domingo, 8 de maio de 2016

A eterna força de Mustafá Contursi. Não assegurou só quatro anos de poder a Paulo Nobre. Segurou os R$ 66 milhões da descontente Crefisa. E já tem articulada a sucessão de 'seu filho' Nobre...

A eterna força de Mustafá Contursi. Não assegurou só quatro anos de poder a Paulo Nobre. Segurou os R$ 66 milhões da descontente Crefisa. E já tem articulada a sucessão de 'seu filho' Nobre...




Mustafá Contursi. Um nome contestado. Associado ao rebaixamento do Palmeiras em 2002. Poucos se lembram que era o presidente na única conquista da Libertadores. Antipático para as câmeras. Autoritário. Desde 1965 exerce cargos importantes no Palmeiras. Truculento com os adversários. Conselheiro vitalício, comanda a ala conservadora com mão de ferro. Da mesma maneira com que conduziu o clube por 11 anos. Em uma de suas entrevistas mais reveladoras ao blog, assumiu. "Sou o pai de Paulo Nobre." Ou seja, ele pariu mesmo o presidente bilionário que assumiu o clube está no final do seu segundo mandato. Mustafá é um homem prático. E vislumbrou no dinheiro de Nobre a "salvação" diante de dívidas que atingiriam R$ 200 milhões. Logo após a saída de Arnaldo Tirone, só alguém com o bolso de fundo gigantesco para fazer o Palmeiras ter vida "normal". O presidente que assumisse teria 75% do orçamento já gasto, comprometido por Tirone. Direitos de transmissão já antecipados e gastos. A falta de um patrocínio master. E as portas fechadas dos grandes bancos. O Palmeiras não tinha crédito. Os empréstimos poderiam sair, com juros bem acima do mercado. Ao brigar para que Paulo ganhasse eleição e reeleição, acredita que trouxe a estabilidade financeira. "Seu filho" tomou empréstimos em seu nome e conseguiu taxas mais baixas ao Palmeiras. De janeiro de 2013 até agora, Nobre já colocou mais de R$ 200 milhões no clube. Emprestou e chegou a um acordo para receber. Fica todo mês com 10% dos lucros do clube. A previsão é que entre oito e dez anos receba o que emprestou. Com a correção de 1% ao ano. Mustafá queria não só quatro anos de Nobre. Eleição e reeleição. Tanto que já está ajudando a articular a sucessão de Paulo. Maurício Precivalle Galiotte e Genaro Marino Neto, primeiro e segundo vice do clube, são os nomes propostos. Ambos estão alinhados com a ala conservadora e que prioriza a reestruturação financeira palmeirense. Para que ela aconteça, o dinheiro da patrocinadora master do time principal é fundamental. Por trás dos R$ 66 milhões anuais que a Credicard coloca, está a figura onipresente de Contursi. Amigo há décadas de José Roberto Lamacchia, foi ele que o aproximou de Nobre. E quem garantiu a paz entre os dois. Houve vários desentendimentos. E mais sério do que o estudo de lançamento de camiseta oficial com a estampa da Parmalat. Ou o tamanho que estava estampado Crefisa ou Faculdade das América na camisa da conquista da Copa do Brasil. Nobre não gostou da aproximação de Lamacchia de Mustafá. Foi alertado que havia interesse político. Não para assumir cargo fundamental no clube. Mas a possibilidade de apoiar à sua sucessão alguém que não fosse ligado intimamente ao atual presidente. Como Genaro e Maurício.

Não bastasse isso, as entrevistas pesadas da esposa de José Roberto, Leila Pereira. Sabendo da irritação de Nobre com a proximidade de Lamacchia e Mustafá, ele não deixou por menos. Classificou as contratações feitas com seu dinheiro de "quinta categoria" e ameaçou ir para o Flamengo "para ter mais popularidade". Nobre não respondeu. Apenas não enxergou a camisa oficial do título da Copa do Brasil ter espaço diminuto para a Crefisa e para a FAM. Não convidou o casal para a festa com os jogadores pelo título. E também não apareceu na Faculdade das Américas na festa da conquista. Mandou apenas o troféu. Com a recomendação que fosse protegido. Lamacchia e Leila ficaram irritados. E quiseram uma mudança radical no contrato. A principal é que se os dois quiserem parar de patrocinar o clube terão de pagar apenas 30% do valor principal. E não o total que faltaria até dezembro deste ano. E mais o tamanho exato dos logotipos da Crefisa e FAM em qualquer uniforme ou camiseta "especial" que o clube lançar. Ainda multa de R$ 2,5 milhões caso o contrato seja desrespeitado. Isso ficou público. O que não ficou foi que Mustafá já deixou antecipado com Lamacchia a permanência da Crefisa e da FAM depois de 2016. Desde que o sucessor de Paulo Nobre seja alguém da ala conservadora do clube. Ou seja, que aceite a influência de Mustafá Contursi. Como Nobre aceita. Com a virada financeira palmeirense tendo o bolso de Nobre, o dinheiro da Crefisa e da arena, a situação ganhou muito poder no Conselho Deliberativo. E no Conselho de Orientação Fiscal. Mustafá e Nobre têm tudo para fazer o novo presidente do clube. A eleição será no final do ano. E ainda uma importante alteração no estatuto. O mandato passar a valer três e não mais apenas dois anos. Com direito a uma reeleição. Depois de tudo acertado, Lamacchia mandou Nobre avisar que os R$ 19,5 milhões que a patrocinadora devia será pago ao clube. Mustafá não queria que sua influência fosse pública. Mas conselheiros importantes fizeram questão de explicá-la. Confirmaram sua força. Aos 75 anos continua em pleno vigor. Depois de parir Paulo Nobre, está pronto para novo filho. Para ser o novo presidente do Palmeiras. Que siga a cartilha de priorizar as finanças do clube. E que monte um time forte, de estrelas, com quer a Crefisa...





Fonte: Esportes R7
Autor: cosmermoli
Publicado em: 08 May 2016 11:32:12

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