quarta-feira, 3 de junho de 2015

Pelé e Ronaldo. Espetaculares dentro do campo. Fora, não. Oportunistas, egoístas, amantes dos poderosos. Ídolos eternos, acima do bem e do mal? Nunca serão...

Pelé e Ronaldo. Espetaculares dentro do campo. Fora, não. Oportunistas, egoístas, amantes dos poderosos. Ídolos eternos, acima do bem e do mal? Nunca serão...




"(Sou a favor da continuidade de Blatter na Fifa) porque é melhor ter gente com experiência."
Pelé, dois dias atrás, em Cuba. "O futebol muda, a vida muda. O importante é ter pessoas honestas para organizar as coisas. Agora, o que a corrupção faz, isso não é problema meu."
Pelé, hoje, em relação à renúncia de Blatter. "Quero começar minha vida política no futebol, quero virar político do futebol. Não sei se seria um candidato a presidente da CBF. Mas aceitaria sim, pois vejo um potencial muito grande de melhoria no futebol. Eu posso ser muito mais útil fora das quatro linhas agora." Ronaldo, março de 2012. "Não tenho vontade nenhuma de ter cargo na CBF e no futebol em geral." Ronaldo, hoje. Não é por acaso que os maiores ídolos do futebol do Brasil não são levados a sério pelo mundo. Eles são incoerentes, oportunistas e costumam estar do lado do poder. Pelé e Ronaldo não têm ideia da força de suas palavras. Se tivessem teriam outro tipo de postura. O melhor jogador de futebol de todos os tempos é o mais perdido. Sua devoção a quem está mandando o fez levar pessoalmente a taça Jules Rimet a um dos ditadores mais sanguinários do país, o general Emilío Garrastazu Medici. O presidente em 1970 mandou exterminar os rebeldes contra o regime militar, sem piedade. Usou o futebol como escudo. Para divulgar sua popularidade. Em 2004, Roberto Médici, filho do ex-ditador, entregou documentos do pai para o Instituto Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro (IHGB). Eles foram batizados de Acervo Médici. E só puderam se tornar públicos dez anos depois, em 2014. Nele há uma representativa carta de Pelé enviada ao general. Ele foi enviado pela Ditadura para representar o governo na inauguração do Brasil Plaza, edifício comercial nacional em Guadajara. O passaporte dado pela embaixada ao jogador foi diplomático. Vale a pena ler a carta com carinho...

Ex-companheiros evitam críticas abertas a Pelé. Mas em off, a repórteres, confessam. Ele era egoísta. Sempre pensou nele. Nunca quis comprar confusão com ninguém. Principalmente assuntos polêmicos. Como o racismo. Ficou contra Aranha, quando no ano passado, Patricia Moreira da Silva foi flagrada nas arquibancadas do estádio do Grêmio, chamando o goleiro de macaco. Ela e outros torcedores gremistas. O jogador fez questão de se revoltar publicamente. Pelé ficou revoltado. "O Aranha se precipitou em querer brigar com a torcida. Se eu fosse querer parar o jogo cada vez que me chamassem de macaco ou crioulo, todos os jogos iriam parar. O torcedor grita mesmo. Temos que coibir o racismo. Mas não é num lugar publico que você vai coibir. O Santos tinha Dorval, Coutinho, Pelé... todos negros. Éramos xingados de tudo quanto é nome. Não houve brigas porque não dávamos atenção. Quanto mais se falar, mais vai ter racismo."

Pelé defendeu que a saída é todos os negros se fingir surdos. Talvez se essa postura vingasse, a escravidão dominasse o mundo. "Se o Pelé tivesse um pouco de noção ou sensibilidade, faria uma revolução neste caso [racismo]. Ele tem mais repercussão que líderes políticos e religiosos. Mas não, prefere ficar falando besteira. E, na boa, nem quero mais falar dele. Não vale. Temos que falar de Muhammad Ali, Martin Luther King, Nelson Mandela... Estes, sim, foram grandes líderes que aproveitaram o espaço que tinham para brigar pelos negros. Abdicaram de suas vidas e compraram brigas sérias, coisa que o Pelé deveria fazer e nunca fez..", disparou Paulo César Caju.

Pelé renegou a filha Sandra, que teve com a empregada doméstica Anisia Machado. Ele apelou 13 vezes tentando não fazer o exame de DNA. Quando fez ficou comprovada a paternidade. Mas não quis vê-la pessoalmente. Mesmo com a filha morrendo no hospital de câncer, ele se recusou a visitá-la. Quando morreu, mandou flores, que foram recusadas. Em relação ao poder, Pelé sempre foi próximo do presidente que estivesse na Fifa. A relação ia muito além dos beijos em João Havelange e Ricardo Teixeira. Recebeu empréstimo e fez campanha por Havelange. Além de conseguir muitos contratos com patrocinadores de torneios organizados pela entidade. Era próximo de Blatter. Foi do atual presidente da Fifa a ideia de receber uma Bola de Ouro. Na época em que jogava era entregue a quem atuava na Europa. Pelé quis comprar os direitos de transmissão do Campeonato Brasileiro da CBF. Ofereceu até mais dinheiro por meio de sua empresa Sports & Marketing. Mas revelou que Teixeira vendeu por um preço menor para a Traffic, do amigo e braço direito, Jota Hawilla. O jogador chamou de corrupto. Foi processado. Fizeram as pazes. E voltaram a trocar apoio e beijos.

Quanto a Ronaldo, ele sempre esteve do lado dos dirigentes de futebol. Principalmente da Fifa, da CBF. Seguia as orientações do então seu assessor pessoal de imprensa, Rodrigo Paiva. E ficou muito próximo de Havelange, de Blatt, de Ricardo Teixeira, da TV Globo. Na Copa do Mundo conseguiu uma façanha. Assassinou a ética ao ser comentarista dos jogos da Seleção Brasileira. Ele tinha o microfone para poder falar bem de jogador que mantinha sob contrato. Ele ganhava dinheiro de Neymar para melhorar sua imagem na 9ine, empresa de marketing esportivo. E mais, falava sobre o Mundial que ajudou a organizar. Foi indicado ao Comitê Organizador Local por Ricardo Teixeira. A emissora carioca fingia não ver qualquer problema. Uma vergonha sem precedentes. Ronaldo também traiu seu grande companheiro Andrés Sanchez. O ex-jogador sabia o quanto o ex-presidente corintiano desejava ser presidente da CBF. Ricardo Teixeira o colocou como diretor de Seleções. Andrés apostou em Ronaldo quando ele estava com graves problemas nos joelhos. E gordo. O Flamengo, clube do coração do atleta, não teve essa coragem. O atacante teve um final de carreira muito melhor do que poderia imaginar, se tornou ídolo do Corinthians. Graças a coragem do dirigente. O dirigente nunca permitiu que no Parque São Jorge se tocasse no constrangedor flagrante de Ronaldo com travestis e cocaína. Os setoristas sabiam que era assunto proibido. Como diretor de Seleções, foi ele indicou Ronaldo para membro do COL a Ricardo Teixeira. Os reaproximou. Mas o ex-jogador se esqueceu de toda essa consideração ao assumir o seu cargo no COL. Sua primeira atitude foi dizer que estava pronto para ser o presidente da CBF. Tinha o apoio de Blatter. Até mesmo Ricardo Teixeira, profundo conhecedor do sujo bastidor do futebol brasileiro, ficou chocado com a postura egoísta, ingrata de Ronaldo. Decepcionado, Andrés se calou. Mas a amizade nunca mais foi a mesma.
O ex-artilheiro fez sua obrigação. Foi contra os protestos contra a Copa. A defendeu com unhas e dentes. Até por interesses comerciais. E sua frase mais famosa no COL entrou para a história. "Não se faz Copa com hospital. E sim com estádios." Afirmou, defendendo a construção dos elefantes brancos em Manaus, Natal, Brasília, Cuiabá. Fingiu desconhecer o estado calamitoso da Saúde pública. Pelé e Ronaldo foram espetaculares com a bola nos pés. Mas egoístas, mesquinhos, sem visão da realidade, aliados fiéis dos poderosos. Até que eles percam o poder. Querem ser admirados como ídolos eternos, falem o que falem. Façam o que fizerem. Nunca serão...




Fonte: Esportes R7
Autor: cosmermoli
Publicado em: 03 Jun 2015 14:04:40

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