Um dos truques mais velhos e mais sujos da Libertadores. De envergonhar qualquer pessoa de bom senso. Não deixar o time adversário dormir. E foi aplicado durante toda madrugada de hoje em Belo Horizonte. Vândalos da torcida atleticana soltaram fogos para impedir que o time do São Paulo descansasse. De vinte em vinte minutos, baterias de até cinco minutos eram disparadas. Tática para desgastar a equipe de Bauza no confronto das 21h45 no Independência. Não bastasse isso, os números dos quartos dos jogadores foram espalhados em grupos de WhatsApp de organizadas. A ordem era telefonar a madrugada toda. A estratégia é nojenta. Tira o brilho do jogo que definirá o único representante brasileiro na semifinal da Libertadores de 2016. O que se passou em Belo Horizonte, infelizmente, era previsível. Já ocorreu outras vezes. Como aconteceu em São Paulo, Rio de Janeiro, Porto Alegre. É a covardia no seu mais alto grau. O vândalo, principalmente os infiltrados nas organizadas, acredita que não há limite para ajudar o time que garante amar. Organiza e faz os delitos que forem possíveis. Isso não é privilégio de qualquer torcida. Na verdade, todas vão no mesmo caminho. Ou seja, o Brasil não fica nada a dever aos hermanos do continente que disputam a selvagem Libertadores. O nivelamento é por baixo. E o mais comum. A incrível e oportuna incompetência do policiamento local. Onde for que estiver marcada a queima de fogos durante a madrugada, já se pode contar. Como se fosse uma legião de ilusionistas, os vândalos fazem todo o barulho possível e impossível. E somem. O pior, a imprensa avisou que isso aconteceria. Tudo foi marcado de forma aberta nas redes sociais. O mínimo de esforço das autoridades e esse novo vexame não aconteceria. Para não ficar mal, a PM mineira manda avisar que deteve quatro torcedores para averiguação. A incompetência também é compartilhada pelo clube se sujeita a mergulhar na armadilha. Era evidente que a diretoria do São Paulo não poderia ter deixado o time dormir em Belo Horizonte hoje. As coisas são como são, não como deveriam ser. Após o reconhecimento do Independência, dirigentes deveriam ter encontrado um bunker, local inacessível para os torcedores atleticanos. Belo Horizonte foi um problema na Copa de 2014 devido à sua fraca rede hoteleira. Times de futebol da elite ficam em hotéis cinco estrelas. Ou seja, até que não é privilegiado com neurônios descobriria facilmente onde o São Paulo está hospedado. Até os vendedores de feijão tropeiro no Independência sabiam que a equipe de Bauza ficaria no Ouro Minas. Os donos do hotel garantem que as janelas duplas isolam completamente o som do lado de fora. Há controvérsias. Eu já me hospedei no mesmo lugar e conseguia sim ouvir os barulhos da noite mineira. Quanto mais queima de fogos de artifício, de vinte em vinte minutos.
Caberia à diretoria de futebol paulista buscar um local que desse paz aos seus jogadores. E nem seria tão difícil. Bastaria pedir ao Cruzeiro para que alugasse a afastada Toca da Raposa. Lá seria mais fácil controlar os vândalos. Muito melhor do que se hospedar no centro de Belo Horizonte, com suas inúmeras ruas. Ou então um hotel-fazenda nas cercanias de Belo Horizonte, há vários. O que não tem cabimento é se submeter ao foguetório. Reclamar do vandalismo. Somos um país de ignorantes e cujas autoridades não se impõem, muitas vezes são omissas ou até simpáticas à estupidez como vândalos que tiram o sono de uma equipe profissional de futebol. Há quem tenha a desculpa na ponta da língua. "O que é que tem? É a inimiga." E assim vamos nos acostumando com o que temos de pior. Ficamos coniventes, nem estranhamos mais tanta desfaçatez. A história registra vândalos de todo o país já fizeram o mesmo. A América do Sul é um continente subdesenvolvido. E em vários aspectos tem orgulho desse atraso. O que aconteceu em Belo Horizonte foi vergonhoso. Mas para quem tem vergonha na cara. Nós já perdemos há muito tempo...
Fonte: Esportes R7
Autor: cosmermoli
Publicado em: 18 May 2016 11:58:47
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