segunda-feira, 22 de junho de 2015

Neymar opta por abandonar a Seleção na Copa América. Vai descansar. Sem poder jogar, escolheu as férias em vez de apoiar os companheiros. Que tipo de capitão é esse?

Neymar opta por abandonar a Seleção na Copa América. Vai descansar. Sem poder jogar, escolheu as férias em vez de apoiar os companheiros. Que tipo de capitão é esse?



Foi puro teatro. A CBF divulgou nota "desistindo" de recorrer na tentativa de diminuir a pena de Neymar. Não recorrerá à Câmara de Apelações da Conmebol. Na verdade, seria o equatoriano Guilherme Saltos, quem analisaria o pedido. Mas já havia vazado a informação que ele manteria as quatro partidas e o brasileiro não mais jogaria a Copa América. Para evitar mais esse desgaste, a CBF não entrou com recurso. A partir daí, a dúvida. Manter ou não manter Neymar com o grupo sem jogar? Caso o Brasil conseguisse passar pelo Paraguai no sábado e vencesse a semifinal da terça-feira, dia 30. Decidiria a competição no dia 4 de julho. Seriam 12 dias. "Independentemente de onde estarei a partir de agora, acompanharei sempre a seleção, torcendo pelo sucesso dos meus companheiros, mas ficar aqui apenas treinando é me matar por dentro... Sem alegria nenhuma....É muito ruim treinar sem me preparar para algo e essa situação pode me levar a uma lesão acidental o que tornaria tudo ainda mais difícil." Estas são palavras de Neymar no comunicado explicando sua decisão de ir embora. Postura decepcionante. E que não combina com quem tem a honra de ter a tarja de capitão da Seleção Brasileira. Dunga adotou a postura "firme" de Pôncio Pilatos. O treinador não exerceu sua autoridade. Ele lavou as mãos. Deixou a decisão para a consciência do capitão da Seleção Brasileira. E ele escolheu as férias. O descanso. A fuga dos jornalistas. A decisão foi anunciada hoje no mesmo comunicado no qual a CBF "desistia" do recurso. A intenção era dar um ar que a entidade estava dispensando o jogador. Pura balela. A postura de Neymar é decepcionante. Egoísta. Não combina com quem se apresenta como o grande líder desta geração. Dunga havia deixado a decisão para ele. Só que havia deixado escapar que esperava uma postura firme. Que ele abrisse mão de 12 dias de férias para passar força, mostrar que está interessado em ajudar de verdade o Brasil a ser campeão. Vale a pena analisar com calma cada palavra do treinador. Ele foi capitão da Seleção em duas Copas do Mundo... "Essa decisão (de ficar com o grupo ou ir embora) tem que ser tomada pelo jogador. Quando chegamos aqui, dissemos que tratamos os jogadores como homens que devem ter responsabilidade, não como meninos. É preciso analisar se será benéfico para a Seleção ele ficar, se será produtivo. Ele tem que sentir de que forma pode colaborar, mesmo estando acostumado a jogar, aos holofotes, ou se é melhor sair para não transmitir a tristeza, a amargura, o que está dentro dele. Não queremos meninos, queremos homens."

Mais direto, impossível. Diante da situação que ele mesmo provocou, com sua arrogância e descontrole diante dos colombianos, Neymar agiu como um menino. E para não transmitir "tristeza e amargura" para os companheiros, opta pelas férias. Deverá optar por ilhas paradisíacas como Ibiza enquanto a Seleção seguirá na Copa América. O que mais irrita Dunga é que todo o planejamento do Brasil tinha em Neymar sua principal peça. A começar pela tática. Ele deveria ser o diferencial técnico no 4-1-4-1 que pretendia adotar. Jogaria exatamente como adora. Não precisaria nem pensar em marcar. Flutuando pela intermediária adversária para a frente. Sem posição fixa. Direita, esquerda, meio. Teria todo o espaço para brilhar. Driblar, tabelar, marcar gols. O time todo se sacrificaria para essa movimentação. Nem se o próprio pai do jogador fosse técnico escolheria um esquema tão bom para o talentoso filho.

Além do potencial com a bola nos pés, Neymar seria a imagem da renovação. Do renascimento brasileiro depois do vexame dos 7 a 1 para a Alemanha. O rompimento de uma vértebra, na entrada desleal de Zúñiga, o havia poupado da vergonha maior no Mineirão. O camisa 10 da Seleção representaria a esperança da nova Seleção. Moderna, competitiva. Não a que parou no tempo, comandada por Scolari e Parreira. E Neymar seria fundamental neste processo.

Mas aos 23 anos, campeão da Champions League, peça fundamental do poderoso Barcelona, cotado para ser um dos melhores três jogadores do mundo, Neymar desembarcou no Chile diferente. Irritadiço. O assédio foi absurdo. No mínimo igual a Messi. Só que também foi tornado público o processo na Espanha. A alegação do grupo DIS de fraude na sua transação para a Catalunha. Santos, Barcelona, Bartomeu, Rosell, NN Consultoria, Neymar pai, Laor, Odílio e Neymar são os réus. A própria mãe do jogador, Nadine, sócia da NN Consultoria, deverá ser ouvida pela justiça. Ou seja, uma situação completamente complicada. O próprio Rosell deixou a presidência do Barcelona por causa da compra do brasileiro. Não bastasse isso, Neymar teve sua melhor temporada na Espanha. A conquista da Tríplice Coroa, o Campeonato Espanhol, a Copa do Rei e a Champions foi uma façanha. Mas absolutamente desgastante. Fisicamente e psicologicamente.

Por tudo isso, o jogador chegou tenso, irritado e egocêntrico. Com a responsabilidade de comandar o Brasil ao título sul-americano. Desde o jogo contra o Peru, ele optou pelo individualismo. As jogadas que deram certo foram divulgadas pelo mundo. Chapéus, dribles, assistência, gol. Mas os vários ataques e contragolpes que matou tentando vários dribles a mais, foram esquecidos. Ou o cartão amarelo que "pediu" ao tirar o excesso de espuma na cobrança de uma falta, provocando o juiz mexicano Roberto García. Quem acompanhou os 90 minutos dessa partida e prestou toda a atenção em Neuymar descobriu o segredo dos dvds de jogadores de futebol. Aqueles que só mostram o que deu certo. Na segunda partida contra a Colômbia, a irritação veio ao seu ponto máximo. Aceitou todas as provocações. E foi além. Dando bolada em Armero após o final do jogo. Tentando dar cabeçada em Murillo. Provocou toda a confusão entre brasileiros e colombianos. Mas o pior foi esperar o árbitro Enrique Osses nos vestiários. O agarrar pela camisa e o chamar de "filho da puta que o estava usando para aparecer". Há relatos que Neymar não permitiu que os seguranças da Seleção evitasse o contato com o juiz. Os empurrou. Dunga, Gilmar Rinaldi e Mauro Silva foram incapazes de agir, afastar Neymar do juiz. Os companheiros tentaram ser solidários a Neymar. O jogador ontem acompanhou a partida das tribunas. Foi flagrado conversando por celular durante o jogo. Mesmo assim, quando Thiago Silva marcou o primeiro gol do jogo, o procurou no estádio e dedicou o 1 a 0 ao suspenso capitão brasileiro. Com a confirmação que a suspensão não seria aliviada, a cúpula da CBF decidiu não recorrer. E Dunga fez o que prometeu. Deixou a Neymar a decisão de continuar ou não com os companheiros até o final da campanha brasileira no Chile. O capitão e camisa 10 optou por ele. Pelas férias, pelas festas, pelo descanso. Não quis sacrificar 12 dias na concentração do Brasil. Foi um direito todo seu. Robinho, Thiago Silva e David Luiz defendem que a Seleção repita o que fez na Copa. E "jogue por por Neymar". As vitórias e, se o Brasil conseguir o título, serão dedicado a ele. Resta torcer que Gilmar Rinaldi não permita que os jogadores entrem em campo para o hino nacional com a camisa do jogador.
Passou da hora de Dunga reavaliar. É este o capitão que o Brasil precisa? Alguém "que estaria se matando por dentro só treinando na Seleção"? E que poderia ainda ter uma lesão? Ele despreza a inteligência alheia. O grupo precisava de sua companhia, do seu apoio. Que líder é esse que larga os companheiros em uma seleção em reconstrução? E logo na fase decisiva do primeiro campeonato oficial depois do vexame na Copa? Para que enfrentar frio, chuva no Chile? Que Neymar aproveite Ibiza...




Fonte: Esportes R7
Autor: cosmermoli
Publicado em: 22 Jun 2015 09:33:56

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