quinta-feira, 12 de maio de 2016

Com raça, garra, o vibrante São Paulo de Bauza ganhou a primeira batalha do Atlético Mineiro. Gol do iluminado Michel Bastos. Basta empatar em Belo Horizonte e estará na semifinal da Libertadores...

Com raça, garra, o vibrante São Paulo de Bauza ganhou a primeira batalha do Atlético Mineiro. Gol do iluminado Michel Bastos. Basta empatar em Belo Horizonte e estará na semifinal da Libertadores...




Foi mais uma guerra do que um mero jogo de futebol. E o São Paulo se impôs ao Atlético Mineiro. O iluminado Michel Bastos saiu do banco de reservas e, de cabeça, colocou a equipe de Bauza em vantagem nas quartas-de-final da Libertadores da América. 1 a 0, no Morumbi lotado. Ganhou na raça a vantagem do empate na semana que vem, em Belo Horizonte, no alçapão chamado Independência. O time paulista deu uma lição de vibração, garra, como há muito não se via. "Já tivemos jogos que atuamos melhor. Mas hoje foi contra uma equipe de bastante qualidade, não deixou chegarmos ao gol. Insistimos, persistimos e saímos com a vitória. "Estou muito feliz. Achava que nem poderia entrar em campo contra o Atlético. Só tenho de agradecer ao departamento médico e aos fisioterapeutas do São Paulo. Fiz tratamento intensivo. E graças ao esforço deles, consegui entrar e, com o meu gol, ajudar o time. Vencer no Morumbi era fundamental. Conseguimos", dizia Michel Bastos. Ele teve um edema na coxa esquerda, após marcar contra o Toluca no México. "Basta vencer por 1 a 0 no Independência que a decisão vai para os pênaltis. Foi um jogo brigado, disputado. Mas o juiz não foi bem. Na dúvida sempre para "eles". Acho que adiantou o presidente do São Paulo reclamar. Mas agora é o jogo será lá, na nossa casa. Tudo será diferente", prometia Leandro Donizete. Após o gol de Michel Bastos, uma grade de um camarote cedeu com a comemoração. Cerca de 15 torcedores caíram no fosso. Quatro pessoas cortaram os rostos. Uma delas quebrou o braço. Duas ambulâncias levaram os feridos para o hospital. O São Paulo corre o risco de ter o Morumbi interditado para a Libertadores. A "sorte" é que a Conmebol não é uma entidade séria. Suas decisões são políticas e não baseadas na justiça. Foi uma partida eletrizante. Como era de se esperar. Bauza e Aguirre sabiam que travariam um duelo particular. O argentino e o uruguaio não dariam espaço. Cada centímetro seria disputado com vigor, gana, raiva. Havia muito em jogo. O primeiro passo decisivo para a semifinal da Libertadores. E como o mando era do São Paulo, Bauza orientou seu time para tomar a iniciativa da partida. Buscar a vitória. Era obrigado a vencer. Ele conhece muito bem o quanto é terrível uma equipe disputar jogo eliminatório como visitante no Independência. A primeira decisão do São Paulo foi impactante. O time desceu do lado externo do portão do Morumbi. Teve o contato com a vibração da torcida. Os jogadores ficaram ainda mais empolgados com a partida. No jogo de xadrez da decisão, Bauza não tinha uma peça importantíssima. Michel Bastos, em excelente momento, não poderia atuar os 90 minutos. O treinador depois de muito pensar resolveu guardá-lo para o segundo tempo. Com Centurión suspenso, ele surpreendeu durante a semana. E adaptou o meio campista Wesley na ponta-direita. Na esquerda jogaria Kelvin e mais à frente, Calleri. Ganso atuaria adiantado, com liberdade para Bruno e Mena atacarem quando quiserem. Hudson e Tiago Mendes se desdobrariam na cobertura, na proteção da zaga. A ordem do argentino era que o São Paulo marcasse alto, forte, a saída de bola mineira. Diego Aguirre sabia que seria esse o comportamento do São Paulo. E tratou de fechar o meio de campo. Ele daria a posse de bola ao rival, mas fecharia os caminhos do gol de Victor. A marcação foi fortíssima. Com Leandro Donizete, Júnior Urso e Rafael Carioca se desdobrando. Marcos Rocha e Douglas não passavam da linha do meio de campo. Até mesmo Robinho e Patric ajudavam a fechar os laterais são paulinos. Só o valente Lucas Pratto enfrentava no peito toda a zaga adversária. O Atlético Mineiro estava muito bem compactado. Ganso foi sufocado. Marcado por setor. Não tinha direito nem de respirar. Quando o São Paulo perdia a bola, seus jogadores também fechavam a intermediária. Estavam orientados para não permitir os contragolpes velozes, mortais articulados para explorar a velocidade de Robinho e a imprevisível explosão de Patric. Logo a partida se transformou em uma guerra. O colombiano Wilmar Roldan tratou de distribuir cartões amarelos para tentar conter o ímpeto dos atletas. Logo aos dois minutos, Ganso deu entrada dura em Leandro Donizete e tomou o seu cartão. E houve o primeiro desentendimento generalizado. As entradas até que não eram desleais. Mas os jogadores se mostravam pilhados, motivados até demais. E as discussões, empurrões, palavrões, se sucediam. Roldan poderia até ser mais enérgico, se quisesse. Mas preferiu preservar a partida. Distribuindo amarelos e broncas.

Apesar de tanta vontade, no primeiro tempo quase não houve chances claras de gol. Victor e Denis não tiveram trabalho. Aos 38 minutos, Robinho, que também atuava com dores na coxa, não suportou. E foi substituído por Hyuri. O Atlético Mineiro perdia o talento do veterano ex-santista. A grande mudança no segundo tempo foi o capricho do São Paulo nas bolas aéreas, nos cruzamentos para a área atleticana. Era o caminho básico para fugir da fortíssima marcação mineira. Calleri e Maicon tiveram chances mas não acertaram as cabeçadas. Aos 18 minutos, Bauza fez a mudança que o Morumbi lotado todo queria. A entrada de Michel Bastos. Quem saiu foi Kelvin. Wesley estava muito bem no jogo. Vibrante, competitivo, guerreiro. Bem diferente daquele atleta sem um pingo de sangue, que vestiu a camisa do Palmeiras. Aos poucos, o São Paulo foi encontrando mais espaço para arrematar. A impressão era a de que os jogadores estavam cansados. E por isso apelavam para as faltas. Pagaram caro por isso. Aos 34 minutos, Wesley cobrou falta. A bola foi, caprichosa, para a cabeça do iluminado Michel Bastos. O desvio foi fatal para Victor, São Paulo 1 a 0. A comemoração do gol foi afetada pelo rompimento da grade de um camarote. O Corpo de Bombeiros garante que ninguém se machucou gravemente. O caso pior é de um homem que teria quebrado um braço. Os jogadores do São Paulo consolaram alguns feridos.

Depois do gol, o Atlético ainda tentou reagir. Mas encontrou o São Paulo muito bem posicionado. Marcando forte. E Bauza conseguiu o triunfo importantíssimo que sonhava. Aguirre não reclamava do resultado. Lamentava não poder escalar Júnior Urso e Rafael Carioca, suspensos. Mesmo assim o técnico considera perfeitamente reversível em Belo Horizonte. Mas não há como negar que neste confronto tão equilibrado... Qualquer vantagem é vantagem. E jogar pelo empate no Independência é algo importante. O São Paulo teve garra, honrou sua camisa. Saiu do Morumbi com a vitória. Resta se preparar com todo o cuidado. Em Belo Horizonte será uma guerra ainda mais pesada. E aí sim... No confronto entre brasileiros, só sobrará um. O São Paulo deu um ótimo primeiro passo. Graças ao iluminado Michel Bastos...




Fonte: Esportes R7
Autor: cosmermoli
Publicado em: 11 May 2016 23:45:01

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