quarta-feira, 18 de maio de 2016

A incrível história de como o Audax, de Fernando Diniz, que disputaria a Série D, vai jogar a B. Virou o Oeste de Itápolis, sediado em Osasco. No futebol brasileiro, com dinheiro, tudo é possível...

A incrível história de como o Audax, de Fernando Diniz, que disputaria a Série D, vai jogar a B. Virou o Oeste de Itápolis, sediado em Osasco. No futebol brasileiro, com dinheiro, tudo é possível...




Foi uma manobra das mais claras, evidentes, lucrativas e legais. E que evidencia que se pode tudo no futebol deste país. O Audax foi a sensação do Campeonato Paulista. Foi vice campeão de forma brilhante. Seu treinador Fernando Diniz acabou sendo sondado por clubes medianos da Série A. Não saiu. Por quê? Porque o Audax não irá disputar a Série D do Brasileiro. Ou melhor, vai não vai. O clube sim, tem direito à vaga e estará representado por um elenco vindo da base e com outro técnico. Fernando Diniz e a equipe que chocou o país estará na Série B. Disputando vaga na Série A de 2017. O milagre se chama dinheiro. A cúpula do Audax entrou em acordo com o Oeste de Itápolis. O time que encantou o país neste início de ano jogará a Segunda Divisão com a camisa do Oeste. A situação é bizarra. O time de Oeste tinha como treinador Roberto Fonseca. E uma equipe limitada, fadada até ao rebaixamento para a Série C. Fazia sua estreia no torneio, na sexta-feira, dia 13 de maio. O time jogou mal e perdeu para o Atlético Goianiense, em Catanduva, já que o estádio de Itápolis estava com problemas. O treinador Roberto Fonseca havia sido contratado no mês passado, nem sonhava com essa manobra. Foi demitido após a primeira partida do Oeste, na sexta. E os jogadores foram orientados para, a partir de ontem, não só treinarem. Mas vão viver em Osasco, sede do Audax. Fernando Diniz fará uma peneira. Ficará com os melhores. Os demais serão dispensados ou repassados para disputar a Série D.

Por trás dessa revolução está o investidor Mario Teixeira. Milionário, fez parte da cúpula do Bradesco. Foi responsável pela incorporação de várias empresas. Criou o consórcio que privatizou a Vale do Rio Doce. Depois de aposentado, decidiu investir no futebol. Continua ligado ao Bradesco, de forma extra-oficial. E também,de forma ainda mais discreta, à prefeitura de Osasco. Mario se aproveitou do fato de o Pão de Açúcar ter sido vendido para o grupo Casino. Os franceses quiseram se livrar dos times criados por Abílio Diniz em São Paulo e no Rio. E Mario, com a participação não assumida do Bradesco, adquire os clubes. Por R$ 30 milhões, nunca confirmados, também. O Grêmio Osasco passou a ter o sobrenome Audax. E com ele, um salto interessante. Pulou da A-2, onde ocupava a obscura 11ª posição, para a elite do Campeonato Paulista. Sem precisar de acesso. O ex-clube de Abílio Diniz havia conquistado a vaga em campo.

O mesmo "fenômeno" aconteceu agora com a parceria com o Oeste de Itápolis. A CBF e a Federação Paulista de Futebol não contestam. A manobra foi explícita. O controle do Oeste passa a ser de Mario Teixeira. Os jogos do time "de Itápolis" passarão a ser disputados em Osasco. A desculpa é que o estádio dos Amaros está com problemas de laudo. A princípio, a união só vale até o final do ano. Depois será desfeita. Mas não há essa certeza.

Principalmente se o clube conseguir subir para a Série A. Há enorme chance de Mario Teixeira continuar no controle. Com o sutil auxílio do Bradesco. E da Prefeitura de Osasco, não há como esquecer. Se não subir, os jogadores estarão muito mais valorizados, expostos na Segunda Divisão. Com direito a transmissão de suas partidas por tevê a cabo, a Sportv e pela tevê aberta, a Rede TV! Mil vezes melhor do que o torneio fantasma batizado de Série D. Aliás, vale lembrar a bronca que Mário deu em Tchê Tchê ao ter fechado com o Palmeiras sem consultá-lo. O motivo da bronca. O investidor queria a renovação de contrato. E depois ele vencer o lateral/volante ao clube de Paulo Nobre. Tchê Tchê saiu de graça do Audax. Seu contrato havia vencido. Depois, o mecenas mandou uma carta de desculpas ao time. Vampeta, presidente do clube, não tem poder de decisão. Ele é apenas relações públicas. O homem que chama a atenção da imprensa. O que faz muito bem, por sinal. Mario Teixeira não tem cargo oficial no clube.

"Não é que é uma manobra. O que acontece é o seguinte: no calendário do jeito que ele é feito, o time quase campeão, que foi vice-campeão (paulista) e jogou bem o campeonato para você ter algum atrativo para marca ficar em evidência... disputar a Série D fica muito distante do que foi o Campeonato Paulista. Então surgiu a oportunidade – o Oeste queria fazer a parceria e o seu Mário também – para disputar um campeonato mais atrativo, para poder dar visibilidade para os jogadores no Oeste." Esta foi a justificativa de Fernando Diniz ao UOL. Ele sabe muito bem que está minimizando as coisas. O poder financeiro conseguiu tirar a equipe da Série D. E levar para a Série B. Ponto final. Para quem lidava com transações bilionárias, como Mario, tudo foi fácil.
O futebol do Brasil é muito amador. E sujeito às adaptações legais às regras. Basta ter muito dinheiro. Como é o caso do Audax. Ou melhor, desculpe, do Oeste.

Time de Itápolis, cuja sede passou a ser Osasco.

Cidade onde está sediado o Bradesco.

Interessante, não?



Fonte: Esportes R7
Autor: cosmermoli
Publicado em: 18 May 2016 14:58:26

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