"Eu volto, eu volto, um dia a gente volta. A gente não sabe o dia de amanhã, daqui a pouco, de repente no meio do ano, a gente está por aí, dá uma reviravolta na vida está aqui, mas daqui a pouco pode estar por aí. Aquela coisa, quando eu estava aí, pô, pelo menos eu corria, né? Coisa que esse filho da puta do André não está fazendo. Falei para ele: "Pelo menos vai lá e corre, filho". Pelo menos correr eu corria, mas está valendo. Quem sabe a gente não volta em breve?" Na semana passada quando vazou esse áudio de Vagner Love, a reação foi de constrangimento no Corinthians. A contratação de André, exigida por Tite, está sendo um fracasso. Conteve sua boemia, mas não consegue render. Em 19 partidas, teve inúmeras oportunidades. Fez apenas cinco gols. Perdeu um pênalti fundamental contra o Nacional, no Itaquerão. A partida decretou o fim precoce da competição para o time em 2016. Os prejuízos foram enormes. A queda no Paulista também foi enorme baque. "Eu sou André, não sou Pato." O desabafo foi por causa do pênalti contra os uruguaios, comparado ao que o jogador emprestado ao Chelsea cobrou diante do Grêmio, em 2013. Com cavadinha. Tite o defendeu. Mas o atleta seguiu muito criticado e jogando cada vez pior. Mas André se manteve titular. Era o que o atacante tinha certeza que aconteceria. Ficaria pelo menos todo esse primeiro semestre. A lógica indicava essa situação. Afinal, no ano passado, Vagner Love também foi muito questionado. E continuou no time. Só que veio a surpresa. Logo depois de mais uma péssima partida, contra o Vitória, e ainda com a ironia de Vagner Love ecoando na sua cabeça, Tite o tira do time. Colocará Luciano diante da Ponte Preta amanhã no Itaquerão. André teve de se controlar, mas está chateado com a falta de apoio. Ficou a impressão que o treinador cedeu à pressão da torcida, da imprensa na hora de escalar o Corinthians. O atacante de 25 anos sente que há grande diferença na atitude do treinador em relação a Love. Ele precisava demais do apoio de Tite para não cair em descrédito. Como aconteceu no Dinamo de Kiev. Comprado por 8 milhões de euros, cerca de R$ 31 milhões, do Santos. Atuou seis partidas, não marcou um gol sequer. Foi emprestado ao Bordeaux, da França. Oito jogos e nenhuma bola chutada ou cabeceada para as redes. O Atlético Mineiro comprou 20% dos seus direitos por 2,2 milhões de euros, cerca de R$ 8,7 milhões. Os russos ficaram felizes por se livrarem dos salários. E ficaram de receber o resto se o clube mineiro o conseguisse vender. Não conseguiu. O emprestou ao Santos, Vasco e Sport. O liberou para o Corinthians. Tite acreditou que era uma oportunidade de ouro. Recomendou a contratação, deu aval para que o compromisso tivesse longa duração: quatro anos. Só que o desempenho do jogador tem sido alvo de enormes críticas da diretoria. Na semana passada, o presidente Roberto de Andrade permitiu que líderes das organizadas cobrassem o atacante. O que deixou o elenco todo chocado com a postura do dirigente.
Veio a partida contra o Vitória. E mesmo com a fraca zaga baiana oferecendo inúmeras oportunidades, André foi mal de novo. Seguia confiante que Tite o preservaria. Ainda pensava em Vagner Love. Mas o treinador optou por Luciano. Na verdade, Tite está completamente decepcionado com os atacantes que tem para trabalhar. André não tem a dinâmica, a gana, a técnica que esperava. Romero também tem como maior qualidade a corrida e luta em campo. A qualidade do paraguaio com a bola nos pés é fraquíssima. Lucca se deslumbrou depois que foi comprado pelo clube. Estava se mostrando irritado ao ter de marcar laterais adversários e ser constantemente substituído. Tite decidiu o deixar de fora de algumas partidas para que aprendesse a valorizar jogar pelo Corinthians. Falando em coletiva nesta manhã, o treinador fez como sempre. Mandou seu recado sem dar nomes. Quis dizer que não é por falta de dedicação ou farra que está mudando o time titular.
"Se tivesse algum vagabundo aqui dentro, a direção e o técnico estaria botando o dedo na ferida pela dignidade que tem. Precisamos de respeito e apoio. Atleta e técnico são seres humanos. Quando vier apoio na hora do erro, vai ajudar a instituição Corinthians. Quando vier de forma diferente, toda ela traz prejuízo. Não tem vagabundo, sem vergonha, cara que se acomoda com conquistas." Tite segue teimoso em relação a seu melhor atacante no elenco. Guilherme. Ele não o quer na frente, definindo as jogadas. Insiste em que atue como meia. O jogador estava mal, só melhorou muito contra o Vitória. Quando Tite o aproximou muito mais do ataque. O técnico já avisou a Guilherme, o vê como meia. E não como o homem do último toque. Diante do que tem, a contratação de um atacante forte, rústico, cabeceador, definidor é um dos poucos pedidos que Tite não abre mão. Daí ter visto com bons olhos a chance de ter Leandro Damião. Para ele, pouco importa se Renato Duprat, homem que trouxe a MSI ao Corinthians, represente a Doyen, fundo que emprestou dinheiro para a contratação do jogador ao Santos. O técnico corintiano aceitaria trocar Leandro Damião por André, por Luciano e por Lucca. A direção corintiana sabe disso. Dorival Júnior sabe que ficará sem Leandro Lima. E por isso exige Marlone.
A situação está longe de uma definição. Certo só que André virou reserva. Não terá todo o primeiro semestre para tentar se encaixar no time. Foi para a reserva contra a Ponte Preta. E não tem perspectiva de volta. Descobriu que não é Vagner Love...
Fonte: Esportes R7
Autor: cosmermoli
Publicado em: 25 May 2016 12:01:28
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