segunda-feira, 16 de maio de 2016

Os detalhes que fazem Cuca bater no peito e garantir. "O Palmeiras será campeão brasileiro de 2016." Obsessão. E primeiro passo para o sonho: assumir a Seleção Brasileira...

Os detalhes que fazem Cuca bater no peito e garantir. "O Palmeiras será campeão brasileiro de 2016." Obsessão. E primeiro passo para o sonho: assumir a Seleção Brasileira...




Uma Libertadores. Um Carioca. Três Campeonatos Mineiros. Uma Copa da China. Uma Supercopa da China. Essas são as conquistas de Cuca em 28 anos como treinador de futebol. Aos 52 anos, ele tem ambição. O sonho de comandar a Seleção Brasileira. E acredita que o Palmeiras será o caminho para realizar este sonho, após a Copa de 2018. "Tenho o sonho de ser treinador da Seleção. E sei que estar aqui é um prejuízo para mim. Mas foi a escolha que fiz." Cuca só escancarou essa vontade para a imprensa ao se ver fragilizado na China, no ano passado. Acabou suspenso por sete meses, depois de confusão homérica, logo após o empate por 2 a 2 entre Guizhou Renhe e Shandong Luneng. Foi acusado de trocar agressões com o bandeira Zhan Wei. Mas Cuca tinha de ficar na China. Recebia R$ 1,5 milhão mensais. Ele já tinha uma vida econômica muito confortável, se resolveu de vez. Ao voltar ao futebol brasileiro, não tem o foco em dinheiro. Mas em conquistas e busca da sonho, a Seleção Brasileira. Sabe da concorrência fortíssima de Tite e da força do Corinthians. Mas conta com o Palmeiras para colocar seu plano ambicioso em ação. Tem todo o apoio financeiro de Paulo Nobre, da patrocinadora Crefisa e seus R$ 66 milhões por ano e ainda a arena, que pretende transformar em um "Independência" mais desenvolvido. Estes sete meses serão fundamentais para Cuca. Ele quer aproveitar ao máximo a presença de Paulo Nobre. Para cumprir a sua promessa. Entre os 20 treinadores que disputam o Brasileiro, foi o único que prometeu que será campeão nacional. O que pode parecer um suicídio, trazer toda a pressão possível para seu time, seus jogadores, na verdade é uma jogada astuta.

Cuca quer que as pessoas prestem atenção no seu trabalho. O enxergue de uma vez como técnico como potencial para comandar a Seleção Brasileira. Conquistou a Libertadores da América com o Atlético Mineiro. O espalhafato que fez, a demonstração de fé, como acompanhar disputa de pênaltis ajoelhado, terço na mão, camiseta com a imagem de Nossa Senhora da Aparecida no peito, chamou a atenção demais. Acabou tirando o brilho tático que colocou no Atlético Mineiro. Foi o último treinador a fazer Ronaldinho Gaúcho jogar seu melhor futebol. Tirou o máximo de Bernard, Jô, Leandro Donizete. Com o respaldo ruidoso de Alexandre Kalil, Cuca fez um grande time. Por trás de todo sofrimento, da campanha "eu acredito", o Atlético, principalmente em casa, tinha intensidade, marcação alta, triangulações pelas laterais, recomposição e muita força física. Reunia o que o moderno futebol europeu tem de melhor. Mereceu ganhar a Libertadores de 2013. O Mundial no Marrocos foi uma lição de vida para Cuca. Deixou vazar seu acerto com a China antes da disputa. Os jogadores se sentiram abandonados, traídos pelo fim do projeto. Ronaldinho Gaúcho foi o primeiro. Na disputa, o Atlético acabou sendo triste caricatura da equipe campeã da Libertadores. Marcos Rocha chegou até a mandar o treinador "se f..." ao ser substituído. A saída foi deprimente.

Cuca tem cicatrizes, aprendeu. E está demonstrando isso no Palmeiras. É próximo dos atletas, quer a confiança de todos. Mas já é mais profissional. O jeito boleiro era algo que pesava contra. A hierarquia precisa ser respeitada. Se descobriu comandante, não um ex-jogador que completa rachões. Encontrou um elenco traumatizado. O excesso de compras sem sentido de Alexandre Mattos só inchou o grupo. Trouxe muito descontentamento no ar. Atletas com potencial passaram a ser reservas dos reservas. Além disso, a equipe só sabia atuar de uma maneira. No 4-2-3-1 de Marcelo Oliveira. Quando os adversários perceberam que o técnico estava escravo de seu esquema que usava há quatro anos no Coritiba, o Palmeiras passou a ter enormes dificuldades. A decepcionar. A pressão se tornou insuportável pelo investimento. Vencer a Copa do Brasil deu uma sobrevida a Marcelo que só piorou as coisas. O Palmeiras chegou da pior maneira na Libertadores. O treinador e o time estavam mergulhados em uma crise de identidade. Os vexames se sucediam no Paulista e na competição mais importante do ano. Apesar de muito amigo de Oliveira, Alexandre Mattos pensou na sua sobrevivência. E convenceu Nobre que a hora era de trocá-lo, buscar Cuca, que sabia ser muito melhor. O treinador estava recebendo seus últimos salários da China. Estava pronto para trabalhar no Brasil. E magoado. Tinha certeza que trabalharia no Fluminense, mas se viu no meio de um leilão às avessas. Quem pedisse menos entre ele e Levir Culpi iria para as Laranjeiras. Desistiu publicamente. E aceitou com empolgação o Palmeiras. Paranaense, era mesmo torcedor do time quando adolescente. Trinta e cinco atletas eram demais. Tratou de esvaziar o elenco. Robinho era uma peça que não rendia como volante, como meia e que contestava taticamente qualquer esquema proposto. Decidiu que seria melhor mandá-lo embora. Foi para o Cruzeiro. Lucas era líder, mas tinha grande deficiência na marcação. Fellype Gabriel, Nathan, Lucas Taylor, Gabriel Leite, Leandro Almeida e outros ainda sairão.

Zé Roberto é um jogador que respeita. Mas não o vê mais com capacidade para ser titular. E outro atleta que também não consegue há muito tempo render seu melhor futebol se chama Arouca. Não tem a intensidade que Cuca precisa. Ele quer uma equipe leve, compacta, com grande velocidade já na saída de bola, mais ainda do meio para o ataque. E com enorme poder de recomposição. Vibrante em campo. Lucas Barrios é vivido. Percebeu que se fosse disputar a Copa América com o Paraguai, quando chegasse, poderia ficar não só na reserva. Mas à disposição para ser vendido. Ele até agora não conseguiu se encaixar no time sem posição fixa na frente. Tem mostrado dificuldade. Lucas Barrios tratou de dizer não ao Paraguai na Copa América. A decisão foi muito bem recebida por Cuca. O argentino naturalizado paraguaio terá mais oportunidades. Mas o técnico vislumbra o time sem ele. Gosta demais da movimentação de dois atletas altos na frente, Alecsandro e Rafael Marques. Com Gabriel Jesus e Roger Guedes se alternando na direita e esquerda. Fora ainda Dudu que pode entrar na frente, deixando Lucas Barrios, Alecsandro e Rafael Marques no banco. E o Palmeiras ter um ataque técnico, veloz e com muita bola no chão. Cleiton Xavier fez excelente partida contra o Atlético Paranaense. Cuca tem toda a confiança na sua visão de jogo. Mas o passado médico do meia indica precaução. A ponto de querer um grande meia na abertura da janela. Mattos e Nobre concordaram. Cuca não está brincando quando fala que o Palmeiras será campeão brasileiro de 2016. É a missão que se impôs. Será o salto que sonha na carreira. Ele quer chegar em 2018 brigando ombro a ombro com Tite pela sucessão de Dunga. O primeiro passo foi mais do que convincente. Não deu a mínima chance para o Atlético Paranaense. A arena verde vibrou, tremeu mais do que o Independência. Sente que está no lugar certo, na hora certa. E católico fervoroso, resume o que pensa sobre o seu momento. "Foi Nossa Senhora Aparecida que me colocou no Palmeiras..."





Fonte: Esportes R7
Autor: cosmermoli
Publicado em: 16 May 2016 10:34:55

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