segunda-feira, 8 de junho de 2015

A palavra de Paulo Nobre é o grande obstáculo para a demissão de Oswaldo no Palmeiras. Alexandre Mattos sabe: Marcelo Oliveira e Cuca estão à disposição. O momento para agir é agora...

A palavra de Paulo Nobre é o grande obstáculo para a demissão de Oswaldo no Palmeiras. Alexandre Mattos sabe: Marcelo Oliveira e Cuca estão à disposição. O momento para agir é agora...




Paulo Nobre está entre a cruz e a espada. Ao contratar Oswaldo de Oliveira, o presidente palmeirense deu a sua palavra ao treinador. Ele teria tempo para conseguir o único objetivo real do clube em 2015: conquistar uma vaga para a Libertadores de 2016. Avisou que ele teria jogadores e respaldo para trabalhar. E foi além. Prometeu que não se preocupasse com a pressão, comum no Palestra Itália. O executivo Alexandre Mattos entendeu que o culto, sofisticado Oswaldo combinava com o estilo de Nobre. E entendeu que o laço entre os dois era muito forte. E decidiu não interferir. Mesmo antevendo o que iria acontecer no Cruzeiro. Mesmo quando o clube estava para ganhar o segundo título brasileiro seguido, Gilvan Tavares estava preparando o desmanche do time. Queria dinheiro. Foram Alexandre e Marcelo Oliveira que montaram o melhor time do país nos dois últimos anos. Sua previsão era que os cruzeirenses não suportariam nova frustração na Libertadores. E repassariam a conta ao treinador. Mesmo ele tendo de montar novo time durante a competição. Dito e feito. A equipe foi eliminada em pleno Mineirão contra o River Plate. A diretoria repassou a culpa para Marcelo, contratou Luxemburgo com seu tempo de validade e a vida segue. Mas com o técnico dos sonhos de Alexandre Mattos à mão.

Do outro lado, Oswaldo de Oliveira segue decepcionando. A perda do título paulista para o Santos já não foi bem aceita pelos poderosos homens do Conselho de Orientação Fiscal do Palmeiras, primordiais para que Nobre tenha administração tranquila. A rejeição aumentou muito com os resultados no Brasileiro e na Copa do Brasil. Já são dez jogos seguidos e apenas duas vitórias. Com resultados ruins contra adversários muito mais fracos como empates com o Joinville e CSA. E derrota para o Figueirense. "Altos e baixos são normais. Estou com um time em formação", tentou se defender o treinador palmeirense. Mas já são 29 partidas oficiais no ano. Tempo mais do que suficiente para a equipe ter uma espinha dorsal eficiente. Há jogadores importantes contratados. Alecsandro que chega do Flamengo é outra aquisição pedida por Oswaldo. O clube deveria estar muito mais forte do que no ano passado, quando escapou do rebaixamento na última rodada do Brasileiro. Aranha, Jackson, Kelvin, Alan Patrick, Victor Ramos, Dudu, Robinho, Rafael Marques, João Paulo, Leandro, Zé Roberto, Arouca, Lucas, Gabriel, Amaral, Cleiton Xavier, Andrei Girotto, Egidio, Fellype Gabriel e Ryder já vieram. E nada de representativo vem acontecendo. Pelo contrário até. Dos 18 pontos possíveis nos primeiros jogos do Brasileiro, o clube conquistou apenas seis. Está em 15º na tabela. Não bastasse isso, houve os vexames na Copa do Brasil. O empate contra o Sampaio Corrêa do Maranhão, que obrigou nova partida e mais desgaste em casa.

Pior foi contra o ASA de Arapiraca, quando o treinador bateu no peito e disse que a responsabilidade era dele. E a partir daquela partida, poderia ser cobrado. Resultado: frustrante 0 a 0, na nova arena. Quando a situação estava complicava, veio a sobrevida com a vitória diante do Corinthians no Itaquerão. Daí o empate em casa, contra o Internacional. E a derrota de ontem contra o Figueirense. A irritação dos conselheiros em relação a Oswaldo é enorme, constrangedora. Mais ríspida do que a dos torcedores. E promete crescer. Empresários já falam abertamente a diretores do Palmeiras que Cuca quer sair da China. Está no futebol oriental há um ano meio. Já embolsou só de salários, R$ 27 milhões. A cada 30 dias, caíram no seu bolso, R$ 27 milhões. Sua relação com o Shandong Luneng ainda é boa. Porém, de acordo com estes agentes, ele está com vontade de retornar ao Brasil. Só espera uma proposta importante, compensadora. Oswaldo de Oliveira ganha R$ 300 mil mensais. Tem contrato até o final do ano, com prioridade de renovação de mais um. Ele tem como principal trunfo para continuar a palavra de Paulo Nobre. Por isso até ironizou a forte cobrança dos torcedores e da imprensa logo após a derrota contra o Figueirense. "Acho falar de demissão corriqueiro. É até falta de criatividade (dos jornalistas). Talvez seja falta de assunto mesmo", afirmou tentando evitar mostrar preocupação.

Só que ele pode perder seu ar superior de ministro ameaçado do governo Dilma. Ou secretário de segurança pública de Alckmin. Paulo Nobre deu a palavra mas não o juízo. Ele emprestou R$ 135 milhões ao clube. E estava empolgado com a resposta dos torcedores no novo estádio. Sabe que derrotas e fraco futebol espantam a torcida. O faturamento pode cair. Nobre e Mattos se animaram depois do Paulista. Passaram a considerar que uma vaga apenas na Libertadores era um objetivo muito pequeno. Era possível sonhar mais. Como o título brasileiro ou da Copa do Brasil. O time teria tudo para ganhar entrosamento e crescer, apostavam. Só que as decepções estão se sucedendo. Alexandre Mattos é muito objetivo. E calculista. Em vez da paixão, ele coloca tudo no papel. Analisa números. Por isso não quer a renovação de Valdivia, apesar da obsessão de Paulo Nobre e dos torcedores pelo chileno. O mesmo critério vale para Oswaldo. Como empregado de Nobre, ele foi obrigado a dizer que o treinador não está garantido só 100%. Mas 1000% na semana passada. Afinal, o seu patrão havia dado a palavra que ficaria até dezembro.

Só que a oportunidade está passando à frente. Marcelo Oliveira, campeão brasileiro nos dois últimos anos, e amigo íntimo, compadre de Alexandre Mattos se mostra livre. Mais caro, porém também disponível, Cuca, o último treinador brasileiro campeão da Libertadores, poderia realizar seu sonho de comandar o Palmeiras. Seriam duas trocas com vantagem para o Palmeiras. Mas há a palavra de Paulo Nobre. O Palmeiras tem uma sequência de três jogos difíceis, pesados. E que podem mudar o destino de Oswaldo. Fluminense em casa no próximo domingo. Depois, o Grêmio, em Porto Alegre. Finalmente, o clássico contra o São Paulo, também na arena palmeirense. São nove pontos em jogo. Vitórias podem tirar o time do sufoco. Mas derrotas podem colocá-lo na zona do rebaixamento. Isso se ele chegar até o jogo contra o Fluminense. Pode ser demitido antes. Nobre já rompeu sua palavra duas vezes. Com Gilson Kleina e o argentino Gareca. Entre amigos diz que vai com o treinador do Palmeiras até onde for possível. A situação de Oswaldo de Oliveira nunca foi boa entre os conselheiros palmeirenses. Como já foi escrito aqui no blog, várias vezes. Só que agora está caminhando para o insuportável. Em seis meses de trabalho, o treinador não conseguiu montar definir a equipe. Uma forma de jogar. O Palmeiras não tem padrão. Não marca forte, é vulnerável. E confuso atacando. Falta vibração, gana, intensidade. A decepção já bate há muito tempo na porta da sala da presidência. Por incrível que pareça, Oswaldo pode tomar um susto antes do que imagina. Falar em sua demissão não é falta de criatividade. É apenas acompanhar o Palmeiras de perto. Ele que aproveite muito bem os três próximos jogos, se quiser continuar a desfilar seu ar blasé no Palestra Itália...




Fonte: Esportes R7
Autor: cosmermoli
Publicado em: 08 Jun 2015 12:22:59

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