acreditam que o trio não marca ninguém. É omisso. Mas, iludido, o técnico decidiu apostar no talento que um dia os três já mostraram. Não levou em consideração a letargia do meia, o final de carreira do veterano atacante e a falta de visão tática do jogador emprestado pelo Corinthians.

O São Paulo teve um estéril, impotente domínio de bola. Parecia que Marcelo Oliveira desejava que o adversário tentasse atacar o Palmeiras. Só para armar o contragolpe. Uma velha arma conhecida, desenvolvida no Cruzeiro, atual bicampeão paulista. A semana que o Palmeiras passou em Atibaia foi bem aproveitada. Percebeu que o time estava infectado pelo toque de bola excessivo, improdutivo de Oswaldo de Oliveira. Osório errou feio ao apostar que o grande desafogo do rival seria pela direita, com Lucas e Dudu. Nada disso. Quem estava finalmente preparado para jogar foi Egidio. O lateral esquerdo não tomou conhecimento de Michel Bastos. E pela esquerda destruiu o fraco sistema defensivo do São Paulo. Souza estava mal, desatento, dando muito espaço. Hudson acabou sacrificado, sozinho, perdido. Tendo de combater toda a intermediária. Pior para Bruno. Ficou sem cobertura. Havia muito espaço entre ele e Tolói, em outra péssima atuação. Ele se mostra inseguro para ser titular absoluto da zaga são paulina. O clássico teve uma dinâmica repetitiva. Era o São Paulo tocando bola de maneira dispersa e o Palmeiras mostrando muita eficiência e personalidade nos contragolpes. Os administradores do gramado tomavam vergonha na cara e ele esteve melhor, digno da cara e moderna arena. Facilitou o toque de bola, as jogadas em velocidade que o time da casa tem condições de fazer. Marcelo Oliveira foi muito feliz e teve coragem em optar por Leandro Pereira e não Zé Roberto, em má fase. O time ficou mais ofensivo, veloz. Robinho começando a partida deu mais liberdade para, finalmente, Arouca fazer uma partida como seu talento permite. O Palmeiras teve mais compactação e velocidade, agilidade com a bola nos pés. Sabia o que queria. A falta de vibração, de motivação de Paulo Henrique Ganso e Luís Fabiano foram criminosas. Pato ainda fez seu trabalho tático. Marcou Lucas e ainda conseguiu chegar no ataque pela esquerda. Acertou até a trave de Fernando Prass. Está claro que Osório precisa esquecer tudo o que sabia do meia e do veterano artilheiro. Ele tem nas mãos dois atletas sem gana, que prejudicam o grupo. No futebol moderno, se dois jogadores se acomodam em campo, é meio caminho para a derrota. Ainda mais em um clássico. Michel Bastos também precisa ser chamado para uma conversa. E Osorio precisa levar um espelho. O jogador são paulino precisa olhar e perceber que não é Robben do Bayern, da Seleção Holandesa. Apesar de ser um canhoto jogando na esquerda, tem a obrigação de marcar. Fechar o setor. Egidio deu três assistências de gols no 4 a 0. Foram os três com a bola rolando. O quarto nasceu do escanteio cobrado por Robinho. Osório sabe que a goleada terá um peso forte sobre seu início de trabalho no Morumbi. Ele tenta desviar o foco do que seu time fez em campo. Acaba de pedir desculpas pela expulsão no final do primeiro tempo, ao reclamar com o gaúcho Anderson Daronco. Diz que os juízes no Brasil são intocáveis. Mas se continuasse no banco, a goleada tinha tudo para se concretizar. O São Paulo foi profundamente infeliz no treinamento para esse jogo. Inacreditável a liberdade para o lado esquerdo palmeirense.

Marcelo Oliveira precisava de um resultado importante como o de hoje. Ele tinha de acabar com a apatia palmeirense, herança maior deixada por Oswaldo de Oliveira. A falta de objetividade. O irritante toque de bola que não levava a nada. A não ser à impaciência do torcedor. O ex-treinador do Cruzeiro quis passes mais largos, velozes. O Palmeiras está anos-luz do Barcelona de Guardiola e seu tiki-taka. A equipe precisava de vibração, rapidez na definição das jogadas. Sejam cruzamentos, inversões de jogo ou arremates. Marcelo insistiu na objetividade do time. Usar a técnica em função da busca do gol. Não o mero domínio da bola. Isso é mudança de filosofia. O São Paulo andou para trás. Caminhou no domínio inócuo da bola. É muito melhor Osório optar por um time mais operário, vibrador do que ter jogadores capazes de mostrar habilidade de uma foca nas embaixadinhas. Ganso é um caso a ser estudado. O meia outra vez se escondeu. Permitiu que Gabriel o dominasse com um pé nas costas. Já passou da hora dele ficar no banco de reservas. Tomar um choque de realidade para ver se acorda para vida. Luís Fabiano? Jogador desinteressado, que atua com o nome que fez no passado. Tem de ser liberado o mais rápido possível para atuar com Kaká no fraco futebol dos Estados Unidos. Por aqui, não dá mais. O clássico é apenas uma partida. Mas poderá marcar de verdade a chegada de Marcelo Oliveira ao Palmeiras. Ele tem de mostrar personalidade e não ceder diante do gigantesco elenco palmeirense. Se jogadores importantes como Zé Roberto e Cleiton Xavier estão abaixo, têm de ficar no banco. Ponto final. Não pode cair na tentação do revezamento pelo revezamento. Já Osório terá de se virar. Saber que no Brasil treinadores fazem milagres. Motivam atletas sem receber direito de imagem há quatro meses. E ainda enfrentar jogadores que querem ser titulares pelo que fizeram no passado, não no presente. O técnico sabe que o grau de tolerância com técnicos de fora deste país é muito pequeno. Gareca, argentino, semifinalista da Copa América com o Peru, que o diga. 4 a 0 em um Palmeiras e São Paulo traz sempre profundas consequências. A confiança está voltando para o lado verde. Enquanto o tricolor fará uma reavaliação da sua verdadeira força. O clássico de hoje transcenderá por todo o Campeonato Brasileiro. Para o bem e para o mal. O coro de olé da torcida palmeirense não será esquecido. Tanto no Palestra Itália. Como no Morumbi. Marcelo Oliveira e Juan Carlos têm plena consciência disso...





Fonte: Esportes R7
Autor: cosmermoli
Publicado em: 28 Jun 2015 20:01:26

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