sexta-feira, 26 de junho de 2015

Paulo Nobre sabe. Com Valdívia só vale contrato assinado. Por ainda ainda fará uma última tentativa para que não vá jogar no Al Whada. Não quer perder seu jogador de R$ 80 milhões...

Paulo Nobre sabe. Com Valdívia só vale contrato assinado. Por ainda ainda fará uma última tentativa para que não vá jogar no Al Whada. Não quer perder seu jogador de R$ 80 milhões...




"Não me arrependo de maneira alguma. Todos os palmeirenses sonhavam com a volta de Valdívia. Depois de muito sacrifício, eu consegui. Se foi muito caro? Jogador talentoso é caro mesmo." As frases foram me dita por Luiz Gonzaga Belluzzo. O ex-presidente do Palmeiras e eu estávamos nos estúdios da Record News. E mostrou que a contratação do chileno, em 2010, é um dos grandes orgulhos que carrega na vida. Economista renomado internacionalmente, ajudou na política econômica do falecido governador de São Paulo, Oréstes Quércia e dos ex-presidentes do Brasil, José Sarney e Lula. Foi o homem que levou a Parmalat para o Palmeiras na década de 90. Acalentava o sonho de ser presidente palmeirense. Ao assumir o cargo se esqueceu de toda cautela. Acumulou dívidas de R$ 200 milhões. A mais questionada é a do chileno, que acaba de fechar sua ida para o Al Wahda, dos Emirados Árabes. Durante cinco anos, Belluzzo foi questionado. Só para trazê-lo de volta, contratá-lo do Al Ain, dos Emirados Árabes, ele comprometeu seis milhões de euros, cerca de R$ 21 milhões. Fora comissões para empresários. "A transação do Valdivia já passa dos R$ 80 milhões. Essa sim foi a pior negociação da história do clube. Do futebol brasileiro. Basta ver o quanto o Belluzzo pagou para o clube dos Emirados (Al Ain), mais as luvas, comissões. Aliás teve muitas comissões. Não só para empresários, mas também ao pai do Valdivia. Fora esse contrato de cinco anos. No começo, o chileno ganhava R$ 435 mil limpos, fora luvas, premiações." A revelação foi me foi feita, de forma exclusiva, pelo também ex-presidente do Palmeiras, Arnaldo Tirone.

O aumento absurdo se explica. Mesmo com o empresário Osório Furlan pagando 2 milhões de euros e ficando com 36% dos direitos do chileno. Sem dinheiro para bancar o pagamento do jogador, o Palmeiras apelou para as cartas de crédito do banco Banif. A operação só foi fechada graças a Belluzzo, já que o clube estava endividado. Só que tudo se complicou. O Palmeiras não pagou os empréstimos e os juros foram crescendo de maneira absurda. O resultado: a dívida saltou para mais de R$ 40 milhões. O clube paga R$ 700 mil todo mês. Só acertará de vez o débito no final de 2016. Além disso, bancou mais de R$ 25 milhões entre luvas e salários ao meia. Tirone está certo. O clube gastará mais de R$ 80 milhões nesta passagem de Valdivia. R$ 16 milhões por ano só com um jogador. Um dos mais caros da história do futebol brasileiro. Se não for o mais. E está indo embora sem render um centavo ao Palestra Itália. Das 333 partidas que o Palmeiras teve neste período, disputou menos da metade. Ficou de fora 186 partidas. Atuou 147 jogos.

Mesmo com esses números, o anúncio de acerto com o Al Whada provocou uma revolução nos bastidores do Palmeiras. Paulo Nobre queria a renovação. Ele já havia avisado ao executivo Alexandre Mattos que desejava a permanência do meia. Estava encantado com as atuações do chileno na Copa América. Suas atuações foram mais uma prova do seu talento. E que valeria a pena seguir com o jogador. Mattos tem péssimo relacionamento com o meia. E também com Luiz Valdívia, pai e empresário do jogador. O desgaste veio desde que o executivo assumiu. A família Valdívia sabia que ele o queria fora do clube. Por isso havia oferecido um contrato de produtividade, R$ 120 mil fixos e mais R$ 60 mil por partida atuada. Qualquer que fosse o motivo de sua ausência de um jogo -- suspensão, convocação para a Seleção Chilena, contusão, doença ou terremoto --, ele não receberia um real. Jogadores importantes cansam de dizer que não aceitariam jogar no Palmeiras pela produtividade. "Não sou prostituta, que ganha por programa. Sou jogador de futebol. Um trabalhador. E trabalhador recebe por mês", me disse um atleta do Corinthians que acaba de ser negociado. Ele resumiu o que vários atletas pensam, inclusive Valdívia. Paulo Nobre sabe. O meia não pode ter assinado seu contrato com o Al Whada. Porque seu vínculo com o Palmeiras não acabou. Pré-contrato sim. O presidente palmeirense quer saber se, apesar do anúncio oficial, pode reverter a situação. Afinal de contas, no ano passado, ele chegou a ser apresentado no Al Fujairah, também dos Emirados Árabes. E não ficou.

Há um vazio existencial na diretoria palmeirense. O clube já contratou 24 jogadores. Só que nenhum deles com a característica do meia chileno. O quarentão Zé Roberto não conseguiu substituí-lo. Não tem mais vigor para atuar como meia criativo, como há dez anos. Em Atibaia, conhecendo o grupo palmeirense mais intimamente, Marcelo Oliveira percebeu. Não poderia abrir mão do meia. Ele seria fundamental para o time cumprir a missão dada pela diretoria: ao menos conseguir uma vaga na Libertadores de 2016. O técnico passou essa informação a Alexandre Mattos. O que deixou o executivo mais nervoso. Ele não quer ser apontado pelo responsável da saída de Valdivia. Em conversas sérias com o ex-executivo Brunoro e com Mattos, Paulo Nobre sempre cogitou em um jogador com capacidade para substituir o meia chileno: o argentino Conca. Só que ele foi jogar no Shanghai Dongya. Seu absurdo salário está perto dos R$ 2 milhões mensais. É totalmente inviável.

Montillo está em baixa no Shandong Luneng. Mas recebe cerca de R$ 1 milhão por mês. Alexandre Mattos não tem grande impressão do argentino. Foi ele quem acreditou ser a melhor solução para o Cruzeiro vendê-lo ao Santos. O dinheiro de sua saída acabou sendo o ponto principal da reformulação na Toca da Raposa, e a conquista do atual bicampeonato nacional. O contrato de Valdivia termina apenas no dia 17 de agosto. Ele precisa se reapresentar no Palmeiras depois da Copa América. A tabela mostra que, se o meia não exigir descanso, terá mais nove partidas para disputar com a camisa verde. Sua despedida seria contra o Flamengo, em São Paulo, no dia 14 de agosto.
Nesta manhã de sexta-feira, há muita tensão no Palestra Itália. Enquanto a Mancha Verde anuncia que amanhã fará um churrasco, festejando a despedida de Valdivia, Paulo Nobre quer saber se é possível reverter a situação. Tentar segurar o jogador, que considera a única real estrela internacional do time. Se não conseguir, vai desejar boa sorte, agradecer pelo site do clube. E deixar no ar que foi ele quem o dispensou. Mas a verdade não é essa. O Palmeiras ainda tenta seguir com o jogador de mais de R$ 80 milhões. Caso não consiga, muitas lágrimas saudosas escorrerão no Palestra Itália...




Fonte: Esportes R7
Autor: cosmermoli
Publicado em: 26 Jun 2015 11:32:41

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