terça-feira, 10 de maio de 2016

Por economia, Gilvan Tavares expôs o Cruzeiro ao vexame. Ser recusado por Marcelo Oliveira, Jorginho, Ricardo Gomes. O preço por apostar em Luxemburgo, acreditar em Mano e bancar Deivid...

Por economia, Gilvan Tavares expôs o Cruzeiro ao vexame. Ser recusado por Marcelo Oliveira, Jorginho, Ricardo Gomes. O preço por apostar em Luxemburgo, acreditar em Mano e bancar Deivid...




O Cruzeiro foi o clube que mais faturou no Brasil em 2015. Foram R$ 363 milhões. A divulgação desses números é razão de muito orgulho para Gilvan Tavares Pinho. Presidente desde 2011, ele tinha como principal meta fortalecer o clube. Torná-lo uma potência econômica. Conseguiu com méritos. Mas só se esqueceu de um detalhe. O futebol... Depois da conquista do bicampeonato brasileiro em 2013 e 2014, o dirigente resolveu aproveitar. Não da maneira que respeitaria a tradição de equipe vencedora que sempre foi o Cruzeiro. Não. Decidiu fazer dinheiro. Não se esforçou para segurar a equipe pronta, que estava no auge, para tentar ganhar a Libertadores. Everton Ribeiro, Lucas Silva, Ricardo Goulart, Egídio, Nilton, Marcelo Moreno... Tudo isso para arrecadar R$ 85 milhões. Com uma equipe desentrosada, enfraquecida, Marcelo Oliveira fracassou na Libertadores e foi despachado sem dó. O econômico Gilvan contratou o mais decadente dos treinadores brasileiros. Vanderlei Luxemburgo. Em 19 partidas, Luxemburgo foi despachado. Mostrou toda sua atual incompetência. Encaminhava o Cruzeiro para o rebaixamento no Brasileiro. Aí, apertado pelos conselheiros, Gilvan teve de gastar. Contratou o técnico que mais sabe se valorizar. Mano Menezes chegou prometendo um trabalho profundo, longo como acontece nos grandes clubes da Europa. Gilvan acreditou. O técnico conseguiu consertar parte do estrago feito por Luxemburgo. Mas não conseguiu vaga à Libertadores ou qualquer título. Gilvan acreditava que 2016 seria um ano excelente. Só que Mano não cumpriu sua palavra. Nada de trabalho longo, profundo. O dinheiro chinês o levou muito fácil. Ele esqueceu da própria promessa de não ir para o país do Oriente. Que não teria nada a aprender. Mas bastou chegar o dinheiro e fez as malas, sorrindo. O Shandong Luneng ofereceu R$ 2 milhões por mês e o Cruzeiro foi deixado de lado.

Mas para não deixar Gilvan completamente na mão, Mano sugeriu seguir com Deivid no comando do time. Ele havia sido auxiliar de Luxemburgo. Ficou com Menezes no cargo. Outro fator desmoralizante, os jogadores imploraram por Deivid. Incrível, conseguiram convencer a diretoria. Gilvan deu o seu sim. Ele precisa entender que atletas não as melhores fontes para escolher o próprio técnico. E sem a menor experiência, um clube com a dimensão do Cruzeiro caiu no colo de Deivid. Gilvan aceitou. Afinal, Deivid seria a simbiose de Luxemburgo e Mano. Por um preço bem baratinho. Cinco vezes menos do que pagou para Mano. Só R$ 100 mil. Outra vez o presidente do Cruzeiro fazia uma opção pensando no bolso. Nunca houve confiança por parte da diretoria e da torcida com o novato. Ele não tinha respaldo de lado algum. Nem paciência quando o time passou a não render. Ganhou de muitos times pequenos. Mas foi eliminado logo na fase de grupos da Primeira Liga. Depois veio o vexame. O Cruzeiro não conseguiu chegar sequer à final do Mineiro. Eliminado pelo América, diante de sua torcida. Deivid foi mandado embora.

Gilvan percebeu que desperdiçou o primeiro semestre. Poderia ter contratado um treinador importante, rodado para preparar o time para o Brasileiro, Copa do Brasil. Alguém que tivesse vivência e competência comprovadas. Não precisasse provar ser capaz. O fracasso de Deivid teve um efeito colateral em Brasília. Zezé Perrella decidiu voltar ao clube. E garantiu a amigos que concorrerá à presidência em 2017. Ele e Gilvan se afastaram, a proximidade, a cumplicidade acabou. Tanto que Gilvan, que não pode ser reeleito, quer indicar Bruno Vicentin ou Sérgio Rodrigues para seu cargo. Não vai bancar Perrella. A briga promete ser intensa. E perigosa. Tanto que Gilvan decidiu. Depois do fracasso com o desmanche do bicampeão brasileiro, com Luxemburgo, acreditar nas falsas promessas de Mano Menezes e apostar no auxiliar Deivid, o presidente econômico deu a fórmula. Ele quer um treinador experiente e com conquistas recentes no Brasil. O primeiro a ser chamado foi Marcelo Oliveira. Campeão da Copa do Brasil pelo Palmeiras. Aliás, aquele mesmo que foi mandado embora sem dó depois de ter seu time desmanchado por dinheiro em 2015. Gilvan recebeu um magoado "não". Foi o troco.

Depois, o foco ficou em Jorginho. Se ele havia ressuscitado o Vasco, o que faria na Toca da Raposa? E não haveria como ele negar. Afinal, a perspectiva de lutar pelo título, pela Libertadores deveria ser bem mais tentador que jogar a Segunda Divisão com Eurico Miranda. Além do mais, ganhando pelo menos o dobro. Mas Jorginho foi fiel ao presidente que o bancou. Quando estava desacreditado. Era a hora de mostrar sua lealdade. E sem medo, disse não. Ah, o terceiro seria mais fácil. Ricardo Gomes, que tirou o Botafogo da Segunda Divisão, superou seu drama com dois AVCs. Não teria como dizer não. Afinal, receberia R$ 300 mil, três vezes do que embolsa no clube carioca. Ricardo Gomes pensou e também optou pela fidelidade. Virou as costas ao milionário e bem estruturado Cruzeiro. Três recusas que têm como fundo o dinheiro. Gilvan Tavares é um excelente administrador. Deveria estar cuidando de um banco. E não de um clube de futebol. Ninguém está pregando a irresponsabilidade financeira. Mas competência do dirigente. Não se esquecer que está comandando um dos maiores da América Latina. Gilvan não tinha o direito de perder jogar fora meia temporada. E expor o Cruzeiro a esta situação patética. O time está nas mãos de Geraldo Delamore. Carreira marcada como preparador físico e assistente. Esteve com Tite na conquista do Mundial em 2012.

Com o interino, suou sangue para eliminar o Campinense. O treinador/auxiliar/preparador físico forçou com Robinho, recém-contratado do Palmeiras. Resultado: edema na coxa do atleta e está fora da partida de hoje contra o Londrina. Não é culpa de Delamore. Mas sim de quem entrega um elenco caro nas suas mãos. O Cruzeiro começa a disputa do Brasileiro no sábado, contra o Coritiba. Seus dirigentes seguem completamente desorientados. Empresários oferecem treinadores do Exterior. Fernando Diniz a princípio não interessa por não ter vivência. Mas a negativa de ontem pode ser o sim de hoje. Por dinheiro, o Cruzeiro brincou com a sorte. Perdeu o rumo. Segue firme no caminho. Poderá ser o clube a mais faturar em 2016. Mas seu presidente não consegue o óbvio. Levar um bom treinador para a Toca da Raposa.

Em Brasília, o senador Zezé Perrella se assanha...



Fonte: Esportes R7
Autor: cosmermoli
Publicado em: 10 May 2016 13:37:56

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