segunda-feira, 15 de junho de 2015

David Luiz. Como o ídolo se transformou em um triste personagem atormentado. Intimidar jovens jornalistas, na Copa América, não fará com que a vergonha pelos 7 a 1 seja esquecida...

David Luiz. Como o ídolo se transformou em um triste personagem atormentado. Intimidar jovens jornalistas, na Copa América, não fará com que a vergonha pelos 7 a 1 seja esquecida...




Os selfies com a língua de fora, caretas sumiram. Assim como também a simpatia. Jornalistas que cobrem a Seleção Brasileira na Copa América estão chocados com o comportamento de David Luiz. Percebem a enorme diferença de atitude do jogador em relação à Copa do Mundo. O personagem central da pior derrota da história da Seleção, 7 a 1 para a Alemanha, perdeu o brilho. Na semifinal da Copa, com o Brasil perdendo, ele abandonou a zaga e tentou atacar, deixando tudo mais fácil para os germânicos. Na Europa seu futebol também foi muito questionado na eliminação do PSG, diante do Barcelona. Duas vez Suárez tocou a bola no meio de suas pernas e marcou dois gols. Em Paris, diante da torcida do time francês. As falhas viraram mesmo suas companheiras. Logo na estreia do Brasil, na Copa América, outro erro imperdoável. Com a marcação peruana marcando a saída de bola, ele deveria chutar a bola para fora. Não. Inseguro, preferiu colocar Jefferson no fogo, acossado. O goleiro tentou evitar o pior, tocando para Daniel Alves, mas deu no pé de Cueva marcar 1 a 0. A reação diante dos jornalistas mudou. Ele responde a todos com frases curtas e intimidadores. Ao ser perguntado porque a zaga tinha ido mal ontem, David Luiz encarou o repórter e respondeu. "Essa é uma opinião sua. A minha e a do restante do time é diferente." E virou as costas para falar com jornalistas chilenos. Mas depois decidiu voltar, encarou novamente o jovem repórter. Perguntou seu nome, colocando a mão no seu ombro. Mas deu tempo para ouvir outra pergunta. Sobre as orientações de Dunga em lances como o primeiro gol, quando a equipe adversária acossa a saída de bola brasileira. "Nossa orientação é jogar bola." David Luiz acredita que intimidando jornalistas, falando apenas uma frase, vai se livrar do questionamento. Está completamente enganado. Seu insegurança é contrastante diante da eficiência de Miranda. Não será surpresa se durante a competição perder a posição para Thiago Silva, o ex-capitão da Seleção e companheiro do PSG.

Dunga teve uma longa conversa com ele quando o confirmou titular da Seleção. Afirmou que acreditava no seu futebol. Mas que deveria se preservar mais como jogador. Parar de tanta exposição, brincadeiras e principalmente o queria mais controlado emocionalmente. Lágrimas durante o hino nacional deveriam ser mais evitadas do que selfies. O treinador queria dele seriedade, firmeza em todos os momentos. Concentração na partida. Esquecer arquibancadas e seguidores no Instagram. Dunga gosta muito do potencial de David Luiz como defensor e também sua capacidade de sair com a bola dominada. De cabeça erguida, capaz de jogar também como volante. Mas o proibiu de maneira veemente de repetir o comportamento transloucado da semifinal da Copa, quando abandonou a zaga e decidiu jogar de atacante. Queria salvar o time da iminente derrota e tudo o que conseguiu foi abrir brecha para a goleada por 7 a 1. O treinador orientou seus atletas para serem os mais reservados possíveis nas entrevistas. Frases curtas, rasas, vazias. Nada de análises profundas, indicações táticas do time e do adversário. A indicação foi um presente para David Luiz. Ele resolveu então radicalizar. E se vingar da imprensa brasileira. Como se ela tivesse sido responsável pelo vexame contra a Alemanha ou pela derrota contra a Holanda, quando a Seleção não teve capacidade nem para conseguir o terceiro lugar na Copa organizada neste país. Está claro que David Luiz queria a proteção dos jornalistas nacionais. Mas como fingir não enxergar uma defesa que tomou 14 gols em uma Copa do Mundo? Que ficou ao lado de Zaire (atual Congo) e Haiti em 1974? O zagueiro também ficou magoado quando leu o que foi publicado por aqui após os dribles desmoralizantes de Suárez na Champions. Percebeu que deixou de ser unanimidade.

Sua imagem também acabou desgastada também fora do campo. Pesquisas relacionam a imagem do jogador chorando com o maior vexame do futebol brasileiro, a goleada para os alemães. Empresas não gostam de ser ligadas a atletas que lembram derrota. DirecTV, Vivo, Seguros Unimed, Gatorade, Pepsi, TAM, Nike e Itaú o tinham como garoto-propaganda. Somente a Vivo decidiu renovar seu contrato com o zagueiro brasileiro. Mas suas aparições na tela se tornaram cada vez mais raras. Assim como convites para palestras. Sem querer, virou o jogador-símbolo do 7 a 1. Há pouco mais de um ano foi anunciada a sua contratação pelo PSG. No dia 23 de maio de 2014. O Chelsea exigiu e conseguiu R$ 185,6 milhões pelo brasileiro. Se tornou o zagueiro mais caro de toda a história do futebol mundial. Empresários garantem que, se os franceses desejassem negociá-lo, conseguiriam no máximo a metade. Sua desvalorização foi absurda. Correspondentes no Chile dizem também que ele não tem mais o espírito de liderança da Copa. Muito pelo contrário. É mais contido, sério nos treinamentos. E mesmo durante o jogo. Continua vibrante, mas discreto. Não chama tanto a atenção. Durante o Mundial do Brasil até alguns companheiros de Seleção acreditavam que ele estava querendo aparecer.

Durante a Copa América, tudo está muito diferente. O zagueiro é visto com desconfiança, questionado. Suas falhas são mais constantes. Suas lágrimas secaram. Assim também como sua simpatia. Os sorrisos sumiram. E uma estranha personalidade aflorou. A do jogador que questiona, tenta intimidar jornalistas que ousam criticá-lo. David Luiz tem 8,3 milhões de seguidores no Instagram. Tem 26.356.041 de likes no Facebook. E 6.969.095 o seguem no Twitter. Boa parte desses fãs surgiram depois da Copa das Confederações e antes da Copa do Mundo. Seu prestígio não é mais o mesmo. Ele sabe disso. Mas está tomando o caminho errado. Ele que trate de jogar futebol da melhor maneira possível. E saiba que está defendendo a Seleção Brasileira. Continua como zagueiro titular depois do maior vexame da história do time pentacampeão do mundo. Sua postura irresponsável, abandonando a defesa, teve muito peso nos 7 a 1. Barbosa, Augusto e Juvenal; Bauer, Danilo e Bigode; Friaça, Zizinho, Ademir, Jair e Chico. Mais o técnico Flávio Costa. Essas 12 pessoas foram massacradas por perderem a final da Copa de 1950 no Maracanã. Não tiveram paz até o final de suas vidas.

O zagueiro representa o time que não conseguiu passar da semifinal, na segunda Copa do Mundo no Brasil. A equipe que desperdiçou a chance de vingar 1950. Responsável por um vexame muito maior. Tomou dez gols nos dois últimos jogos. Sete da Alemanha e três da Holanda, na decisão pelo terceiro lugar. E mesmo assim, o jogador segue sua vida com a camisa amarela. Em vez de agradecer aos céus pela chance de uma reviravolta, prefere a truculência, a rispidez, a intimidação de jovens jornalistas. De ídolo incontestável, David Luiz virou um triste personagem atormentado...




Fonte: Esportes R7
Autor: cosmermoli
Publicado em: 15 Jun 2015 18:19:33

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