quarta-feira, 10 de junho de 2015

Mustafá, Cleiton Xavier, idas ao Rio de Janeiro, descaso com a 15ª colocação, parto da neta. Os bastidores da queda de Oswaldo do Palmeiras. Marcelo Oliveira tem proposta nas mãos...

Mustafá, Cleiton Xavier, idas ao Rio de Janeiro, descaso com a 15ª colocação, parto da neta. Os bastidores da queda de Oswaldo do Palmeiras. Marcelo Oliveira tem proposta nas mãos...




Como foi antecipado no blog, ontem, o Palmeiras queria se livrar de Oswaldo de Oliveira. Paulo Nobre foi convencido por Alexandre Mattos e por Mustafá Contursi. A hora de aproveitar a oportunidade havia chegado. Daí a demissão ter sido definida ontem no final da tarde. E hoje o clube já ter feito uma proposta para Marcelo Oliveira, treinador que venceu os dois últimos Brasileiros pelo Cruzeiro. E que estava livre, à espera de um convite. Se Marcelo aceitar receber R$ 400 mil, R$ 100 mil mais do que Oswaldo ganhava, só que R$ 150 mil menos do pago pelo Cruzeiro, estará contratado. Por dois anos. Apesar de um alegado interesse do futebol do Catar, em Marcelo, há quase a certeza de que amanhã seu nome deverá ser anunciado. Por via das dúvidas, contatos com Cuca, Guto Ferreira e Abel Braga também estão engatilhados. Mas Paulo Nobre não quer, de maneira alguma, pagar mais de R$ 400 mil a um técnico.

A gota d"água para Oswaldo não foi a derrota para o Figueirense. Mas o descaso com Cleiton Xavier, jogador que não pediu. E não escalava, apesar de ter sido a contratação que mais orgulho deu a Paulo Nobre. O meia tinha propostas do São Paulo e do Cruzeiro. Também pesou a postura alienada do técnico como se o clube não estivesse em 15º lugar, conquistado apenas seis de 18 pontos disputados. A despreocupação com sua demissão. Agia como se fosse intocável. Conselheiros vitalícios fundamentais para a estabilidade política de Nobre na presidência queriam Oswaldo fora. Não gostavam de toda segunda-feira sem jogos na quarta, ele ir para o Rio. Não aceitavam a sua falta de vibração nas partidas. Uma pessoa muito importante no dia-a-dia palmeirense não aceitava a contratação de Oswaldo. E ela tem peso fundamental a Paulo Nobre. O ex-presidente e seu mentor, Mustafá Contursi. A antipatia está no fato de Oswaldo ser pupilo de Vanderlei Luxemburgo, a quem odeia. Via no ex-treinador a arrogância e falta de comprometimento do seu mentor. A tolerância com Oswaldo sempre foi muito menor do que Gilson Kleina, Carega, Dorival Júnior.

O destino apressou as coisas. Após a derrota para o Figueirense, Nobre e Alexandre Mattos esperavam que Oswaldo alterasse a sua rotina. E não viajasse para o Rio. Só que ele tinha de ir. Sua primeira neta, Júlia estava para nascer. Na diretoria do Palmeiras, a atitude foi vista como descaso. Ele perdeu o timing que tinha para tentar salvar o cargo. "Nós chegamos a conclusão que os resultados estavam se afastando dos objetivos traçados e chegamos a conclusão que era melhor a troca no comando", disse Nobre hoje na sua coletiva. Sem, evidente, tocar no nome de Mustafá, que o pressionou como pôde pela saída de Oswaldo. O assumido pupilo de Luxemburgo sabia muito bem o que estava acontecendo. A pressão de Mustafá e seu importante grupo de conselheiros para a demissão do técnico dura desde o fim do Paulista. "Forças superiores hierárquicas me tiraram do Palmeiras. O Paulo Nobre já foi mais presidencialista, hoje tem que ouvir mais as pessoas. Ele acabou tendo que ceder", assumiu Oswaldo, na coletiva de adeus do Palmeiras. A citação foi rápida. Mas direta para Mustafá, que tem uma importância muito grande nesta queda. Além do desgosto dos dirigentes. Principalmente Paulo Nobre. Ele quebrou com gosto sua palavra de honra. Assim como fez com Gilson Kleina e Gareca. Havia garantido que faria de tudo para Oswaldo ficar até o final do ano. Só que na primeira dificuldade de verdade, foi o primeiro a assumir que o melhor era mesmo mandá-lo embora.

Nobre via muito talento no meia. Mas Oswaldo insistia em deixá-lo no banco de reservas. Era nítida a má vontade com o jogador. Ele sempre foi muito obediente, tranquilo. Mas não suportou depois da derrota contra o Figueirense, no domingo. Disse com todas as letras que precisava jogar para ter ritmo. Paulo Nobre já estava cansado da pressão dos Conselheiros de Orientação Fiscal e do grupo de Mustafá. Agora, a birra a Cleiton Xavier. Os péssimos resultados contra Goiás, Joinville, Figueirense no Brasileiro e Sampaio Corrêa e ASA de Arapiraca, na Copa do Brasil, foram os argumentos perfeitos para despachar Oswaldo. Quem perdeu prestígio foi Alexandre Mattos. O executivo de futebol quis menosprezar a parte política do Palmeiras. Decidiu enfrentar os conselheiros ligados a Mustafá Contursi. Suas declarações foram suicidas. "Se não tivesse certeza do Oswaldo, eu não estava aqui dando entrevista. Não é nem 100%, é 1000%. Vamos parar, porque não tem nada de demissão." Disse isso há cinco dias, após o empate com o Internacional. Mas Mattos conseguiu piorar as coisas. "Não tem chance nenhuma do Marcelo Oliveira assumir o Palmeiras. Chance alguma. O Oswaldo vai cumprir o seu contrato até o final."

O executivo contratado a peso de ouro do Cruzeiro passou o dia sendo ridicularizado por conselheiros palmeirenses. Ele entendeu que sua força no clube não é tanta quanto imaginava. O vice de futebol, Maurício Galiotti, pertence à ala de Mustafá. Além disso, Mattos vem sendo cobrado pelo alto investimento em Dudu. Jogador de R$ 19 milhões e que não consegue corresponder o investimento. Enquanto a demissão de Oswaldo era sacramentada à tarde, Alecsandro fazia exames médicos. E deverá ser anunciado amanhã como novo atacante do Palmeiras. Ele era o atacante, homem-gol, que o ex-treinador tanto pedia. Oswaldo deixa o Palmeiras após 31 jogos oficiais e amistosos. Foram 17 vitórias, sete empates e sete derrotas, com 50 gols marcados e 26 sofridos. A missão do treinador era garantir o clube na Libertadores de 2016. Mas rapidamente ele foi perdendo a confiança do pressionado Paulo Nobre. O presidente não aceitava a desculpa que 22 jogadores foram contratados e ele ainda estava formando o time. Acreditava que 31 partidas seriam suficientes para ao menos um esquema tático estar definido. O que não era o caso. A princípio, o auxiliar Alberto Valentin deverá comandar o time contra o Fluminense, no domingo. Mas há a possibilidade de, se o novo técnico for contratado até amanhã, ele dirigir a equipe na arena palmeirense. O perfil humilde, trabalhador de Marcelo Oliveira agrada não só Alexandre Mattos, como Paulo Nobre e até os conselheiros ligados a Mustafá Contursi. Esse detalhe é fundamental para qualquer treinador sobreviver na Sociedade Esportiva Palmeiras...




Fonte: Esportes R7
Autor: cosmermoli
Publicado em: 09 Jun 2015 20:05:31

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