quinta-feira, 19 de maio de 2016

O São Paulo fará tudo para conseguir o improvável. Segurar Calleri e Maicon até o fim da Libertadores. Olimpíada pode ser cúmplice e adiar o sonho do artilheiro de atuar na Europa. O zagueiro, novo líder do Morumbi, está indeciso e pode ficar...

O São Paulo fará tudo para conseguir o improvável. Segurar Calleri e Maicon até o fim da Libertadores. Olimpíada pode ser cúmplice e adiar o sonho do artilheiro de atuar na Europa. O zagueiro, novo líder do Morumbi, está indeciso e pode ficar...




Dois jogadores surpreendidos. Envolvidos pelo orgulho, satisfação de serem semifinalistas da Libertadores pelo São Paulo. Quando Calleri e Maicon desembarcaram no Morumbi tinham uma certeza. Ficariam até junho, esperariam a janela de transferências da Europa abrir e, iriam embora sem olhar para trás. Dariam o máximo nos jogos que disputassem e seguiram suas vidas, suas carreiras. O argentino de 22 anos, uma das grandes revelações do Boca Juniors, foi vendido a um grupo de empresários por US$ 12 milhões, cerca de R$ 43 milhões. Esses agentes deixaram apalavrados sua ida para a Inter de Milão. Como o clube italiano apenas o quer no meio do ano, havia seis meses para fazer dinheiro o emprestando. O Atlético Mineiro acabou sendo o primeiro clube a tentar sua contratação. Diz a lenda que Tevez teria aconselhado Calleri a ir para o São Paulo. Mas a proposta financeira paulista foi maior. Além da interferência de Juan Figer. E assinou contrato de empréstimo até 30 de junho. Por causa da Copa América "Centenária", a Libertadores terá um hiato. As semifinais e finais só acontecerão a partir de julho. Ou seja, quando o contrato terminará antes desse período decisivo. O mínimo de tempo que a Fifa permite que um contrato tenha é de três meses. Calleri e o grupo de empresários sabem muito bem que o atacante disputaria as semifinais da Libertadores. Se o São Paulo ganhasse, as finais. Poderia ser campeão e disputar o Mundial em dezembro. Mas e se o São Paulo perder as semifinais? Disputará apenas o Brasileiro até o final do ano.

A janela do meio do ano é nobre, coincide com o início da pré-temporada dos grandes clubes europeus. É o período onde acontecem as maiores transações. A direção da Inter e a própria imprensa italiana não dão como concretizada a compra de Calleri. Os empresários do atleta estão tratando de regulamentar sua documentação para que possa tirar o passaporte italiano e seja considerado um "europeu" e não precise ocupar vaga como estrangeiro. A realidade é dura para o São Paulo. As possibilidades de Calleri ficar são remotas. O empresário que investiu na sua contratação é Gustavo Arribas, ex-braço direito de Kia Joorabchian. Ele tem ótimos contatos no futebol europeu, principalmente no italiano. A Inter é a maior possibilidade, mas há contatos com equipes médias italianas, espanholas, inglesas. Arribas o que na Europa no segundo semestre. Há uma esperança para os são paulinos. Calleri está na pré-lista da Seleção Olímpica feita por Tatá Martino. Se for convocado, só poderia se apresentar no novo clube no final de agosto, perdendo a pré-temporada. Isso poderia ser um obstáculo. Por isso, a diretoria do São Paulo está disposta a oferecer novo contrato de empréstimo, até o final do ano. Calleri está espantado com o sucesso, o assédio. E amizade que conseguiu no São Paulo. A proteção de Bauza, as longas conversas com Lugano, a companhia de Centurión. Os sete gols marcados na Libertadores. A empolgação da diretoria, da torcida. Tudo isso conspira para tentar convencê-lo a ficar. Mas ele apenas saiu do clube que mais ama na vida, o Boca Juniors, para sanear os graves problemas financeiros do time argentino. E fazer do Brasil, do São Paulo, um trampolim à Europa.

Se a Inter de Milão o quiser, ele vai. Bauza sabe que é melhor para sua carreira, sua vida. Adoraria que ficasse para os jogos finais da Libertadores, mas não faz qualquer pressão psicológica. Como ex-jogador e treinador consciente, respeita a vontade do jovem atacante. Em relação a Maicon, a esperança do São Paulo é maior. Mas está longe de ser uma garantia. Maicon foi uma contratação de ocasião. O atleta de 27 anos era capitão, titular do Porto. Até que em uma derrota para o pequeno Arouca, falhou e, para a imprensa e torcida, fingiu uma contusão, pediu para ser substituído. Médicos garantiram que ele não teve nada. Ele garantiu estar jogando machucado há quatro meses. Foi emprestado para o São Paulo para que tudo se acalmasse. A ironia. Outra vez o Atlético Mineiro chegou primeiro. E ouviu não. Ele preferiu o Morumbi. Os planos do próprio jogador era ficar até junho e depois voltar para a Europa. Só que o futebol seguro e a personalidade firme foram muito além do esperado. A ponto de transformar Lugano, que deveria ser peça fundamental na Libertadores, em mero reserva. Sem que ninguém tenha a coragem de contestar a escolha de Bauza. Nem mesmo Lugano.

A diretoria, principalmente Leco, quer a contratação de Maicon. Há um preço. 15 milhões de euros, cerca de R$ 60,4 milhões. O São Paulo ofereceu Lucão para uma troca. O Porto quer Lyanco, um dos jovens brasileiros mais valorizados na janela de transferência. Os dirigentes seguem conversando. Mas Maicon tem 27 anos. Sabe que se aceitar assinar um contrato com o São Paulo não deverá voltar a atuar no futebol europeu. Será uma decisão que terá reflexos profundos na sua carreira. E por isso, ele avalia. Se ficar será o grande líder do time e sente que ainda poderá brigar por uma vaga na Seleção Brasileira. O zagueiro fará 28 anos em setembro. Clubes grandes europeus não se interessam por zagueiros tão vividos e sem passagem por selecionados de seu país. Que acabam de voltar para atuar na América do Sul. Mas chineses e clubes árabes não se importam. Assim como Calleri, Maicon não esperava tanto sucesso nesse contrato pequeno, que vence também no dia 30 de junho. Assim como faz com o jovem argentino, Bauza respeita a decisão do zagueiro brasileiro. Sabe que ele se transformou no capitão de fato da equipe. Só que a única coisa que o treinador pode fazer é esperar. A diretoria são paulina, não. E tenta mostrar aos empresários argentinos e a Maicon o quanto se valorizariam caso os dois atletas ficassem. E fossem campeões da Libertadores da América. Restam apenas quatro partidas para o sonhado tetra. Calleri tem como meta a Europa. Só a Olimpíada o seguraria. Maicon também quer o Velho Continente, mas pensa na possibilidade de ficar. A decisão ficará para o final de junho. Os semifinalistas podem fazer cinco trocas no seu elenco. O São Paulo busca no mercado atletas que possam reforçá-lo. Mas esperará até o último segundo pela dupla. Fundamental para o futuro do clube na Libertadores...





Fonte: Esportes R7
Autor: cosmermoli
Publicado em: 19 May 2016 13:48:19

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