domingo, 15 de maio de 2016

Corinthians e Grêmio. O medo de perder de Tite e de Roger prevaleceu no Itaquerão.Jogo brigado e monótono. E Andrés vê Palmeiras favorito para ganhar o Brasileiro...

Corinthians e Grêmio. O medo de perder de Tite e de Roger prevaleceu no Itaquerão.Jogo brigado e monótono. E Andrés vê Palmeiras favorito para ganhar o Brasileiro...




Corinthians e Grêmio mostraram como será difícil o recomeço. Eliminados da Libertadores e derrotados no Paulista e no Gaúcho, as equipes começaram sua caminhada no Brasileiro de 2016. Feridos, os times foram mais cautelosos do que o normal. E o resultado não poderia ser outro no Itaquerão. 0 a 0. A filosofia de Tite e Roger foi a mesma. Melhor empatar do que perdeu. Ambos conseguiram. Empate monótono, sem emoção, de dois times traumatizados e sem jogadores talentosos. "Tivemos uma semana tensa, mas focada no trabalho. Tivemos que entender que, embora as eliminações tenham sido dolorosas, não havia terra arrasada", dizia Roger, deixando escapar que a partida de hoje tinha esse objetivo para o Grêmio: mostrar que "não havia terra arrasada". Ou seja, não poderia perder de jeito algum. Foi o que conseguiu. "A gente conseguiu rodar bola na área adversária, mas faltou calma para finalizar. Brasileiro é assim. No ano passado a gente foi campeão e também não vencemos o Grêmio. É jogo duro, são 38 rodadas de jogos difíceis. Vamos tentar garimpar ponto a ponto", dizia Elias. O volante falou por falar. Ele sabe que suas chances são remotas de continuar no clube depois que a janela do meio do ano for aberta. Basta o Shandong Luneng, de Mano Menezes, confirmar R$ 2 milhões mensais por dois anos, que ele irá embora. Elias nem deverá voltar ao Parque São Jorge da Copa América. Com a frustração do 0 a 0 em casa, parte da torcida corintiana descontou em André. Xingou o atacante que perdeu o pênalti contra o Nacional, na eliminação da equipe da Libertadores. Outra vez, ele não jogou bem. "Torcedor é emoção, lógico que fico chateado pela reação. É ter paciência." André não pode reclamar publicamente. Mas ele acaba sendo sacrificado no esquema tático de Tite. Sim, é o mesmo de 2015. O 4-1-4-1. Só que com a grande diferença que o time não tem o mesmo talento. Não há jogadores no elenco que se comparem a Renato Augusto, Jadson.

Não é fácil qualquer equipe do futebol mundial perder os dois principais jogadores do seu país. Em 2015, Renato Augusto e Jadson dividiram os prêmios como destaque do ano. Como o Corinthians vive uma grande crise financeira motivada por seu estádio, não houve maneira de manter o mesmo nível na reposição. Os contratados ficaram abaixo. Não foi por acaso que o Corinthians acabou eliminado precocemente do Paulista e da Libertadores. Tite está tendo dificuldades em remontar mais uma equipe. O rendimento é abaixo do que desejava. E para sua infelicidade, a comparação é feita com o próprio Corinthians. O de 2015. Por isso, a insatisfação da crítica, dos torcedores. O que se viu no Itaquerão, e dos dois lados, foi: estratégia definida, jogadores obedientes, equipes espelhadas. No 4-1-4-1 de corintianos e gremistas, sobravam atletas nas intermediárias. Eram oito, por vezes, dez. E faltavam no ataque. Tite e Roger trataram de treinar marcação fortíssima na intermediária. Não alta, para não dar espaço nas costas dos volantes. Mas a partir da intermediária adversária. Ninguém teve espaço para respirar. Os laterais Fagner e Uendel não conseguiram fazer as triangulações sonhadas pelo técnico corintiano. Não havia espaço. Rodriguinho e Marquinhos Gabriel foram muito bem marcados. Elias também era perseguido, travado. Seus avanços não tinham nada de surpresa. O Grêmio decorou a dinâmica, a movimentação corintiana. Tite foi muito infeliz na escolha do jogador que deveria estar mais à frente, perto do isolado André. Romero é um atleta apenas esforçado. Não tem futebol para ser titular do Corinthians. Mesmo os jogadores que atuam com ele sabem disso. Mas o treinador está dando as chances que o atleta tanto reivindica. Embora tenha sim ficado deslumbrado com a renovação de contrato, a presença de Lucca é muito mais eficiente para a equipe. Como castigo pela mudança de comportamento, Tite o deixou no banco de reservas.

A dinâmica dos times era praticamente a mesma. Com a diferença que Bobô, ao contrário de André, não se movimentava. Ficava fixo como um poste, como um centroavante dos anos 70 na frente. E foi justamente ele, que nunca primou pela técnica, que teve a rara e grande chance do jogo. Giuliano conseguiu deixá-lo cara a cara com Walter, em titubeio da zaga corintiana. O atacante foi tosco. Chutou de qualquer maneira, não teve o trabalho de ver a saída do goleiro. Bateu reto, o que facilitou a defesa providencial do ótimo Walter. Cássio não jogou porque estava de luto, faleceu sua avó. Enquanto o Grêmio tentava bolas esticadas, direcionadas ao seu centroavante, o Corinthians tentava tocar a bola. Trocar passes, deslocar atletas. Mas faltava qualidade. Rodriguinho segue muito abaixo dos demais companheiros. Como Romero e André. Marquinhos Gabriel tentava escapar da mediocridade, mas estava ansioso. Desperdiçando jogadas importantes chutando de longe para o gol. Invariavelmente seus arremates iam para fora. A saída das duas equipes esta nos escanteios. Eram quando os zagueiros partiam decididos, como gladiadores, para a área adversária. Foi um espetáculo pobre de emoções, de imaginação. Quem sonhava com bom futebol, se decepcionou. Os 31.533 torcedores que foram ao Itaquerão se decepcionaram. A insegurança dos dois treinadores refletia na briga de foice nas intermediárias. A intensidade, que os dois tanto imitam da Europa, acabava perto da área adversária. Tite e Roger impedia que seus atletas atacassem em bloco. O medo de contragolpe era explícito. Com certeza foi uma das partidas mais feias do ano. Não bastasse o 0 a 0, ainda houve Andrés Sanchez. O deputado federal do Partido dos Trabalhadores estava no Itaquerão. Disse que daria coletiva. Mais uma vez, repetiu seu discurso desde 2010. A venda dos naming rightis do estádio está perto de acontecer. Pensou que falaria só sobre suas promessas. Mas os jornalistas queriam saber dos escândalos na base, envolvendo seu amigo pessoal, o conselheiro Manoel Evangelista, o Mané da Carne. Contrariado, deu uma resposta lastimável. Fez como sempre. Falou e não disse nada. Queria e conseguiu virar notícia, ter a foto publicada nos portais e jornais. "Infelizmente, na base sempre tem problema. Todos os clubes têm problemas e agora é muita fofoca... (Sobre o Mané da Carne...) O cara tem 70 anos. As pessoas são maiores de idade... Meu filho faz cagada. Vou ser culpado pelo que ele errou? Tem família que tem filho traficante e filho que é do bem. O pai deu criação errada para um ou outro? Não. Isso acontece, infelizmente. Mas vamos aguardar porque não adianta ficar julgando a pessoa agora. Existe muita fofoca..." Sobre a possibilidade de saída de Felipe e Elias, foi claro. "Se vier proposta por qualquer jogador é para vender. Que venda." E como ficaria o clube com mais essas saídas de atletas importantes? "Espero que no final do Brasileiro o Corinthians esteja entre os seis primeiros. Somos zebra. O Palmeiras é o favorito. Tem um timaço. Contratou mais de 30 jogadores. Vamos brigar com zebra. No ano passado iríamos brigar para não cair para a Segunda Divisão e fomos campeões. Esse ano se ficarmos entre os seis primeiros já será um bom resultado", disse, cheio de ironia... Assim pensa o homem que manda no Corinthians...





Fonte: Esportes R7
Autor: cosmermoli
Publicado em: 15 May 2016 17:59:20

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