domingo, 8 de maio de 2016

A esperteza de Dorival Júnior. E o talento de Ricardo Oliveira. Foram os responsáveis pelo bicampeonato paulista do Santos. Vitória diante do já saudoso Audax, 1 a 0. E festa na Vila Belmiro...

A esperteza de Dorival Júnior. E o talento de Ricardo Oliveira. Foram os responsáveis pelo bicampeonato paulista do Santos. Vitória diante do já saudoso Audax, 1 a 0. E festa na Vila Belmiro...




Uma armadilha de Dorival Júnior acabou com o sonho do Audax campeão paulista. Matreiro, o treinador insistiu à exaustão os contragolpes em velocidade. Aceitou o domínio do habilidoso time de Osasco. Explorando o talento e a objetividade de seus jogadores do meio para a frente. Não foi nem necessário usar o melhor meia do país, Lucas Lima, que saiu contundido aos 23 minutos do primeiro tempo. Aos 44 minutos do primeiro tempo, Vitor Bueno roubou a bola na intermediária santista. Pegou a equipe do Audax adiantada, com seu sistema defensivo desmontado. O lançamento foi perfeito para Ricardo Oliveira. O atacante de 36 anos dominou. Partiu para cima de Bruno Silva. Habilidoso. Tocou com a perna direita no meio das pernas do zagueiro. Com o pé esquerdo, o chute fatal, na saída desesperada de Sidão. 1 a 0, Santos. Foi o que bastou. A Vila Belmiro assistiu o bicampeonato paulista. Sétimo título em 11 anos. Oitava final seguida. O clube alcançou 22 títulos estaduais. Ao Audax, que será desmanchado, ficará a sensação de saudade. Time de encher os olhos, montando por Fernando Diniz. Mas o Santos superou a surpresa. E mereceu mais este título na sua gloriosa história... A decisão foi uma partida de xadrez. Dorival Júnior conseguiu surpreender. Fernando Diniz tinha plena consciência que a torção de tornozelo de Lucas Lima era pior do que o Santos divulgou. Sabia que o excelente jogador não conseguiria atuar nem durante um tempo. Acertou em cheio. Aos 23 minutos, o jogador caiu sentado no gramado. Chorava muito não conseguia mais dar um passo sem mancar. O tratamento intensivo de uma semana não foi suficiente para sua recuperação. Mas Dorival surpreendeu Fernando Diniz. O treinador do time de Osasco apostava na entrada de Ronaldo Mendes. Assim, o Santos manteria sua estrutura tática. Mas só que o treinador santista havia preparado uma surpresa. Colocou o atacante velocista Paulinho. Aberto, como ponta esquerda. Abria mão de um jogador no meio, mas teria uma opção que atormentaria a defesa do Audax. Foi tão arriscado quanto surpreendente. Travou o setor direito de Osasco. Outra ação importante foi a postura do Santos. Na semana passada, o time já havia atuado de maneira muito diferente de Palmeiras, São Paulo e Corinthians. As três equipes grandes tentaram marcar a saída de bola arriscada, de toque e nunca chutão, do Audax. Dorival mandou marcar apenas a partir da intermediária. Foi muito boa opção. O Santos seguiu compacto, impedindo o talentoso toque de bola desenvolvido por Diniz. Na Vila, o Santos deu a iniciativa do jogo ao Audax. Ficou como uma cobra. Fingindo que não quer nada. Atraindo o meio de campo de muito toque de bola e nenhuma posição fixa. Dorival sabe muito bem como explorar contragolpes mortais na Vila Belmiro. Não se importou em ver, muitas vezes, seu time ser pressionado. Vanderlei passar por sustos. E ter de trabalhar mais do que Sidão. Ele queria o Audax cada vez mais empolgado. Com seus jogadores buscando a ambição do título paulista conquistado em pleno caldeirão santista. Seria sensacional para o currículo de um grupo que há seis meses era desacreditado. Completaria a caminhada histórica. Com vitória sobre o Palmeiras, goleada humilhante diante do São Paulo e eliminação do Corinthians no Itaquerão. A tentação de hoje era grande demais. Sem Lucas Lima, ainda, o medo de lançamentos deixou de existir. Tudo ia muito bem para o Audax. Domínio, pressão, ótimo toque de bola. Aos 31 minutos, um lance muito injusto. Tchê Tchê, versátil jogador já contratado pelo Palmeiras, driblou de maneira sensacional Zeca. E bateu cruzado. A bola, caprichosa, bateu na trave de Vanderlei, que só torceu. O time de Fernando Diniz tinha a posse de bola e também mais fome nos arremates. Quando tudo indicava que faria o primeiro gol, funcionou a armadilha treinada por Dorival. Ao roubar a bola na intermediária santista, Vitor Bueno estava de frente para a movimentação defensiva do Audax. Percebeu que o time estava aberto. Com pelo menos sete jogadores adiantados, com a zaga tendo de correr desesperada para marcar. Procurou, como combinado, Ricardo Oliveira.

O veterano atacante estava se poupando durante todo o primeiro tempo. Deu um arranquem decisivo. Percebeu que era chegada a hora. Partiu com seu talento de jogador vivido, de 36 anos, e fome de menino. Deu um drible incrível em uma decisão. Jogou a bola com frieza no meio das pernas de Bruno Silva. E não desperdiçou diante de Sidão. Golaço em qualquer situação. Ainda mais decidindo um título. No intervalo, o Audax voltou ainda mais ofensivo. Sem o veterano lateral/volante Francis. No seu lugar, o meia Rodolfo. 3-4-3. Contra o 4-1-4-1 santista. E dá-lhe pressão. A equipe de Fernando Diniz, aos 15 minutos, chegou a ter 70% de posse de bola contra apenas 30% do time da casa. Um exagero. Mas que não se traduzia em gol. A defensa santista teve atuação muito boa. O time todo foi solidário na marcação. Com o passar do tempo, o nervosismo virou inimigo do time que já dá saudade. A movimentação constante, intensa, coordenada, já não era tão produtiva. A equipe passou a errar muitos passes. Principalmente, os decisivos. Aos 32 minutos, conseguiu sua segundo bola na trave. Ytalo subiu livre e acertou ótima cabeçada. A bola bateu no travessão de Vanderlei e foi para fora. Sim, era injusta a derrota para o Audax. Porém foi a surpreendente estratégia escolhida por Dorival Júnior. Aos 36 minutos, Raphael Claus teve sua boa arbitragem sabotada pelo bandeira. Joel, que havia substituído Ricardo Oliveira, entrou livre e tocou para as redes de Sidão. Gol legal. Mas foi marcado absurdo e inexistente impedimento. O Audax seguiu pressionando e o Santos defendendo. Aos 45 minutos, o lance mais inacreditável do jogo. Em contragolpe fulminante, Vitor Ferraz invadiu a área. E cruzou a bola para Ronaldo Mendes. O santista estava cara a cara com o goleiro Sidão batido. O chute foi para fora, por cima.

Mais quatro minutos de sufoco. E o Santos confirmou o título. Mostrou sua força. Mas fica o aviso. Há a necessidade de contratações para o Brasileiro. Lucas Lima está acertado com a Europa. Ricardo Oliveira tem ainda a proposta da China. E os empresários de Gabriel o querem no Velho Continente. Tudo indica que cumpriram sua última missão na Vila Belmiro. Com méritos. O Santos se impõe em São Paulo, se iguala ao Palmeiras com 22 títulos. Os dois atrás do Corinthians com 27. Ao Audax ficou a honra de ter feito um fabuloso torneio. E o time deixará muita saudade. Tchê Tchê e Juninho vão para o Palmeiras. Camacho e Bruno Paulo ao Corinthians.

Yuri se acerta com o Santos.

Mike retorna ao Internacional.

E Fernando Diniz busca um time grande para sua utopia...




Fonte: Esportes R7
Autor: cosmermoli
Publicado em: 08 May 2016 18:09:05

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