sexta-feira, 12 de junho de 2015

Alexandre Pato não quer apenas romper com o Corinthians. Processou também o São Paulo por um motivo: quer voltar já para a Europa. Seu 'projeto Brasil' foi um fracasso...

Alexandre Pato não quer apenas romper com o Corinthians. Processou também o São Paulo por um motivo: quer voltar já para a Europa. Seu 'projeto Brasil' foi um fracasso...




Alexandre Pato fará 26 anos em setembro. Para o jogador de futebol moderno, com mercado internacional, essa é uma idade limite. O seu "projeto Brasil" foi um fracasso. Suas pretensões eram altas. Traçadas com seu empresário Gilmar Veloz e Barbara Berlusconi, então sua namorada. E com o aval da Nike. Barbara sabia da profunda crise financeira do Milan. Tinha informações privilegiadas, filha do ex-primeiro ministro italiano e dono do clube, Silvio Berlusconi. Não havia condições de montar esquadrões, capazes de dominar o mundo. O melhor para a carreira de Pato seria "dar um passo atrás", se firmar na Seleção Brasileira e voltar à Europa, defendendo um grande clube. Talvez até o próprio Milan, recuperado. O projeto era de três anos. 2013 volta a um grande clube popular brasileiro, ser titular da Copa das Confederações. Em 2014, disputar uma grande Copa do Mundo. E, no máximo, no meio de 2015, desembarcar de volta ao Velho Continente. De forma discreta, o departamento de marketing da Nike apresentou o projeto ao Corinthians. O clube já havia conquistado a Libertadores e iria disputar o Mundial. Mas não tinha uma estrela midiática. No final de 2012, Pato tinha esse perfil. O acordo foi selado e Andrés Sanchez e Gobbi investiram R$ 43 milhões para ter o jogador. Foi a transação mais cara do futebol brasileiro. Nenhum clube gastou tanto para repatriar um atleta.

Tite e os jogadores campeões mundiais rejeitaram o jogador. O treinador teve de suportar a chegada de uma peça fundamental que não pediu. Seu desempenho pífio o tirou da Copa das Confederações. E também foi descartado da Copa do Mundo, Felipão acredita que ele não tinha futebol e nem personalidade para tanta pressão. Em meio a essa sucessão de fracassos, Pato rompeu com Barbara. A herdeira de uma fortuna avaliada pela Forbes, de pelo menos 5 bilhões de euros, cerca de R$ 17,4 bilhões, era mais importante do que parece. Além de parceira, seis anos mais velha e mãe de dois filhos, Berlusconi dava estabilidade psicológica ao imaturo atacante. No Corinthians todos se lembram o quanto ele ficou abalado com o final do relacionamento. O fim do namoro representou a impossibilidade de volta ao Milan. Tudo foi estava demolindo na vida de Pato. Sua relação com o Corinthians estava péssima. Ficou desesperado quando houve a invasão do CT pelar organizadas no início de 2014. No vestiário, segurando um armário contra a porta para evitar que os torcedores entrassem, o jogador ouviu as ameaças. Eles juravam que iriam quebrar as suas duas pernas, enquanto chutavam a porta e xingavam. Só quando a polícia chegou, a situação absurda acabou. Mas Pato avisou seu empresário que iria sair de qualquer maneira do Corinthians. Foi quando houve a troca com Jadson. E ele foi para o São Paulo. Mal chegou, avisou os companheiros que não voltaria de maneira alguma para o Parque São Jorge. Os dirigentes corintianos souberam dessa decisão de Pato. Mal ele saiu, estourou a crise financeira com o Itaquerão. O dinheiro começou a rarear. E a diretoria no Parque São Jorge decidiu, Pato seria o último a receber seu dinheiro. Seu salário é de R$ 800 mil: metade paga pelo Corinthians e os outros R$ 400 mil com o São Paulo. Os atrasos começaram a ser uma constante.

Foram dez meses de atraso do Corinthians. Somados, chegam a R$ 4 milhões. O São Paulo também enfrenta sua crise financeira. E deixou de pagar há três meses os direitos de imagem de Pato. A direção do Morumbi dividiu, são R$ 300 mil de salários e R$ 100 mil em direitos de imagem. Já havia a suspeita que Pato e seu empresário articulavam entrar na justiça contra o Corinthians. Alegando o atraso, eles querem a reintegração total dos seus direitos. Só que foram além, processaram também o São Paulo. Eles desejam não só a liberdade, mas o dinheiro que pertenceria ao atacante. A cúpula são paulina não esperava também ser processada pelo jogador. É uma desmoralização dos dirigentes. E pode servir como exemplo para outros atletas. Carlos Miguel Aidar está revoltado com a postura do jogador. O plano de Pato não é apenas se livrar do Corinthians, com quem tem contrato até o final de 2016. Mas também do São Paulo, cujo empréstimo se encerra no final do ano. O jogador quer voltar para a Europa. O mais rápido possível. O sonho é nesta janela de meio do ano. Haveria contatos com equipes médias, pequenas. Com 25 anos e dono dos seus direitos, pelo que fez no passado, poderia se encaixar.

Alexandre Pato é um atleta introvertido. Vaidoso, gosta de fotografias, mas detesta conflitos. Aconselhado por seu empresário, decidiu enfrentar, comprar briga no São Paulo. Não aceitaria passivamente mais a reserva de Luís Fabiano. Reclamou publicamente. Complicou o ambiente para Milton Cruz, que estava interinamente comandando o time. O novo treinador, o colombiano Osório, aposta mais no veterano atacante que no midiático Pato. A briga pública, na Justiça, vai seguir. Não há mais como voltar atrás. A direção corintiana garante que não irá abrir mão do jogador. Quer tentar reaver pelo menos parte dos gastos absurdos com ele. A direção do São Paulo reagiu como se recebesse um balde de água fria. Não esperava esta reação do atacante. A explicação para Pato processar também o São Paulo vai além de querer voltar à Europa. Ele ficou decepcionado ao ouvir o próprio Carlos Miguel Aidar dizer que, para continuar no Morumbi, o jogador teria de aceitar ganhar metade do seu atual salário. Ou seja, "apenas" R$ 400 mil. O dirigente, sem sutileza alguma, deixou claro que o jogador está ganhando o dobro do que merece.
Quando procurou a justiça, Pato e Gilmar Veloz sabiam o que estavam fazendo. Eles querem o rompimento com o futebol brasileiro. Terão de 22 de junho a 21 de julho para encontrarem um novo clube europeu. A aposta foi alta. Ambos sabem, se não der certo a briga na justiça e a transferência, o ambiente ficará insuportável não só no Parque São Jorge. Mas também no Morumbi. Aidar é vaidoso e não aceita jogador cobrando dinheiro do São Paulo em público, nos tribunais... Pato não se importa. Ele sabe que precisa dar uma reviravolta na carreira. Seu "projeto Brasil" foi um fracasso...





Fonte: Esportes R7
Autor: cosmermoli
Publicado em: 12 Jun 2015 11:01:27

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